Economia & Negócios

Encontre sua vaga online em sites especializados em diversidade

Plataformas segmentadas unem oportunidades de emprego a currículos de pessoas negras, trans, com deficiência e 50+; especialistas dão dicas para facilitar a busca

24 de março de 2021 | 09h50


Camila Saplak, Milena Tomaz  e Victoria Netto


Encontrar a vaga de emprego ideal para pessoas diversas pode ser mais simples com a ajuda de algumas plataformas também criadas por profissionais que fazem parte de grupos minorizados no mercado de trabalho. “Às vezes, a empresa diz que não encontra perfis diversos porque só busca pessoas nas plataformas comuns”, diz a mentora Luanny Faustino, da consultoria CKZ Diversidade.

As empresas interessadas em contratar pessoas com determinado perfil podem usar essas plataformas segmentadas para facilitar o “match”. Há iniciativas exclusivas para pessoas negras, algumas voltadas para pessoas com deficiência, outras para trans e ainda as que focam em oportunidades para quem tem mais de 50 anos.

Mas isso não quer dizer que as empresas estejam anunciando a vaga exclusivamente nesses espaços. Do ponto de vista de quem vai contratar, usar plataformas específicas é mais uma maneira de garantir a diversidade nas candidaturas. Já quem se candidata deve cadastrar o currículo e pode buscar vagas filtrando por categoria, localidade e nível de escolaridade.

Para Maysa Mayara, candidato deve começar pelo autoconhecimento: ‘Qual vaga eu quero?’ e ‘O que eu almejo?’ são boas perguntas
Para Maysa Mayara, candidato deve começar pelo autoconhecimento: ‘Qual vaga eu quero?’ e ‘O que eu almejo?’ são boas perguntasArquivo Pessoal

A especialista em recolocação profissional Maysa Mayara, Top Voice Carreira 2021 no Linkedin, dá três dicas antes que você saia atrás de uma vaga em diversidade.



Dicas para chegar na sua vaga ideal

1Tenha foco e saiba seu valor: É comum, quando se precisa muito de um emprego, não parar para pensar, não avaliar o currículo ou não enxergar a carreira profissional como um todo. Pergunte-se sempre: “Qual vaga eu quero?, O que eu almejo?”. Saiba o seu valor e não “se apequene”, já que a sua diversidade só tem a agregar em qualquer ambiente de trabalho. Se você não pensar no seu futuro dentro da empresa ou na área para a qual você está aplicando, corre o risco de se desapontar e passar pela mesma situação repetidas vezes. As tentativas frustradas podem afetar a autoestima, mas tenha sempre em mente o seu potencial.

2Preste atenção ao currículo: Muitos bancos de vagas têm sistemas automáticos para “puxar” o currículo. Por isso, capriche nas palavras-chave. Além disso, um currículo assertivo é o que vai garantir que você passe para as outras etapas da seleção. Lembre-se sempre de valorizar suas qualidades, de contar sua trajetória profissional destacando as principais experiências e de enfatizar as características exigidas na vaga. Se você tem dúvidas sobre o que não deixar de fora do seu currículo e sobre o que inserir nele a respeito da sua diversidade, leia também esta reportagem.

3Tenha pensamento estratégico: Pense em estar em lugares que vão aumentar suas chances de conseguir uma colocação ideal. Para isso, além dos buscadores segmentados, capriche no Linkedin. A maior rede profissional do mundo tem grupos para pessoas 50+, LGBTQIA+, mulheres e PCDs, onde há headhunters procurando profissionais diversos e empresas divulgando suas vagas. Outra vantagem é que, na rede, você pode fazer network com profissionais que eventualmente podem indicar você.

Agora que você já sabe o que observar nesse tipo de recrutamento, listamos 17 plataformas que podem ajudá-lo na tarefa de encontrar a oportunidade ideal


● BlackVagas

A Black Vagas é uma vitrine de profissionais da comunidade negra desenvolvida pelo Movimento Black Money. A iniciativa busca potencializar a entrada de pessoas pretas no mercado de trabalho.
 Saiba Mais →

● Camaleao.co

É uma startup com intuito de oferecer soluções na busca de emprego para pessoas LGBT+. Criada em 2017, considera-se uma ponte entre empresas e os talentos “coloridos”, oferecendo consultorias, palestras e treinamentos para empresas diversas.
 Saiba Mais →

● Contrate uma mãe

Idealizado por profissionais de RH, inovação e comunicação, o Contrate uma Mãe é o primeiro banco de currículos do Brasil para a realocação profissional de mulheres que vivem a maternidade.
 Saiba Mais →

