Brasil

Embaixadores da mudança do Brasil, universitários assumem protagonismo

Programa de Embaixadores Brazil Conference reuniu dez jovens que representaram as cinco regiões do País para falar sobre criatividade, conquistas e futuro

Texto: Redação / Foto: Ana de Oliveira/AIG-MRE

08 de abril de 2022 | 15h50


O painel “Programa de Embaixadores Brazil Conference” realizado pela 7ª Brazil Conference Harvard & MIT neste 17 de abril, último dia do evento, contou com transmissão ao vivo pela internet. A programação pode ser acompanhada pelo portal do Estadão, parceiro na cobertura do evento, além dos canais da conferência no Youtube e Facebook, a qualquer tempo.

As mudanças que desejamos para o Brasil devem partir dos jovens. O Programa de Embaixadores da Brazil Conference traz jovens estudantes do ensino superior de todas as regiões do Brasil que dão o exemplo contando suas trajetórias e o histórico de precariedade de suas comunidades. Eles mostram como é possível, com garra e criatividade, serem os protagonistas de um novo país, mais justo e inclusivo.

Participaram do debate, mediado pelo ex-jogador e treinador de voleibol e professor universitário Bernardinho, as lideranças universitárias brasileiras: da região Norte, Elber Neto Lima Diniz e Thainá Mendonça Bentes, do Nordeste, Francisco Augusto Oliveira Santos e Maria Danielly do Nascimento Mesquita, do Centro-Oeste, Rhuan Marcel Santini Duarte e Thainy Gomes da Silva Santos, do Sudeste, Davi Gomes e Isabelle Christina Silva e do Sul, João Henrique Alves Cerqueira e Lucas Rodrigo Kehl. O painel teve a liderança do copresidente da Brazil Conference, Gabriel Kligerman.


Confira o evento na íntegra


Programa de Embaixadores da Brazil Conference

● Gabriel Kligerman - Líder do Painel
● Bernardinho (moderador) Ex-jogador e treinador de voleibol e professor universitário
● Embaixadores da Brazil Conference, lideranças universitárias brasileiras:
● Elber Neto Lima Diniz - Norte
● Thainá Mendonça Bentes - Norte
● Francisco Augusto Oliveira Santos - Nordeste
● Maria Danielly do Nascimento Mesquita - Nordeste
● Rhuan Marcel Santini Duarte - Centro-oeste
● Thainy Gomes da Silva Santos - Centro-oeste
● Davi Gomes - Sudeste
● Isabelle Christina Silva - Sudeste
● João Henrique Alves Cerqueira - Sul
● Lucas Rodrigo Kehl - Sul



Gabriel Kligerman - Boa tarde, Brasil! Voltamos agora, direto do estúdio aqui da Fábrica de Startups no Rio de Janeiro, para apresentar os dois últimos painéis da Brazil Conference at Harvard and MIT 2021. Eu tenho o prazer de apresentar primeiramente o painel de embaixadores, que é o penúltimo painel da conferência, que vai ser mediado pelo Bernardinho, e eu queria falar um pouco antes da gente começar sobre o programa de embaixadores da Brazil Conference. Esse programa tem o objetivo de encorajar jovens brasileiros a desempenharem um papel transformador e ativo frente à realidade brasileira, de envolver alunos de graduação no Brasil nos debates da conferência, e de criar lideranças jovens que instigarão mudanças concretas no nosso país. Então, para isso, a gente teve um ano de trabalho onde a gente selecionou esses 10 que vão estar falando aqui com vocês hoje, dentre de mil aplicantes, e a gente tem a honra de apresentar o Bernardinho para mediar esse painel. Boa tarde Bernardinho, como é que você está?

Bernardinho -  Boa tarde Gabriel, obrigado pelo convite né, poder participar aí é uma honra, na Brazil Conference, e com essas feras aqui no nosso dia, 10 finalistas dentre mais de mil applications que vocês receberam aí, então parabéns a estes que estão aqui, né, e realmente com projetos transformadores, é uma honra poder estar aqui, eu espero estar à altura, né, dessa turma toda aqui e poder trazer as boas ideias deles, para que as pessoas possam conhecer um pouco mais e um pouco desses personagens tão ricos aqui, que vão estar conosco hoje.

Gabriel Kligerman - Então muito obrigado ao Bernardinho, um dos maiores nomes da história do esporte brasileiro que vai estar mediando esse painel aqui para a gente, eu passo a palavra para você, e peço, e desejo um bom painel.

Bernardinho -  Obrigado Gabriel mais uma vez. Então, primeiro, falar do meu prazer, agradecer esse convite e oportunidade né, de estar com jovens aqui que certamente abraçaram um propósito muito claro, né. Eu acho que é muito interessante né, eu na minha carreira de atleta e tal, mas eu estudava paralelamente e me formei em economia nos anos 80. Se talvez me perguntassem naquela época como é que aqueles jovens dos anos 80 queriam mudar o mundo, uns iam dizer que queriam trabalhar no mercado financeiro, que nada contra, mas talvez o mindset de grana fosse o primeiro, para depois transformar o mundo, e o que a gente vê hoje é que a garotada parte de um propósito, e o que eles querem é poder tomar essa a missão e os projetos deles sustentáveis, mas não é o primeiro, né, o objetivo não é a grana, a remuneração será uma consequência disso, é muito bacana poder ver realmente jovens talentosos, preparados, extremamente dedicados, com histórias de muita superação, muitos deles estarem se dedicando a projetos de, realmente, transformação. Então vamos aos protagonistas realmente, não estou aqui para falar daquilo que eu né, das minhas ações, mas para falar um pouco né, e trazer aqui essas, essas feras que vão poder compartilhar um pouco daquilo que eles fazem, um pouco da história deles, aquilo que eles fazem. Nós vamos começar com os dois representantes da região Sul, eu queria convidar o João Henrique né, estudante de engenharia ambiental do Paraná, cadê o João? João está aqui já, e o Lucas, estudante de engenharia ambiental no Rio Grande do Sul. Para começarmos a falar um pouquinho eu vou começar pelo João Henrique. João, conta rapidamente para nós num pitch aqui de um minuto sobre a sua história né, como é que você chegou ali, por que a engenharia ambiental?

João Henrique - Olá, boa noite Bernardinho, primeiro queria agradecer aí o time da BC pela honra que é vir aqui falar um pouquinho da minha história, dos projetos que eu trabalho, e falando rapidinho sobre minha trajetória, como vim até aqui, eu acho que eu poderia dizer que eu vim de bicicleta, porque a bicicleta é a ferramenta que me trouxe para conscientização ambiental, pela ocupação dos espaços públicos, através da bicicleta eu tive o privilégio de pedalar mais de mil quilômetros pelo nosso país, ouvindo e documentando histórias sobre as mudanças climáticas a partir da ótica dos territórios, entendendo como as pessoas do nosso país estão se adaptando e lidando com esse fenômeno global. Então, através de todas suas vivências, comecei a empreender projetos relacionados à agenda de clima e há cerca de sete anos tenho trabalhado com essa agenda de mudanças climáticas, mas tudo começou através da bicicleta na cidade onde eu moro, Curitiba, Paraná.

Bernardinho - Que incrível porque né, eu também estou agora na bicicleta aí, poder ver que você usou a bicicleta justamente para desbravar né, enfim, romper fronteiras, conhecer um pouco mais e entender um pouco mais e ver como é que, enfim, as nossas ações eventualmente, o que o homem está fazendo está impactado de alguma forma o meio ambiente. E conta um pouquinho para gente né, vende um pouco aqui para a galera, do seu projeto, do “Clima de Eleição”. Quando eu li a primeira vez eu falei assim “ah, ele deve falar um pouquinho como é que está o clima das eleições” né. Mas diz é, como é que estão aí, se está atualizado ou não está, mas, fala um pouquinho para a gente do Clima de Eleição, que projeto é esse, como é que ele pode crescer, como é que ele pode impactar, como é que você vê isso tudo aí.

João Henrique - Ah legal, legal. Então eu acho que, para contextualizar o nosso projeto, eu preciso contar a motivação que nos levou a criar ele, né. Como eu comentei, eu moro em Curitiba e desde o ano passado a gente está passando pela maior crise hídrica da nossa história, é uma crise que nunca foi vista nem sentida antes, numa região que não está acostumada a lidar com esse tipo de fenômeno e nem está preparada, adaptada para lidar com esse tipo de coisa. Essa crise hídrica que gerou e está causando racionamentos de água, afeta, primeiramente, os bairros da cidade que têm o menor índice de desenvolvimento humano, e lembrando que tudo isso aconteceu no meio de uma pandemia, a pandemia mais grave que nossa geração já viveu. E aí, o que acontecia, porque a gente queria fazer algum tipo de mobilização com o poder público para reagir ao que estava acontecendo, considerando que famílias não tinham nem água para fazer higienização básica para se defender da Covid-19. Então a gente está vivendo essa sobreposição de crises aqui na cidade, e as nossas lideranças públicas, elas não conseguiam compreender que essa crise hídrica, ela está relacionada um fenômeno global, que é a crise climática, e que é o nosso maior desafio aí para o século 21, porque vai se sobrepor a todos os outros desafios, né. E aí com esse incômodo de não ter lideranças que estavam podendo fazer algo ou compreendendo essa questão, ano passado sendo ano de eleição, a gente criou o “Clima de Eleição”, que tem o objetivo de qualificar o debate sobre mudanças climáticas dentro da política institucional através de pesquisas, de publicações, a gente criou um curso online gratuito para candidaturas nas eleições municipais, falando sobre mudanças climáticas ensinando para elas o quê que tá acontecendo, como as cidades sofrem esse problema, como elas contribuem para intensificar esse problema, e trazendo também exemplos de políticas públicas que essas lideranças poderiam aplicar em suas cidades, caso fossem eleitos, e o único comprometimento que elas tinham que fazer com a gente era de fazer reuniões com a gente se elas fossem eleitas, para a gente continuar desenvolvendo esse trabalho. E, assim, usando só plataformas livres, gratuitas, trabalho voluntário, o nosso projeto, ele conseguiu chegar em cerca de 400 candidaturas em 253 municípios em todas as regiões do país. No final, a gente ainda conseguiu eleger 22 pessoas, que agora têm gabinetes engajados pela ação climática e estão aí, com a gente ainda fazendo reuniões, acompanhando e desenvolvendo esse projeto. Acho que outro ponto legal é que a gente chegou em candidaturas de 27 dos 33 partidos políticos, e isso mostra que, apesar do momento que a gente está vivendo, a gente consegue engajar todos os espectros ideológicos da política na ação climática, considerando que isso é importante para todo mundo, é importante para nossa espécie, para nossa permanência neste planeta.

Bernardinho - Então você atacou as duas coisas aí, a capacitação de lideranças, que a gente precisa, fantástico, um tema tão relevante e às vezes, por ignorância, por desconhecimento, não conseguem adotar medidas ou propor coisas; segundo, não existe né uma ideologia, é algo que é para o bem da humanidade, para que todos possamos, nós, nossos, as próximas gerações, termos um mundo mais equilibrado, um mundo saudável como um todo. Então, incrível né, e como ele surge no momento ali de clima de eleição. Então realmente você tocou num ponto muito importante, porque a qualificação de lideranças é algo que realmente nós precisamos e vocês estão trabalhando numa área importante qualificando lideranças. Então, João, parabéns sucesso aí, vamos continuar, há eleições ano que vem, o Clima de Eleições vai bombar, mais eleitos e a pauta meio ambiente forte, com gente capacitada, acho que essa é a coisa realmente mais importante. Vamos lá, Lucas! O Lucas também é da engenharia ambiental também, temos aqui mais um engenheiro ambiental do Rio Grande do Sul e o projeto Lado B, mas conta um pouquinho da sua história Lucas, depois nós vamos falar um pouquinho do Lado B, por favor.

Lucas Rodrigo Kehl - Obrigado Bernardinho, primeiramente é um prazer estar aqui conversando contigo, participando da Brazil Conference e representando tantos jovens aí do nosso país que buscam construir um futuro melhor para a gente. Olha só, sou nascido e criado em Novo Hamburgo aqui no Rio Grande do Sul, eu fiz o meu ensino fundamental em uma escola privada da rede Marista, e quando eu estava indo para o ensino médio, eu decidi mudar um pouco de escola e eu mudei para uma escola pública, uma Escola Técnica Fundação Liberato, que eu considero como um momento virada de chave da minha vida. Foi na Fundação Liberato que eu comecei a participar de diversos projetos sociais na área de ciências, de educação, de meio ambiente, e comecei a ver um pouco também como é o Brasil de verdade né, o Brasil que, como a sociedade brasileira é estruturada. Depois dessa minha passagem pelo ensino médio na Liberato, eu decidi fazer graduação, vim para Porto Alegre né, mudei de cidade, entrei na UFRGS, Universidade Federal, e aí escolhi engenharia ambiental como meu curso e desenvolvi uma paixão muito, muito grande por meio ambiente, que eu carrego até hoje, e acredito que essa paixão ambiental que eu desenvolvi, aliada com a minha trajetória de envolvimento social lá no ensino médio, corroborou para eu chegar aqui agora e construir o projeto, que é o Lado B de Educação Ambiental.

Bernardinho - Maravilha Lucas, muito bacana, parabéns pela iniciativa, conta um pouco para a gente como surgiu o Lado B, quais são as perspectivas futuras aí.

Lucas Rodrigo Kehl - Sim, o Lado B, ele surgiu no início do ano passado, a nossa ideia inicialmente era fazer um projeto presencial, mas eu acredito que como muitas no Brasil viveram isso por causa da pandemia a gente teve que repensar totalmente o projeto, e o Lado B acabou virando um projeto virtual. Para contextualizar um pouco a problemática que existe, no Brasil a educação ambiental é uma, é o tipo de educação prevista por lei, mas a lei é um pouquinho vaga no sentido de atribuir responsabilidades sobre quem deve ensinar educação ambiental e em qual momento isso deve ser inserido na educação básica. Além disso, a gente acredita que a educação ambiental é uma etapa importante na construção social da sociedade sobre meio ambiente, e com esse problema né, da lei ser um pouco vaga, existe, acontece que muitos professores de outras disciplinas têm que lecionar sobre educação ambiental, e também há uma repetição de assuntos muito generalistas, que a gente ouve muito falar, mas que não representam de todo, ou de uma forma muito abrangente o que é o assunto de educação ambiental. E aí, nesse contexto o nosso projeto surge como uma ferramenta de auxílio e de suporte para os professores brasileiros, para que abordam a educação ambiental nas suas escolas com seus alunos, e a gente faz isso através da disponibilização de material gratuitamente online, onde a gente então busca discutir não só esses assuntos mais conhecidos de meio ambiente, mas também um pouco os assuntos que estão no Lado B desse disco, que são assuntos que aproximam um pouco mais da realidade daqueles alunos, com uma pauta ambiental.