● Deficientes Online

O site Deficientes Online traz mais de 7.800 vagas destinadas para pessoas com deficiência. As oportunidades listadas vão do setor gastronômico até recursos humanos, vendas, TI e programação, entre outros.
 Saiba Mais →

● Egalitê

O Egalitê tem oportunidades para pessoas com deficiência em diversas áreas de atuação. A lista de clientes do banco de vagas inclui C&A, HP, Red Bull e Amil.
 Saiba Mais →

● EmpregueAfro

A consultoria foi criada em 2004 com o objetivo de promover diversidade étinico-racial nas empresas. Companhias como Microsoft, Google, Basf, Nike e Santander estão na lista de clientes da EmpregueAfro.
 Saiba Mais →

● Ganbatte

Ganbatte é um projeto social que conecta empresas a jovens periféricos. Oferece soluções em gestão da D&I, recrutamento, seleção e desenvolvimento de jovens profissionais de grupos periféricos (Classes Sociais CDE; Negros; Mulheres; LGBTQIA+; PcD).
 Saiba Mais →

● HerForce

A HerFoce é um recrutamento de mulheres que conecta profissionais a empresas que valorizam a diversidade. O diferencial é que a plataforma conta com um espaço para que as próprias funcionárias avaliem de forma anônima suas organizações.
 Saiba Mais →

● Indique uma Preta

A consultoria conecta mulheres negras ao mercado de trabalho por meio de vagas divulgadas no LinkedIn, Instagram e em um grupo no Facebook.
 Linkedin →
 Intagram
 Facebbok

● Labora

A Labora é focada em promover diversidade e inclusão geracional nas empresas por meio da tecnologia.
 Saiba Mais →

● Maturi

A Maturi, antiga MaturiJobs, foi criada em 2015 focada em auxiliar a recolocação de pessoas com 50 anos ou mais no mercado de trabalho.
 Saiba Mais →

● NURAP

O Núcleo de Aprendizagem Profissional e Assistência Social acredita na capacitação e inclusão de pessoas em vulnerabilidade no mercado de trabalho. Desenvolve desde cursos profissionalizantes, parcerias com empresas e recrutamento de candidatos.
 Saiba Mais →

● Oportunidades Especiais

O portal oferece apoio exclusivo a pessoas com deficiência na procura por empregos e inclusão.
 Saiba Mais →

● O Vagas PCD

É um site de currículos e vagas de emprego exclusivas para pessoas com deficiência. Lá, o candidato se cadastra e a empresa divulga as oportunidades. São mais de 88.000 currículos cadastrados e 4.281 oportunidades anunciadas. As vagas vão de estágio e trabalhos freelancer até CLT nas mais diversas áreas de atuação.
 Saiba Mais →

● Rede inclusiva - Rede cidadã

A iniciativa visa capacitar e direcionar pessoas com deficiência para as oportunidades de trabalho.
 Saiba Mais →

● Transcendemos

A consultoria Transcendemos tem um espaço no site destinado a banco de talentos. Por meio dessa área, busca conectar talentos LGBTQIA+, negros e pessoas de outros grupos sub-representados a empresas comprometidas com a diversidade e a inclusão.
 Saiba Mais →

● TransEmpregos

Criada em 2013, a plataforma TransEmpregos atua junto a empresas para inserir pessoas transgêneras no mercado de trabalho. Só em 2020, foram abertas 1.419 vagas diretamente para profissionais trans na plataforma - 794 profissionais conseguiram emprego. A iniciativa também auxilia corporações que querem mudar seu processo de contratação e torná-los acolhedores, seguros e equânimes para todos os colaboradores.
 Saiba Mais →


CV sem erro

Aprenda a montar um bom currículo para aquela empresa inclusiva

Veja onde e como destacar sua diversidade para fazer um CV que aumente sua chance no processo seletivo

A biografia é o lugar para humanizar o currículo, mostrar que a pessoa é singular, na opinião de  Andrea Schwarz, CEO da iigual Inclusão e Diversidade
A biografia é o lugar para humanizar o currículo, mostrar que a pessoa é singular, na opinião de  Andrea Schwarz, CEO da iigual Inclusão e DiversidadeDani Izidoro

Fernanda Bastos, Milena Tomaz e Nina Gattis


Um bom currículo é a chave para conseguir a oportunidade de emprego desejada, todo mundo sabe. Essa máxima vale ainda mais quando se quer destacar a diversidade no perfil. A construção deste verdadeiro cartão de visita requer autoconhecimento, paciência e pesquisa. Para começar, é importante conhecer a empresa para só então escrever o documento - sim, é bom ter currículos específicos, dependendo da vaga a que está concorrendo e da empresa na qual pretende trabalhar.

Elaborar textos descritivos sobre sua personalidade, elencar as principais experiências que vão contribuir para a vaga desejada e desenvolver todas as ideias em menos de duas páginas é um grande desafio. Por isso, o Estadão conversou com especialistas no desenvolvimento de carreira para pessoas negras, com deficiência, transgênero ou mais maduras, que explicam passo a passo como usar este documento a seu favor.

Endereço: Não é necessário nem indicado deixar o endereço completo: bastam Estado, cidade e, se quiser, bairro. Por questões de segurança e de privacidade, e também por motivos práticos - agora, muitos estão em home office.
Telefone: Precisa estar atualizado com o DDD. Indique a forma de contato preferencial. WhatsApp ou e-mail são alternativas em caso de deficiência auditiva ou de ausência de telefone.
E-mail: Deve estar atualizado e, de preferência, ser um endereço mais sóbrio, profissional.
LinkedIn: É uma boa pedida incluir no currículo seu perfil na rede profissional. Vários recrutadores começam a pesquisa por lá. Antes disso, porém, certifique-se de que ele está atualizado.
Biografia: Esse é um tópico que ajuda a humanizar o currículo e dar destaque à sua trajetória pessoal. Pessoas transgênero e PCDs podem incluir a informação aqui, sendo que estes também têm como criar área à parte, no fim do CV, para colocar as tecnologias assistivas necessárias, por exemplo.
Nome: A recomendação para pessoas transgênero é usar apenas o nome social. PCDs não devem inserir a condição ao lado do nome.  
Foto: Não é necessário incluir fotografia. Um currículo sem foto faz o recrutador ficar focado em suas habilidades - e não em sua aparência.
Qualificação: Destaque dos pontos fortes, qualidades técnicas e ferramentas comportamentais desenvolvidas ao longo da vida.
Experiência profissional: A área ajuda a definir a contratação. Os profissionais 50+ podem destacar aqui suas principais conquistas.
Formação acadêmica: Inclua a educação formal e também os cursos, principalmente os que são mais ligados à vaga específica. Não há problema se forem gratuitos.
Idiomas: A recomendação é de que estejam em uma área à parte, sem misturar com as demais qualificações. Em empresas que querem ser mais inclusivas, há a tendência de não usar no processo o fato de a pessoa falar ou não idiomas.

Agora que você já viu o básico, vale a pena se aprofundar na questão e tirar suas dúvidas. Por que, por exemplo, é recomendável que pessoas trans usem o nome social no currículo? Quem explica é a consultora Gabriela Augusto, da Transcendemos. “Se você coloca os dois (social e de registro), corre o risco de confundir o recrutador.”

O recomendado é utilizar o nome usado no dia a dia e, se a empresa não entender, já serve como um filtro. “Se a empresa não respeita seu nome social, não vai ser uma boa experiência trabalhar lá”, afirma.

Evite colocar os dois nomes - o social e o de registro - para não confundir o recrutador, alerta a consultora Gabriela Augusto, da Transcendemos
Evite colocar os dois nomes - o social e o de registro - para não confundir o recrutador, alerta a consultora Gabriela Augusto, da TranscendemosArquivo pessoal

Uma questão que surge com frequência é onde sinalizar, no currículo, as necessidades especiais de um profissional. E várias pessoas com deficiência acabam incluindo a informação no cabeçalho, ao lado do nome. No entanto, a CEO da iigual Inclusão e Diversidade, Andrea Schwarz, acredita que colocar a informação nesse local pode ser uma forma de rotular. “Acho que quando você se rotula como PCD, você está limitando o tipo de vaga que é ofertada”, explica.

Para a especialista, é importante ter um campo reservado para explicar a deficiência, mas não no cabeçalho, e sim no fim do currículo, onde devem ser listadas possíveis necessidades específicas para execução de suas atividades. “Importante também mencionar as tecnologias assistivas que precisará para o trabalho”, explica. Além disso, vale escrever “pessoa com deficiência” por extenso, para evitar usar a sigla “PCD”.