Bernardinho - Eu vi aqui, política, turismo, cidades né, existem outros. Agora, bacana que, como o João falou de capacitar líderes, vocês capacitam professores, é muito importante que a gente não apenas capacite, mas engaje professores em algo e também os motive. Acho que é algo importante para que nós tenhamos uma classe tão importante, tão relevante, muitas vezes, entre aspas, um pouco abandonados com respeito à capacitação e motivação, ao estarem, ao terem um projeto e acesso a esse material, acesso a esse conteúdo bacana, eles possam também se engajar aqui. Turma, como aqui, nossos patrões aqui têm um tempo, queria agradecer vocês demais, então né, João e Lucas parabéns pelas iniciativas, vamos em frente, que seja um grande 2021 aí, que a gente possa passar pela pandemia, e que os projetos continuem aí, inspirando tanta gente, está bom? E agora eu vou chamar a galera do centro-oeste, Rhuan e Thainy. Thainy, está certo como eu pronunciei? Cadê ela, ah está, aqui. Oi Thainy! Está certo, está certo, Rhuan, está aí Rhuan também? Já está lá, beleza. Então Rhuan, estudante de engenharia química da Federal do Mato Grosso, hoje trabalha em pequenos negócios do Facebook, está certo? E, Edumi For Youth, quer dizer, é algo relativo à educação na área de tecnologia para a garotada de baixa renda, por aí. Fantástico, é um gargalo enorme e vocês estão aí! Mas fala um pouquinho de você primeiro, Rhuan. Conta para a gente a sua história, e depois vamos falar um pouquinho do Edumi For Youth, Edumi para a garotada, para os jovens!

Rhuan Marcel Santini Duarte - Beleza, Bernardinho, primeiramente boa tarde Bernardinho, boa tarde Brasil, um prazer imenso estar aqui falando com vocês e representando a região centro-oeste. Eu sou o Rhuan, eu tenho 22 anos eu sou aqui de Cuiabá, Mato Grosso, estou estudando engenharia química na UFMT, eu sou filho da Fabiana, a melhor cozinheira que eu conheço, sou filho do Marcel, o pai mais criativo que alguém pode ter, e também tenho duas irmãs sensacionais, que é Giovana e a Nicole. E contando um pouco da minha trajetória, eu acho que eu posso começar dizendo que eu trabalho desde muito cedo, com 14 anos eu já era garçom, e aí eu fui panfleteiro, fui operador de telemarketing, trabalhei até como Homem-Aranha nas peças infantis, então passei por muita coisa, e no meu último ano do ensino médio, quando eu estava na escola pública, a minha família acabou passando por um período um pouco conturbado, principalmente na área de saúde e também de situação financeira, e quando eu entrei no nível superior isso me deu muita expectativa de futuro. Foi um período bem difícil e eu acabei carregando e fazendo essa relação entre educação e esperança, e eu queria envolver todos os projetos, as minhas ações que tivessem algum tipo de relação com isso, foi então que, eu entendia que eu queria trazer projetos, trazer iniciativas que fizessem com que outras pessoas não passassem pelas situações difíceis que eu vivi. E aí eu fui professor voluntário de química em cursinho gratuito, fundei uma startup educacional que não deu certo, a gente faliu, fundei uma ONG também no Mato Grosso, que é o Time Enactus da UFMT, participei de várias outras iniciativas, e aí foi que fui guiando a minha carreira mais para impacto social e empreendedorismo e também inovação. Hoje eu sou membro do ProLíder, que é o maior programa de formação de jovens lideranças do Brasil, trabalho no time do Facebook de small business para a América Latina, e também sou um dos fundadores da Edumi For Youth, que é essa startup educacional de impacto social.

Bernardinho - Então fala um pouquinho para a gente sobre a Edumi. Primeiro, parabéns pela história incrível né, importante, até já faliu, está no caminho certo! Se não tiver falido, vai falir ainda, deixa ele caminhar um pouquinho mais, né. Mas olha, conta um pouquinho mais da Edumi for Youth, porque Edumi? Desculpa minha ignorância, Edumi e conta um pouquinho do projeto aí que eu realmente acho incrível, porque é uma área que, certamente vamos ter grandes possibilidades para essa garotada, aí.

Rhuan Marcel Santini Duarte - Beleza! Eu acho que antes de falar ainda, inclusive sobre a Edumi, a gente precisa dar um pouco mais contexto de Brasil e, nesse cenário de pandemia, está difícil para todo mundo. Só que quando a gente olha dados, principalmente dos jovens, a gente observa que tem mais de 21 milhões de jovens desempregados de 15 a 29 anos e, comparando com a média nacional de desemprego, isso é mais do que o dobro. Em uma outra ponta, o mercado de tecnologia tem déficit de mão de obra qualificada, então tem mais profissionais a cada ano, e ainda com a pandemia está aumentando. E qual que é o problema disso tudo, né? Acontece que muitas vezes as pessoas olham para esses dados e enxergam só números, mas dentro desses números existem vários jovens tentando algum tipo de oportunidade. Muitas vezes esses jovens não tiveram acesso a algum tipo de ferramenta, não tiveram acesso a uma educação de tecnologia, ou até mesmo um contato para direcionar uma carreira nessa área, e é muito disso que a gente pensa, a gente tenta transformar esses temas que são complexos em coisas mais simples e tenta enxergar que cada pessoa tem uma jornada e um caminho individual, cada pessoa tem a sua história. E a Edumi é justamente esse programa gratuito para jovens de baixa renda aprenderem sobre áreas de habilidades de alta demanda no mercado de tecnologia, e como que eles podem tirar vantagens para começar uma carreira. A gente tem duas trilhas, que é uma trilha de habilidades comportamentais, e uma trilha de habilidades técnicas. Durante todo o programa, esses jovens são acompanhados com mentorias individuais que a gente entende, qual é o objetivo dessa pessoa e como que a gente pode direcionar para o melhor caminho, e também no final disso tudo, esses jovens desenvolvem um projeto para uma empresa real. Porque não basta só passar o conteúdo, a gente tem que explicar como que isso é aplicado e em que momento é aplicado. E é com muito orgulho também que a gente acabou de encerrar nossa primeira turma, a gente alcançou mais de 120 jovens inscritos, 21 estados brasileiros, selecionamos 20 pessoas com histórias fantásticas, quem terminou o programa conseguiu um estágio, uma vaga júnior mesmo nesse cenário de pandemia, acho que essa é uma das maiores conquistas nossas, e a gente vai começar uma nova turma ainda esse ano, com foco mais em análise de dados para que esses jovens possam acessar. Eu acho que é muito desse caminho.