No caso de pessoas negras, Rafael Barbosa, analista de Recursos Humanos da EmpregueAfro, não recomenda a inserção de informações sobre a raça no documento. Para ele, é uma questão para ser abordada no decorrer do processo seletivo.

Quando você se rotula como PCD, você está limitando o tipo de vaga”

Andrea Schwarz, CEO da iigual

Andrea Schwarz acredita que a biografia é o espaço para a pessoa defender seu propósito. “Acho que tem de contar um pouco de você, da sua história, seu storytelling, humanizar mais esse currículo. Mostrar por que você é singular”, afirma a especialista.

Em relação a pessoas transgênero, Gabriela Augusto acha que esse é o lugar ideal para colocar essa informação. “A transição de gênero pode ir em um pequeno bloco de texto”, indica. “Há empresas que buscam por profissionais trans. Então, colocar isso no currículo faz muito sentido, assim como os pronomes de preferência, para mostrar que você tem familiaridade com estas questões de inclusão”, diz a consultora.

Como incluir a experiência profissional no currículo

Um currículo não pode ficar parado no tempo. E deve, sim, ser adaptado de acordo com a vaga que você está concorrendo. Essa realidade vale muito na hora de escolher as experiências para destacar. “É interessante dar mais espaço para as experiências que tenham relação com a vaga para a qual você está aplicando, filtrar as que fazem mais sentido para aquela empresa”, diz Gabriela Augusto. Se for relevante, vale a pena incluir um voluntariado ou uma participação em um centro acadêmico na faculdade.

O profissional maduro deve se atualizar sobre as ferramentas mais utilizadas pelas empresas, orienta Mauro Wainstock, da Hub 40+
O profissional maduro deve se atualizar sobre as ferramentas mais utilizadas pelas empresas, orienta Mauro Wainstock, da Hub 40+HUB 40+

Mauro Wainstock, sócio-fundador do Hub 40+, consultoria de diversidade etária e integração intergeracional, complementa que é importante escrever os resultados concretos que obteve, conquistas realizadas, projetos em que teve êxito e ações sociais. “Tudo em uma linguagem direta, simples, mas que transmita credibilidade e mostre a sua competência.”

O profissional 50+ precisa conhecer as ferramentas digitais mais utilizadas no mundo corporativo. Isso é imprescindível tanto para a sua adequada participação em testes, dinâmicas e entrevistas online quanto para o posterior treinamento e para o próprio trabalho, que está sendo executado de forma cada vez mais remota, destaca Wainstock.

De acordo com o especialista, características que antes eram seletivas hoje são obrigatórias no processo de recolocação. Estar sempre atualizado, inclusive para ter condições de se reinventar e encontrar novas oportunidades. Demonstrar resiliência e inteligência emocional, ter adaptabilidade e ser assertivo na comunicação tornaram-se exigências.

Com as soft skills, entender seus pontos fortes fica mais fácil”

Gabriela Augusto, diretora da Transcendemos

Entre as habilidades, é importante dar visibilidade aos pontos fortes, às qualidades técnicas e às ferramentas comportamentais, também chamadas de soft skills, desenvolvidas ao longo da vida.

A construção desta etapa do currículo começa antes da fase de elaboração, com  testes de personalidade para o autoconhecimento e de habilidades comportamentais, como 16 Personalities e Teste DISC.

Com as soft skills, entender seus pontos fortes fica mais fácil e isso é um insumo importante para o currículo, como orienta Gabriela Augusto, da Transcendemos.

Quero incluir meu portfólio. Como fazer?

Como anexar todos os exemplos de desenvolvimento profissional ao currículo? As opções são criar um site para colocar as peças e os trabalhos desenvolvidos ou uma plataforma que sirva como uma espécie de menu - como o Wix, para site, e o Linktree, para resumo. Ambos são gratuitos. Para disponibilizar o link do site ou do resumo no currículo, vai bem um encurtador de link, como o Bitly.

Mauro Wainstock recomenda caprichar indicando links que estejam em um blog, um site ou até mesmo nas redes sociais. “O importante é que sejam pertinentes com a vaga e possam agregar alguma informação adicional. A diversificação e qualidade deste material será proporcional ao impacto que ele causará no recrutador.”

Aliás, as redes sociais devem ser entendidas como parte da construção da sua imagem profissional. Se optar por colocar o número do WhatsApp no currículo, é preciso ponderação quanto à foto de perfil escolhida para a plataforma. “Não precisa ser uma foto de terno e gravata, completamente formal, mas uma foto mais sensual talvez deva ser evitada nesse canal”, diz Gabriela Augusto.

Mesmo que não coloque o Facebook no currículo, recrutadores podem encontrá-lo facilmente. “Recrutadores e pessoas da empresa podem buscar, navegar e se deparar com coisas que não são tão interessantes. Isso inclui não só fotos sensuais, mas, às vezes, até um posicionamento mais enérgico, mais incisivo, sobre alguma questão política”, afirma Gabriela. Neste caso, vale a pena fazer uma autoavaliação e se perguntar: “Se você não se conhecesse e entrasse nas suas redes, que imagem você teria sobre si?”

Colocar o Instagram ou o Facebook no currículo só faz sentido se essas plataformas forem contribuir para a candidatura, como no caso de cargos que têm como requisito habilidades de gerenciamento de redes sociais. Já o LinkedIn é muito utilizado em currículos.

No currículo, a recomendação é não incluir a raça, indica Rafael Barbosa, analista de RH da EmpregueAfro
No currículo, a recomendação é não incluir a raça, indica Rafael Barbosa, analista de RH da EmpregueAfroArquivo Pessoal

Seu perfil profissional no LinkedIn

Ter uma presença ativa no LinkedIn, que é a maior rede profissional do mundo, pode fazer toda a diferença na hora da contratação. No Brasil, são nada menos do que 47 milhões de usuários. “É uma valiosa ferramenta para o profissional se destacar”, explica Mauro Wainstock. “A rede possibilita transmitir e absorver conhecimentos e fortalecer a reputação, além de permitir que a pessoa construa e multiplique relacionamentos com RHs de empresas que eventualmente possam contratá-lo.”

Vale colocar que é pessoa com deficiência logo no topo do perfil do LinkedIn, aconselha Carolina Ignara, da Talento Incluir
Vale colocar que é pessoa com deficiência logo no topo do perfil do LinkedIn, aconselha Carolina Ignara, da Talento IncluirDivulgação

Uma ferramenta interessante, segundo especialistas, é a possibilidade de pedir recomendações aos contatos. “Essas ‘provas sociais’ são importantíssimas e contribuem significativamente para reforçar ainda mais o seu profissionalismo”, afirma Wainstock.

Para Rafael Barbosa, da EmpregueAfro, as interações são as melhores formas de se destacar na plataforma. “Adicionar os profissionais da sua área de atuação para conversas e trocas, bem como apresentação pelo chat com o resumo das vivências,  comentários em postagens, compartilhamento de publicações e participação em grupos e posts”, sugere o analista.

Assim como o currículo avulso, o LinkedIn também permite fazer o seu,  dividido em etapas. Se você quer especificar seu pronome de preferência, o mais adequado é fazer isso no campo do Título, que vem logo abaixo do nome. Se você é uma pessoa com deficiência, o melhor local é ao lado do nome.

“Diferentemente do currículo, ter essa informação logo no topo do perfil do LinkedIn ajuda recrutadores a encontrar você na busca”, explica Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir. Vale lembrar que o LinkedIn não possui um filtro específico para esse fim. Então, é preciso se adaptar da melhor forma. Pronto. Linkedin preenchido e currículo finalizado. Após uma revisão, é importante lembrar de salvar o documento em formato PDF, para não ser desconfigurado.


Para saber

Oito dicas para verificar se a empresa é inclusiva para valer

Dos selos de diversidade ao perfil dos porta-vozes das companhias no LinkedIn: veja como encontrar seu emprego dos sonhos

Usando o LinkedIn, por exemplo, você pode se conectar com quem trabalha na empresa e perguntar se o ambiente é inclusivo e respeitoso com as diferenças
Usando o LinkedIn, por exemplo, você pode se conectar com quem trabalha na empresa e perguntar se o ambiente é inclusivo e respeitoso com as diferençasUnplash

Camila Saplak, Nina Gattis e Victoria Netto


Com o tema diversidade ganhando espaço no meio corporativo, várias empresas passaram a se posicionar como inclusivas e aliadas de causas plurais. O problema é que muitas delas ainda não têm efetivamente políticas de inclusão. E como é que a gente sabe? Basta vasculhar na internet.

Se a empresa não age conforme o discurso, está à mercê de ser desmascarada, alerta a consultora Luanny Faustino, da CKZ Diversidade. “Nós já vimos CEO fazendo post sobre diversidade e inclusão (D&I) e, nos comentários, uma enxurrada de comentários de ex-colaboradores e atuais funcionários dizendo que não é bem assim.”