Bernardinho - Espetacular, e você falou uma coisa muito importante para mim, que chama muito a atenção. Primeiro, obviamente vocês, a sua história te inspirou a né, eu vou tentar gerar condições para esses jovens, para que pudessem ter condições de sustentabilidade, empregabilidade né, auxiliar na renda de suas famílias e tal, vemos aí um gargalo claro e você, obviamente, fica muito claro para todos e para você né, por seu conhecimento da área, na área de tecnologia né, cada vez o déficit só aumenta, nós temos poucos profissionais capacitados, então essa garotada aí é ávida para, mas um tema que você falou que acho que é fundamental na Edumi é que vocês focam em dois aspectos, aspectos comportamentais, ou seja, o que a gente chama de soft skills, ou seja, até que ponto esses jovens são disciplinados né, eles trabalham bem em equipe, eles têm empatia, isso é tudo que diz respeito a capacidades mais humanas, e a capacidade técnica, a combinação dessas duas coisas, não adianta ter alguém bem preparado, mas que não se relaciona bem com gente, então parabéns pelo projeto, parabéns por essa linda história né, então depois nos convida para aí, experimentar a comida da mamãe, que é melhor cozinheira que tem né, as irmãs maravilhosas, ficamos todos aqui com água na boca! Rhuan, super obrigado, e agora eu vou passar aqui para a Thainy. A Thainy é de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, estudante de direito, a minha filha de 19 anos está estudando direito também, e ela fundou, é fundadora da Liga Acadêmica de Direito Internacional dos Refugiados, interessante, 2016 pela primeira vez alguma coisa que tem a ver com uma equipe de refugiados né, mandando muito bem, bacana. Conta um pouquinho Thainy da sua história, depois nós vamos falar um pouquinho dessa liga incrível aí, o direito internacional dos refugiados. Por favor.

Thainy Gomes da Silva Santos – Então, para falar exatamente do impacto eu teria que aguardar, contextualizar a criação da liga, em contexto ela foi criada, né. Ela foi criada em 2019 e o que nós observamos para ela ser criada, né. Primeiramente, nós vimos que o número de refugiados é cada vez mais crescente. De acordo com o último relatório do ACNUR, são mais de 70 milhões de pessoas, de deslocados forçados pelo mundo, pessoas que saíram dos seus lares, dos seus países, por temer a sua vida, por perseguição política, religiosa, e essas pessoas acabam saindo desses países né, entrando em outros de acolhida e totalmente desamparados, em um estado de vulnerabilidade muito grande, então a liga veio para atender esses tipos de pessoas né, que encontram-se nos países de acolhida totalmente, no caso do Brasil, totalmente desamparados. Outro ponto importante é por que todos estão sujeitos a estar em uma condição de refugiados? Independentemente de qualquer nacionalidade. E outro ponto importante, que seria bem próximo aqui ao Brasil e que ficou muito em pauta foi a questão dos venezuelanos. Aqui na região a gente recebeu muitos venezuelanos desde 2015, da crise da Venezuela né, se intensificou. O Brasil ainda vem acolhendo muitos venezuelanos, e aí veio a Liga para poder, então, ajudar. E como ela faz isso? Ela, primeiro, tenta buscar efetivar a acolhida humanitária, oferecendo o curso de português, um português de acolhida né, oferecendo assistência jurídica gratuita, e também promover uma conscientização maior sobre as temáticas que envolvam a liga no sentido de, não só comunidade acadêmica, mas também o próprio social, no sentido de frear um estigma xenófobo que eles ainda sofrem dentro do país. Então, essa é mais ou menos a ideia da Liga. E eu gostaria só de concluir a minha fala, acho que, alinhando a minha trajetória com um projeto em que eu estou inserida, eu sei que pode parecer clichê, mas é uma coisa que eu tenho muito dentro de mim, eu acho que seria mais uma pergunta reflexiva: onde vocês estão, independentemente de que posição vocês estão, o que vocês têm que fazer, o que vocês estão fazendo de maneira empática, para transformar a realidade que vocês estão inseridos? E, sabendo que a transformação que a gente quer ver fora né, externamente, tem que partir de nós. Então, essa é minha, concluo com essa frase reflexiva a minha fala, e agradeço a oportunidade, aqui.

Bernardinho - Parabéns Thainy, parabéns e realmente, uma lição de empatia, de preocupação com o próximo, independentemente de onde tenha nascido, é como diz o Edu Lyra do Gerando Falcões, “o importante não é de onde você vem, é para onde você vai, para onde você pode ir”. Certamente iremos para lugares melhores se todos nós ajudarmos e participamos. Turma da região centro-oeste, um abração para vocês, Thainy, e vamos agora para a região Norte! Elber e Thainá? Elber e Thainá! Se eu falar alguma, Thainá? Está lá, Thainá está aqui, está lá, estão os dois aqui. Olá pessoal, boa noite para vocês, já estamos aqui na noite, eu queria primeiro começar com o Elber. Elber, você está lá em Juruti, Elber, interior do Pará? Conta para a gente um pouquinho, fala um pouco da sua história! Ele estuda agronomia na Universidade Federal do Oeste do Pará, Juruti, você continua em Juruti? E fala um pouquinho da sua história para gente. Elber, por favor.

Elber Neto Lima Diniz -  Oi Bernardinho, boa noite né, para você, boa noite para todo mundo, é uma honra imensa estar aqui com você nesse momento, e eu estou sim, sou aqui da cidade de Juruti né, no interior do Estado do Pará, geograficamente falando no coração da Amazônia né, e eu venho de uma família humilde de agricultores familiares, especialmente a minha mãe Isabel, ela sempre trabalhou com ações voltadas para apoio à comunidades, para ações humanitárias né, e muito inspirado nela é que eu consegui chegar até aqui. Então a minha história se baseia muito dentro desse contexto, no território amazônico, e toda dificuldade que a gente tem aqui para conseguir se desenvolver e, principalmente, ter acesso à educação e saúde de qualidade.

Bernardinho - Bacana. E me conta um pouquinho para, hoje você está, os projetos que vocês desenvolveram, vocês têm vários projetos né, na área, na sua formação de agronomia, mas hoje está muito envolvido na questão Juruti versus a Covid-19, essa pandemia terrível que o mundo foi, né, assolado aí, e que vocês aí, certamente devem estar lutando com dificuldade. Fala dos seus projetos, fala um pouquinho desse seu projeto que você está super engajado agora, Juruti versus a Covid-19.