Para quem prioriza vagas em organizações que tenham política de D&I, existem diferentes formas de verificar se elas realmente praticam o que pregam, de acordo com a consultora. Aqui vão algumas:

1Pesquise em plataformas especializadas em monitoramento

Se você está de olho em uma vaga em um grande nome do mundo corporativo, vale a pena vasculhar o Glassdoor. Um dos maiores sites de vagas e recrutamento do mundo, publica uma lista com os melhores lugares para trabalhar. Entre os pontos avaliados está como as empresas lidam com diversidade e inclusão. Além disso, traz opiniões de pessoas colaboradoras (atuais ou ex), comparações salariais e relatos de entrevistas de emprego. Assim, dá para ficar por dentro da empresa antes mesmo de passar pela entrevista.

2Confira se a empresa tem selos de diversidade

Alguns selos institucionais concedidos por iniciativas públicas e privadas atestam o comportamento inclusivo de empresas. O Sistema B, por exemplo, visa à criação de uma comunidade global de CEOs e lideranças que acreditam em um mercado inclusivo, sustentável e equânime. Já o selo Great Place To Work (GPTW) avalia uma série de práticas, entre elas inovação, confiança e inclusão. O ranking tem categorias específicas para mulheres, público LGBTQIAP+, pessoas com deficiência e pessoas não brancas.


Outros selos para ficar de olho:

Selo de Direitos Humanos e Diversidade 
 Conferido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, reconhece boas práticas de D&I em organizações públicas, privadas e do terceiro setor. 

Selo Paulista da Diversidade
O objetivo do Governo de São Paulo é valorizar a diversidade no mercado de trabalho. Serve como garantia de que as instituições atuam dentro dos critérios de responsabilidade social.

Selo Sim à Igualdade Racial
 Concedido pelo Instituto Identidades Brasil, reconhece empresas com práticas para a efetiva promoção da igualdade racial. O selo tem três níveis de validação: compromisso, engajamento ou influência.  

Principles for Responsible Investments (PRI)
 Ligado ao mercado financeiro internacional, é apoiado pelas Nações Unidas. Quem investe usa esse indicador para checar as implicações de investimentos em princípios ambientais, sociais e de governança (ESG).

Global Impact Investing Network (GIIN)
Atua por meio da  troca de conhecimento e abordagens inovadoras de investimento, que levam em conta aspectos de responsabilidade social.

Global Reporting Initiative (GRI)
Auxilia empresas, governos e outros tipos de organizações a compreender e comunicar seus impactos em relação a questões como mudanças climáticas, direitos humanos e corrupção.

Selo Empresa Cidadã
O programa do Rotary atesta a responsabilidade social de empresas parceiras de acordo com doações destinadas a projetos humanitários.

Selo Empresa Inclusiva:
 Tem o objetivo de reconhecer e apoiar companhias que favorecem pessoas com deficiência física em contratação e programas de capacitação.

Selo de Apoio e Incentivo à Diversidade
Criado pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais, reconhece ações inclusivas na produção de jogos.


3Veja a ‘cara’ da empresa no LinkedIn

Não é novidade que as empresas vêm utilizando o LinkedIn para se comunicar com o mercado e mostrar muito além de lucros e receitas. Esse posicionamento mais humanizado e intimista oferecido pela rede social aproxima a empresa de clientes, pessoas colaboradoras e quem tem interesse em trabalhar na organização. Observe as publicações da empresa, há alguma referência a vagas inclusivas? Quem são as pessoas nos cargos de liderança? Existe diversidade entre quem colabora?

4Consulte empresas clientes ou parceiras de institutos confiáveis

No site do selo Great Place To Work, por exemplo, existe uma aba em que estão listadas todas as empresas certificadas. São mais de 60 páginas indicando nome, setor e localização. No ranking da Glassdoor, também é possível acessar um link que direciona você para vagas nas empresas listadas. Outra forma é verificar sites de consultorias de diversidade e inclusão e mapear quais as empresas que são clientes delas ou que são parceiras. Esse pode ser um termômetro e um “selo” indireto de que aquela corporação já tem estratégias de D&I em andamento. Algumas recomendações de sites são o da Mais Diversidade e do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR).

5Acione uma pessoa da empresa para entender a realidade

Quem melhor para explicar a realidade de uma empresa senão quem está ali no dia a dia? Entre em contato com alguém que já integra o time para entender se a empresa é de fato diversa ou se o papo de inclusão é da boca para fora. No LinkedIn, você pode encontrar quem colabora ao buscar pelo perfil da empresa, clicando no menu “Pessoas” para ter acesso à lista - ao menos de quem que também tem um perfil na rede social. Mas atenção: não pergunte para a primeira pessoa que aparecer. Dê preferência para pessoas com cargos não tão altos.

6Olhe as fotos dos porta-vozes da empresa

Se todos os porta-vozes tiverem a mesma faixa etária, o mesmo gênero e a mesma raça, isso não é um bom sinal. Há empresas que pregam a diversidade e a inclusão, mas reservam para esses colaboradores  apenas os cargos da base da pirâmide. Do que adianta empregar essas pessoas e não dar a elas uma possibilidade de crescimento? Companhias realmente diversas e inclusivas têm todos os tipos de colaboradores nos mais variados cargos. As vagas são preenchidas de acordo com as habilidades e as aptidões de cada indivíduo - e não com base em estigmas sociais.

7Questione a quem recruta quais as estratégias de D&I da empresa

Na hora da entrevista, o seu posicionamento também é importante. Você pode e deve perguntar qual o plano de ação de diversidade que a empresa tem. Se a pessoa recrutadora souber responder de imediato e trouxer informações concretas, é um sinal de que vive isso no dia a dia. Por outro lado, se houver hesitação ou forem dadas respostas vagas e imprecisas, esse é um indicativo de que a empresa não tem essas políticas implementadas no DNA. Isso porque, quando existem práticas e resultados de D&I e elas fazem parte da cultura da empresa, quem atua no recrutamento também deve saber falar a respeito de mudanças, avanços e metas.

8Descubra se a empresa participa de eventos que promovem inclusão

Fóruns de diversidade e inclusão com foco no ambiente corporativo são oportunidades de as empresas mostrarem o que têm feito nestes temas. Em geral, nesses eventos, as corporações fazem parte de painéis e compartilham aprendizados ou experiências positivas. Algumas dessas empresas inclusive patrocinam os fóruns e, por isso, costumam ser mais ativas em políticas de D&I dentro do próprio ambiente corporativo.


Na lei

Sem medo de ser quem se é: como comunicar a transição de gênero no trabalho

Pessoas transgênero têm direitos, como usar nome social no ambiente corporativo

Quando a transição de gênero passa a ser motivo de constrangimento, recomendação é procurar a ouvidoria e, na falta de providências, a delegacia
Quando a transição de gênero passa a ser motivo de constrangimento, recomendação é procurar a ouvidoria e, na falta de providências, a delegaciaBrendan McDermid/Reuters

Davi Medeiros e Letícia Simionato


Uma sereia não deveria ter de se apresentar como um tubarão. Essa é a analogia que a advogada Melissa Cassimiro faz quando se lembra dos primeiros anos de sua carreira, quando vestia terno e gravata em um escritório de advocacia. Mulher trans, ela conta que não tinha consciência de sua identidade de gênero à época, mas que já sentia desconforto expressando a masculinidade.

Ela começou a ajustar sua aparência de forma sutil, fazendo a sobrancelha, arrumando o cabelo, desafiando o dress code. Foi o suficiente para sentir dos colegas um ar de estranhamento, como se o escritório não lhe pertencesse. “No Brasil, não é preciso usar palavras, o olhar diz tudo”, afirma.

No decorrer dos anos, Melissa continuou sofrendo preconceito mesmo após mudar de empresa, ao passo que deixava o cabelo crescer e fazia procedimentos de feminização facial. Chegou, inclusive, a esconder um implante de silicone com um “binder”, tecido utilizado para reduzir a aparência dos seios. Assim que começou a se libertar da expressão masculina, passou a se sentir solitária. “As pessoas reconheciam que meu trabalho era bom, mas não me chamavam para almoçar”, diz. Foi só na multinacional de tecnologia Accenture, onde trabalha hoje como gerente de consultoria empresarial, que se sentiu confortável para expressar seu gênero de forma plena.

Preconceito durante a transição fez Melissa Cassimiro deixar emprego anterior e hoje é gerente de consultoria empresarial na Accenture
Preconceito durante a transição fez Melissa Cassimiro deixar emprego anterior e hoje é gerente de consultoria empresarial na AccenturePriscila de Nóbrega

Ao contrário de Melissa, que não teve acolhimento em seu primeiro emprego, Gustavo Prates, analista de Diversidade e Inclusão na IBM, comunicou à empresa assim que decidiu fazer sua transição de gênero. “Conversei com meu gerente e ele me disse que eu estava em um local seguro, e que eu seria bem-vindo com meu novo nome”, conta.