Elber Neto Lima Diniz - Isso Bernardinho, nós estamos aqui dentro da Amazônia né, que foi muito impactada, como a gente já sabe, mas eu gostaria de começar de um processo reflexivo; por que as pessoas mais humildes têm que sofrer ainda mais, né. A pandemia, ela expôs uma das faces mais sensíveis e cruéis que assolam os povos do interior da floresta, que foi a precária estrutura de saúde pública, né. Aqui na minha cidade, para a gente enfrentar o primeiro pico da pandemia, nós tínhamos dois respiradores, um médico para cada 4.000 habitantes e nenhuma UTI. Então, é impossível você olhar para esse cenário e não querer fazer nada, né. Então, diante de tudo isso, sob o guarda-chuva do Instituto Juruti Sustentável, nós desenhamos o projeto Juruti “Contra Covid-19”, o qual, com esse projeto, nós que já conseguimos alcançar mais de 150 comunidades tradicionais, ribeirinhas, indígenas e quilombolas aqui no interior da Amazônia. Conseguimos alcançar 55 mil pessoas com esses trabalhos né, conseguimos confeccionar e distribuir mais de 57 mil máscaras, 6 toneladas de álcool em gel para a comunidade, conseguimos levar mais de 500 horas de divulgação de áudio orientativo sobre a pandemia e os cuidados que as pessoas têm que ter através de carros-som e barcos-som, nas comunidades onde não tem acesso a carro, porque nós estamos na Amazônia, e muitos rios né, e conseguimos também formar agentes populares de saúde, mais de 200 para atuar nas áreas sem cobertura médica; e conseguimos ainda distribuir mais de 85 toneladas de alimentos para a população carente do interior da Amazônia, então foi um grande desafio para a gente aqui, não é. Só que esses resultados eles só foram possíveis porque criou-se uma grande sinergia entre organizações aqui no interior da Amazônia, e organizações que contribuíram com a gente, como a agência do governo americano, a USAID, a plataforma Passeios Pela Amazônia, a Sitawi, NPI Expand, a Cooperativa da Agricultura Familiar, o Instituto Juruti Sustentável, se uniram para formar uma das maiores correntes de apoio ao enfrentamento dos problemas da pandemia aqui no interior da Amazônia. Então isso foi fundamental para que a gente pudesse salvar vidas aqui, não é. E isso fica claro para gente que, problemas complexos como a pandemia dificilmente a gente consegue resolver de forma isolada, é necessário a gente trabalhar de forma conjunta, todo mundo trabalhando de forma continuada, trabalhando dentro das suas perspectivas para que a gente possa conseguir encontrar soluções. E aqui nós estamos trabalhando nesse formato, de forma conjunta, de forma organizada e planejada que a gente está conseguindo salvar vidas e apoiar as pessoas aqui, que mais precisam aqui no interior da floresta.

Bernardinho - Elber, cara, parabéns porque realmente, que projeto e quantas ações de sucesso, através dessa grande mobilização. Eu costumo dizer, concordo muito com empreendedores que, empreender é um esporte coletivo. O direito de viver é um esporte coletivo. Talvez sobreviver no interior da Amazônia, no coração da Amazônia, como você colocou maravilhosamente bem, para pessoas que eventualmente moram milhas né, diferente daquilo que vocês enfrentam aí no coração da Amazônia, as condições precárias que você nos contou aqui né, se não for a força da coletividade, né, você não consegue suplantar isso. Então Elber, parabéns, realmente um dos nossos embaixadores aqui, representando o coração da Amazônia, espetacular. E vamos aqui, Thainá por favor, de Manaus, Thainá estuda Medicina na Universidade Federal, e mediar, enfim, primeiro Thainá, fala um pouquinho de você, nossa futura médica, e aí já se formou? Não, ainda tem um tempo aí, na medicina é mais longo, né. Conta um pouquinho da sua história e depois vamos falar um pouquinho de seus projetos, por favor.

Thainá Mendonça Bentes - Oi gente, boa noite, boa noite Bernardinho, boa noite Brasil, fico muito feliz por estar aqui com vocês. Para falar um pouco da minha história tem que voltar lá atrás ainda e falar da minha família, porque eles saíram do interior, do interior dessa Amazônia, lá de perto da região do Elber inclusive, e vieram para cá para a capital, em busca de melhores condições de vida. E com eles aprendi meus principais valores, de empatia, de respeito, determinação, foco, a busca por fazer a diferença na vida das pessoas. Eles sempre me incentivaram à educação, para crescer, para ser alguém na vida e para ajudar as pessoas. Então, com isso, desde sempre eu tinha me envolvido com várias atividades de voluntariado, também já fui atleta por um bom tempo e o quanto eu aprendi com isso é incomensurável. E, a partir de todas de todas as oportunidades e esse apoio, eu pude ser aprovada em um curso bastante concorrido, cursar medicina numa universidade federal. A partir desse momento que eu ingressei na universidade, eu aproveitei todas as oportunidades que caíram no meu colo, participei de vários projetos de educação e saúde, conheci cada vez mais as dores da população, tive a oportunidade de fazer vários estágios aqui nos principais hospitais públicos da cidade, e isso tudo acabou me mostrando que saúde não era muito bem o que eu pensava, saúde é muito difícil, saúde é muito complicada, e eu comecei a me questionar por que é tão difícil as pessoas terem acesso à saúde, uma coisa tão básica do ser humano, necessária né, para a nossa vivência. E eu comecei a me questionar de que eu precisava dar o primeiro passo, eu precisava encontrar pessoas que também acreditavam nisso. Então eu fundei a Mediare, que é a primeira empresa júnior de medicina da região Norte e também uma das primeiras do Brasil, em busca de encontrar essas pessoas, também fiz parte da turma 4 do ProLíder junto com o Rhuan no centro-oeste, e nós fomos aprovados numa turma de 36 em quase 10 mil jovens que se candidataram, e eu tive a oportunidade, o privilégio de representar mais uma vez o Amazonas e sendo também a única pessoa da área da saúde. Também participei de várias competições de empreendedorismo, e também uma internacional, faço parte hoje da Rede Kanun, é uma rede de lideranças médicas né, que são comprometidas com a transformação da saúde no Brasil, e diante de todas as trajetórias, principalmente com o ProLíder, que foi um grande divisor de águas para mim, eu comecei a trabalhar no meu próprio projeto e, assim, vários erros, vários conhecimentos, todas as coisas vão mudando né, então a gente vai aprendendo. E hoje eu estou trabalhando na Beni.

Bernardinho - Só uma coisa, só não erra quem não faz. Eu não vou errar na sua área porque eu não vou fazer nada nessa área, então né. E só não joga quem não perde, portanto você já jogou, já foi atleta, você sabe disso. Mas conta agora o seu projeto, porque a coisa da experiência do paciente né, você transcendeu a questão da medicina, para passar, conta um pouquinho, é Beni ou Bene, Beini? Como é o nome, manda lá, manda lá, manda para gente sobre o Beni aí, quero conhecer um pouco mais.

Thainá Mendonça Bentes - Essa dor é justamente por eu acreditar que a saúde deve ser simples, ela deve ser fácil, ela tem que ser acessível. Hoje a realidade do Elber essa, é uma situação que falta essa saúde básica, falta uma assistência, eu não consigo ficar em paz sabendo que existem pessoas sem o básico. Então realmente, eu acredito muito na transformação da saúde por meio de uma boa gestão e por meio da tecnologia, e é isso que eu quero aplicar hoje na Beni. E o que a gente faz?  O foco total na experiência das pessoas, na experiência do paciente, então hoje a gente está começando em facilitar a compra do medicamento. Então, além de eu viver essa dor durante a pandemia, de ver pessoas próximas com essa dor, de busca de medicamentos, essa busca pelo cuidado, também vi isso na minha própria família quando a minha mãe precisava cuidar de meus avós e tinha que ficar o tempo todo cuidando de vários medicamentos, então com isso surgiu toda essa proposta de facilitar essa compra. Então o que a gente faz hoje? É uma coisa supersimples, você entra no nosso site, benisaude.com, você manda mensagem no nosso WhatsApp, manda a sua receita para a gente e nós vamos cotar os melhores valores nas nossas farmácias parceiras, nós cuidamos disso tudo para você, você confirma o pedido, realiza o pagamento e pronto, só tem que esperar chegar na sua casa e você que segue com seus tratamentos. Porque hoje é muito difícil de você sair de uma consulta, você precisa de quatro medicamentos, você tem que ir em várias farmácias. Eu, infelizmente, passei por isso, eu precisava de muitos medicamentos, eu fui em 11 farmácias, liguei para outras, mandei mensagem para outras, e sabe, eu fiquei pensando “gente, será que mais pessoas passam por isso? ”. Então eu comecei a ajudar as pessoas nesse sentido. E a Beni, em um mês e meio nós conseguimos realizar mais de 80 pedidos e, na economia local, nas farmácias locais, conseguimos movimentar mais de 10 mil reais. Então é um pequeno passo nas grandes experiências em saúde que eu acredito. Hoje estamos começando com medicamentos, mas queremos implementar exames, consultas, então realmente reunir tudo de saúde em um só lugar. E a gente quer fazer isso porque quem tem saúde, tem tudo.

Bernardinho - Boa. Thainá, espetacular, essa é a primeira iniciativa de uma grande plataforma que será a Beni, no sentido de melhorar né, a vida, facilitar a experiência do paciente que já é, já está sofrendo porque está acometido de uma doença, e ainda tem que ficar na questão burocrática, logística e tal, então, parabéns, linda história, que bacana, ainda bem que vocês estão de alguma forma conectados aí como lideranças no Brasil né. E você falou uma coisa, nosso sucesso não depende apenas de um resultado daquele, né “Ah, você ganhou e perdeu”, é o quanto de verdade a gente impacta a vida das pessoas, é o que vocês estão aqui, todos propondo. A medida tem que ser essa, então, pessoal do Norte beijo para vocês, super obrigado aí por essa… eu vou sair daqui inspirado, vou ter que fazer alguma coisa nova, porque eu vou sair daqui hoje, eu estou aqui me sentindo um inútil perto de vocês, tenho que fazer alguma coisa, transformar, vou aqui para perto fazer alguma coisa! Vamos lá, então agora eu vou chamar o pessoal do Nordeste. Obrigado Thainá, obrigado Elber, um prazer enorme! Vou chamar aqui o Augusto e a Maria Danielly.  Maria Danielly? Olha aí certinho, cadê o Augusto? Está aqui, vamos lá! Beleza, vou começar com você Augusto, engenharia de alimentos na Universidade Federal do Ceará! Conta um pouquinho da sua história, depois eu vou querer saber desse Lidera Stem, né, que eu sei que tem muita tecnologia aí, vamos lá! Conta um pouquinho de você para a gente!

Francisco Augusto Oliveira - Então pessoal, boa noite para todo mundo que está assistindo, eu sou o Augusto, sou de Cascavel, uma cidade na região metropolitana de Fortaleza, e eu sempre fui muito ligado em inovação, empreendedorismo e essas estratégias, e isso sempre me motivou a buscar novas oportunidades. Eu percebi, quando eu cheguei lá na universidade, tive a oportunidade de trabalhar com laboratório de pesquisa, que são coisas que fazem muito sentido para mim, mas quando eu olhei para o lugar onde eu ocupava, eu percebi que muitos estudantes de escolas públicas ainda não conseguiam chegar a esse espaço. Então a minha história, a minha trajetória, estão muito relacionadas ao meu projeto também, que é o Lidera STEM, que basicamente é uma iniciativa para desenvolver pessoas, porque eu acredito que falar sobre o desenvolvimento do país é interessante, mas a gente tem que primeiro começar a desenvolver as pessoas. Então a minha história é basicamente isso, estudo engenharia de alimentos, que é um curso não tão tradicional como o dos meus colegas, mas que basicamente foca em um aspecto que é superimportante, que é o alimento, que é o nosso bem de primeira ordem. E a gente sabe que no Brasil, ainda muitas pessoas têm dificuldade para acessar uma alimentação saudável, então a minha escolha de curso passou por isso também. E aí relacionado às experiências que eu tive durante a minha trajetória e na faculdade, eu resolvi fundar um projeto voltado para essas áreas de exatas que é a STEM, ciência, tecnologia, engenharia e matemática, para que as pessoas pudessem melhorar suas condições de vida.

Bernardinho - Espetacular Augusto, demais! Você falou uma coisa que para mim, assim, toca demais. Às vezes as pessoas falam para mim “Ah, Bernardo, você trabalha, qual é a indústria que você trabalha, qual é a sua área? Ganhar ou perder? Porque no voleibol não tem nem empate, ou você ganha ou você perde, né. Ou você está no céu ou você está no inferno! Mas não é exatamente essa a área em que eu trabalho. Eu trabalho na área de desenvolver gente, quanto mais capacitadas as pessoas do ponto de vista técnico, físico, emocional, lidar com situações, provavelmente teremos melhores resultados. Não adianta pensar em desenvolver um país, o que é um país, o que é uma nação? É gente! Se a gente não desenvolver as pessoas, nós vamos desenvolver o que? Quem é que vai gerar esses desenvolvimentos, se não vocês e essa enorme rede de pessoas que vocês influenciam e tantos mais? Vocês são 10 de milhares que passaram por aqui, tentando estar aqui com vocês então, Augusto só vou dizer uma coisa para você: espetacular! História linda, eu espero que o Lidera STEM realmente possa capacitar muitas e muitas pessoas talentosíssimas que nós temos no Ceará nas mais diversas áreas, e ajudar a transformar o nosso país. Qualquer instituição, seja ela uma nação, seja ela uma empresa, seja ela um time de vôlei, é formada por pessoas, a gente. Portanto, que você persiga esse seu propósito e realmente consiga impactar e transformar muitas vidas aí, Augusto. Parabéns! Maria Danielly, fala para mim aqui, é Maria Danielly? Espera aí, “estou aqui, eu li tudo”, Maria Danielly, ela está aqui. Escola Piauí, direito na Federal do Piauí, temos duas advogadas aqui, Escola Pública Presente é o projeto. Fala para mim Maria Danielly, qual é, conta um pouquinho da sua história. Quer que eu te chame de que, de Maria, de Dani, Danielly, fala para mim como é que é e, depois eu quero saber um pouquinho mais do Escola Pública Presente, por favor.

Maria Danielly do Nascimento - Isso, boa noite Bernardinho, boa noite todo mundo, meu Nordeste, meu Piauí. Eu sou a Danielly, pode me chamar de Danielly ou de Dani Bernardinho, e só uma correção, não é na federal, é na estadual do Piauí, grande UESPI! Bom, a minha trajetória de vida é que eu sempre fui estudante de escola pública e eu estudei a vida toda aqui na minha cidade, no ensino fundamental e no ensino médio, eu consegui uma vaga no Instituto Federal de Campo Maior, que é a cidade vizinha. E logo aquele choque de realidade já me fez ver muita coisa, porque era muito diferente da escola pública que eu tinha estudado aqui, principalmente em estrutura, então isso ficou martelando na minha cabeça por muito tempo, e quando eu me formei, eu ainda tive que passar um ano estudando sozinha para conseguir entrar em um curso superior, e eu consegui êxito, uma vaga em direito na Universidade Estadual do Piauí que estou hoje cursando o 3º período. E quando eu cheguei lá a realidade foi ainda mais chocante, poucas pessoas como eu, presentes ali naquele espaço, então em 2020 com o tempo ocioso da pandemia, eu resolvi parar de só me conformar e passar a fazer alguma coisa. E foi aí que eu me envolvi com voluntariados voltados para educação, iniciativas, e eu resolvi fundar o Escola Pública Presente com a minha prima Andressa, e no início a gente a gente mentorava alguns aqui da minha cidade de Boqueirão do Piauí, e depois vi que tínhamos potencial para ir mais, para ir muito longe! Foi quando a gente resolveu focar na correção de redação de estudantes de escolas públicas do Brasil inteiro, visando a democratização da entrada desses alunos no ensino superior brasileiro.

Bernardinho - Que espetáculo Dani! Primeiro, até aqui a gente estava indo bem, você veja, o primeiro erro grave que eu cometi foi na federal e estadual, eu sei que é a estadual do Piauí, agora não vou errar mais, você vê eu não estou tão mal assim! Em primeiro, você falou uma coisa muito interessante né, a sua história, mais uma vez, quando você chega né, com todas as dificuldades, contudo você chega lá e você volta “Bom, com todas essas dificuldades, poucos como eu chegarão aqui, então está na hora de eu fazer alguma coisa”, como é que coisas, elas se repetem as histórias, eu quero impactar, eu quero fazer. Você falou algo muito interessante, que é eu tenho que sair dessa área da reclamação, de um certo inconformismo apático né, para a ação. Seja através da, e vocês estão, foram aí encontrando, viram que a questão da correção e orientação das redações são muito importantes porque dão aos jovens a condição de entrar, ter uma maior nota no ENEM né, e com isso acessarem né, uma universidade melhor. Então, conta um pouquinho para mim, só uma coisa, qual é o, quantos mais ou menos quantos, é um projeto novo, recente? Quantas pessoas mais ou menos você já ajudou nesse processo aí?

Maria Danielly do Nascimento -  Então Bernardinho, o Escola Pública foi fundado em setembro de 2020 e a gente já conseguiu impactar mais de 70 estudantes pelo Brasil inteiro, em 16 estados mais o Distrito Federal, e nas cinco regiões brasileiras. E eu só quero falar aqui, você falou que tudo se faz com pessoas, com o time, e eu tenho um time de voluntários maravilhosos, divididos em equipes internas e o pessoal que gerencia isso tudo comigo, corretores voluntários, e a gente faz isso tudo junto porque a gente quer inspirar estudantes de escolas públicas a ir além. Nós sabemos que a rede pública de ensino tem muitas dificuldades, mas tem muito talento, muita gente boa, e eu quero ver essa galera no ensino superior, porque lá é o espaço deles e é lá onde eles vão conseguir se desenvolver e mudar essa realidade, mudar o nosso Brasil para a melhor.

Bernardinho - Maravilha Dani, espetacular! E vocês falam sempre de voluntários e voluntárias. Aqui é tanta criatividade, é tanto conhecimento entre vocês aí, essa grande corrente aqui, vamos pensar em financiadores para isso, as pessoas devem e precisam ser remuneradas, para que a gente possa realimentar essa roda de uma forma justa, correta né, engajar mais pessoas, aquelas né, então como é que a gente vai sustentar isso, com certeza tem muita gente interessada, muita gente de gerações anteriores que gostariam de, e às vezes não têm acesso, não conhecem um pouco disso que vocês estão aqui, mostrando pra gente, como isso pode ser realmente impactante, né. Então parabéns Dani, parabéns Augusto. Espetacular, Nordeste super bem representados vamos agora aqui para a minha região, Sudeste, né! Eu vou trazer aqui o Davi e a Isabelle, já estão aqui posicionados. Davi Gomes faz administração na Estácio, beijo para Claudinha Romana, minha amiga da Estácio, e ele vem lá, vem da Vila Vintém aqui do Rio de Janeiro, Zona Oeste né, grande Davi conta um pouquinho para gente da sua história, já também deve ser incrível e essa questão do seu projeto aí da democratização da cultura através da tecnologia, conta um pouquinho para a gente Davi.

Davi Gomes - Olá Bernardinho, olá ao público presente na Brazil Conference 2021, é uma honra imensa estar participando dessa conferência, eu que sou nascido e criado na favela da Vila Vintém, uma das favelas que formam aqui a zona Oeste, uma delas é a Vila Vintém, temos a vila Aliança e a Vila Kennedy, mas minha fala é muito do cair e levantar sabe, Bernardinho? Eu tive uma vida muito difícil, eu perdi meus pais muito cedo para o tráfico de drogas por morar em uma comunidade, sempre estudei em escola pública e, quando eu perdi os meus pais, o meu pai e os meus irmãos, eu queria significar minha vida, e através disso eu fiz uma formação de educação que para empreender, que ali eles me deram uma base de como é, ser um jovem que pode cair, levantar e ser uma potência de favela, porque hoje na grande mídia só se fala da favela como violência, e eu sou uma prova viva que na favela existem muitos sonhos, existem muitos projetos, e através dessa educação empreendedora, do trabalho do voluntariado, do trabalho extracurricular eu quis fazer diferente. Estou numa ONG chamada Junior Achievement, eu participo do programa Minha Empresa, no qual, esse programa, eu ganhei uma bolsa em uma instituição privada, que o meu objetivo era, como eu perdi meu pai e minha mãe, a responsa estava em cima de mim para sustentar minha casa, eu queria receber meu primeiro emprego, mas eu achando que só seria um primeiro emprego e ia parar por aí, e não foi isso que aconteceu na minha vida. Eu consegui, através de sanduíches, uma noção empreendedora da ONG Junior Achievement me manter dentro da instituição com 80 por cento de desconto de uma bolsa e, não só sustentar minha bolsa dentro dessa instituição de ensino médio técnico, eu sustentava minha casa, eu já passei muita fome e mediante a isso eu falei assim “Eu sou favelado, eu tenho orgulho das minhas origens, eu não quero que nenhum jovem mais da Vila Vintém possa passar por isso.” E foi muito disso que eu criei a startup com outros amigos de escola, a startup QR-Culture, uma startup que visa democratizar a cultura pelo acesso da tecnologia, é uma plataforma que dá vez e voz aos talentos da favela começando da arte urbana, e a gente tem feito um trabalho muito significativo, a gente está dando oportunidade para grafiteiros de favela, a gente tem feito aí em um torno de quase 60 grafites em comunidade, levando a cultura entendeu, levando lá a informação e, acima de tudo, falando que a favela é potência né, favela não é só carência.

Bernardinho - O que não falta é potência nas favelas do Brasil né, o que tem de talento por aí escondido, que falta de uma política de recrutamento, de garimpagem permanente destes grandes talentos, onde quer que eles estejam. Eu tenho, o esporte tem essa coisa do espaço democrático, onde você encontra, desde garoto eu passei a conviver com gente das mais diversas origens, das mais diversas áreas, e como é bacana poder viver isso e ver realmente. Você falou coisas muito interessantes, esse problema da cultura, e você falou de cair e levantar, cair e levantar né, isso é uma resiliência, vou dizer que até mais do que uma resiliência, isso é antifragilidade, você cai e volta melhor né, volta com o couro curtido e fala não, vamos para a próxima. Tem uma fala do Jack Ma, fundador do AliBaba que ele fala uma coisa, eu faria isso se eu tivesse alguma autoridade na área da educação; no contraturno das escolas eu proporia três coisas: artes, esportes e empreendedorismo. Garotada quer empreender, quer fazer, quer realizar. Praticar esportes, aprender uma série de coisas bacanas como alguns de vocês praticaram né, e as artes né, você pode fazer qualquer coisa, imagine você é um grafiteiro, disciplina né, treinamento, disciplina, o cara para ser bom naquilo que ele faz, você desenvolve uma série de skills, de ferramentas através das artes né, então porque ele, as informações elas vão estar aqui, cada vez mais né, então que a gente possa realmente estar transformando. Davi, pode ter certeza que você está dando voz e vez a toda essa potência que vem dali. Eu tenho uma história comigo, do Serginho, do Escadinha, nosso grande campeão do voleibol, que vem de uma comunidade da periferia de São Paulo e transforma através do esporte, é a força né, aquela história: é possível Davi e você mostra para todo mundo, “Olha, difícil foi, mas é possível”, né. O Escadinha escreveu um livro chamado Degrau por Degrau, porque o apelido dele é Escadinha né, e eu disse “Ah eu teria feito o outro, eu teria feito “É Possível”, para que todos os jovens pudessem ler ali que é possível. Ele escolheu uma escada do esporte, artes, empreendedorismo, há várias opções, e que nós, como sociedade, possamos junto com iniciativas como a sua, dar vez e voz às pessoas, para que elas possam realmente realizar seus sonhos. Davi, estamos juntos! Muito bom, obrigado pela aula, pela energia, eu vou ter que sair daqui e fazer alguma coisa hoje! Isabelle, Isabelle é de São Paulo, engenharia da computação, muitos engenheiros por aqui, do projeto Meninas Negras. Conta sua história um pouquinho. Ela disse que é do time de vôlei, está essa parte você pode deixar para lá, não precisa falar muito não, mas conta para a gente um pouquinho dessa história e conta muito para a gente sobre o projeto Meninas Negras, por favor.

Isabelle Christina dos Santos - Primeiro obrigada Bernardinho, boa noite a todos, estou muito feliz de estar aqui representando a região Sudeste né, São Paulo, é uma grande honra, e eu acho que o meu projeto social é muito consequência da minha própria história né, eu acho que eu sempre me vi como uma exceção tanto na periferia, tanto nos ambientes que eu comecei a ter oportunidade, porque desde muito nova, a minha grande sorte na vida foi que eu tive a minha mãe como mãe, porque ela sabia a realidade de uma mulher negra, vinda da periferia de São Paulo, eu sou do Grajaú, que é do extremo Sul da zona sul de São Paulo, um dos distritos mais vulneráveis socialmente aqui da região, e ela sabia os desafios que o teria ao longo da minha vida sendo como parte desse recorte social, então ela me preparou desde muito nova para que eu pudesse criar a minha própria história e ser a protagonista da minha trajetória, e não consequência do ambiente de onde eu nasci. Então, com essa base que eu tive dentro de casa, desde muito nova comecei a ter acesso a outras realidades, comecei a ter acesso a bolsas de estudos, e eu comecei a frequentar uma realidade muito diferente da minha, uma bolha completamente diferente da onde eu vinha todos os dias, e eu comecei a ver que eu comecei a ter acesso às oportunidades que eu sempre sonhei, que eu achava que estava muito longe de acontecer. Porque quando a gente está na periferia, a gente convive com aquelas pessoas, a gente vê o dia a dia dali quais são as nossas referências dentro da periferia. A gente só consegue sonhar com o que a gente vê na frente, então a partir do momento que eu comecei a ter acesso ao mundo como ele é, eu percebi que eu sempre era a única menina negra, ou uma das poucas meninas que vinham da periferia e, quando eu tinha 13 anos, eu tive o meu “a-ha moment” assim, que eu tive a oportunidade de fazer um intercâmbio como bolsista, que era um sonho que eu sempre tive, desde pequena, e aí durante o intercâmbio eu, de novo, era uma das únicas meninas negras e quando eu voltei, eu conversei com a minha mãe e eu falei “olha, eu não sei o que a gente vai fazer, mas a gente precisa fazer alguma coisa para mudar essa realidade; se eu estou conseguindo, por que a minha vizinha também não consegue?”. Então o projeto Meninas Negras surgiu do desejo de multiplicar as oportunidades que eu estava tendo acesso, para que outras meninas negras assim como eu, que partem do mesmo ponto de partida que eu, também pudessem ter acesso. Então essa iniciativa começou do coração, uma coisa muito informal, e começou com um grupo de 10 meninas, daqui a pouco começou a crescer, a crescer, e a gente tem como base três parâmetros, que é o parâmetro acadêmico, o profissional e o cultural, justamente para que os jovens que fazem parte possam ter preparação e uma visão completa para que eles possam criar as próprias oportunidades, e também criar sua própria trajetória. Então, o Meninas Negras começou com um grupo de meninas, de 10 meninas, e hoje já temos quase cem jovens, não só de São Paulo mas outras regiões do Brasil também e o nosso objetivo é realmente preparar eles, principalmente para esse contexto que a gente está começando a entrar né, a tecnologia está transformando a forma como a gente vive, não só o mercado, mas como essas pessoas da periferia, que nem sabem o que é a quarta Revolução Industrial,  que que é, como a tecnologia está mudando a nossa realidade, vamos se projetar no mercado de trabalho do futuro. Além disso, a pandemia agrava muito esse cenário, então a gente atua justamente para preparar essas pessoas e conectá-las com o mundo como ele é, para que elas comecem a se projetar nessa realidade e realmente criar suas próprias trajetórias.

Bernardinho - Isabelle, linda história, projeto maravilhoso. Davi, Isabelle, eu queria concluir aqui, que nós estamos no nosso limite aqui, falar algumas coisas. Eu acredito que a motivação, ela suja de dois pontos: necessidade ou paixão. Muitos de vocês passaram necessidade ou observaram necessidades claras, e todos vocês têm a paixão pelo que fazem, então agradecer né, a toda turma que organizou a Brazil Conference por essa oportunidade, desculpa aí pelas minhas falhas como mediador, eu não sou, mas poder conversar com vocês foi uma oportunidade incrível, única, saio daqui cheio de energia para poder continuar dando minha contribuição, sempre com esse espírito de que nós temos que nos ver como um grande time, seja impactar a vida minha vizinha como disse a Isabelle, da minha comunidade né, como disse o Davi, mais de, mais pessoas, no interior do Amazonas, puxa lá da cidade do Piauí, enfim, tudo é, assim, é poder de alguma forma entendendo que nós somos um time, viver é um esporte coletivo, nós vamos precisar muito né, cada vez mais entender isso. Então todos vocês, o meu agradecimento particular, eu tenho certeza de que todos aqueles que nos ouviram né, saem daqui inspirados por embaixadores, vocês são o Brasil que não apenas dá certo, mas que nos traz esperança. E que vocês realmente consigam né, trazer, e levar e construir um Brasil melhor do que nós viemos hoje. A todos vocês, de coração, obrigado e boa noite a todos que estão conosco.




Expediente

 Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editor de Política Eduardo Kattah / Editores Assistentes Mariana Caetano e Vitor Marques / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo e William Mariotto / Designer Multimídia Bruno Ponceano, Dennis Fidalgo, Lucas Almeida, Vitor Fontes e Maria Cláudia Correia / Edição de texto Fernanda Yoneya, Valmar Hupsel e Mariana Caetano

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