Segundo as advogadas Brenda Melo e Izadora Barbieri, especializadas em Direito LGBTQ+ e fundadoras do escritório Harmonia Jurídica, a comunicação com a empresa, quando possível, é fundamental para garantir um ambiente apropriado durante a transição de gênero. “Recomendamos aos nossos clientes que procurem o RH e exijam seus direitos, que incluem uso do banheiro adequado e tratamento correto quanto aos pronomes”, afirmam.

Para Prates, um dos principais fatores de acolhimento durante a transição foi justamente a existência de um banheiro sem distinção de gênero em seu local de trabalho, uma vez que a IBM já possuía preparo para receber pessoas trans.

‘Conversei com meu gerente e ele me disse que eu estava em um local seguro, e que eu seria bem-vindo com meu novo nome’, conta Gustavo Prates, da IBM
‘Conversei com meu gerente e ele me disse que eu estava em um local seguro, e que eu seria bem-vindo com meu novo nome’, conta Gustavo Prates, da IBMArquivo pessoal

Por outro lado, caso a empresa não tenha essa preocupação, é admissível que os funcionários sugiram treinamentos sobre diversidade, segundo as advogadas. Desta forma, situações semelhantes serão conduzidas acertadamente no futuro.

Já quando a transição de gênero passa a ser motivo de constrangimento no ambiente de trabalho, seja por comentários desagradáveis ou pelo não acatamento de direitos, a orientação das advogadas é procurar a ouvidoria, primeiramente, e, se não forem tomadas as providências cabíveis, abrir um boletim de ocorrência pelo crime de LGBTfobia. A mudança de gênero nos documentos da empresa, ressaltam as advogadas, é um direito que deve ser respeitado.

Sou privilegiado e tive acesso a hormônios, mas será que uma mulher negra trans de periferia, que não pôde fazer a mesma terapia, seria aceita da mesma forma?”

Gustavo Glasser, CEO da Carambola

O Boticário, uma das marcas mais associadas à diversidade no Brasil, segundo pesquisa de 2020 do Grupo Croma, integra a lista de companhias que dedicam equipes inteiras a esta temática. O mesmo levantamento diz que 60% dos brasileiros não consomem marcas com comportamentos preconceituosos.

Segundo o head de Diversidade e Inclusão do Grupo Boticário, Renato Amendola, as empresas se beneficiam quando investem em representatividade interna, no quadro de funcionários, e quando ofertam produtos que atendem à pluralidade característica da população brasileira.

“Às vezes, este tema dá a falsa impressão de um cabo de guerra, como se alguém tivesse de perder para alguém ganhar, mas não é sobre isso, e sim sobre todo o mundo puxando a corda para a mesma direção”, diz.

Investir em representatividade interna é benéfico, diz o head de D&I do Boticário, Renato Amendola
Investir em representatividade interna é benéfico, diz o head de D&I do Boticário, Renato AmendolaGuilherme Pupo

Segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% da população trans no Brasil tem a prostituição como fonte de renda. Se no mercado de trabalho formal muitos não têm abertura nem para expressar seu gênero corretamente, é ainda mais raro encontrar pessoas transgênero em cargos executivos.

Gustavo Glasser, homem trans e CEO da Carambola,  consultoria para inclusão e diversidade no segmento de tecnologia, sabe que é um ponto fora da curva. Para ele, o mercado avançou pouco em ferramentas de contratação de pessoas diversas, e muitas vezes se limita a aceitar a diferença somente quando esta foge pouco à cisnormatividade.

“É preciso notar que tipo de diversidade essas empresas querem. Eu sou trans e aparento uma pessoa cis, pois sou privilegiado e tive acesso a hormônios, mas será que uma mulher negra trans de periferia, que não pôde fazer a mesma terapia, seria aceita da mesma forma?”, questiona Glasser.


O que está na lei:

Em que é baseado o direito de retificar o nome na empresa?
No provimento número 73 do Conselho Nacional de Justiça, que regulamenta a alteração de nome e sexo no Registro Civil. Embora não haja uma lei específica sobre o assunto, a possibilidade de mudança no registro parte de um entendimento dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018, e vale para qualquer decisão em razão da mesma matéria. 

É necessário passar por terapia hormonal ou cirurgia para ter direito ao uso do nome social?
 Não. O STF permitiu que a pessoa transgênero faça a retificação do nome sem que haja requisito de intervenção cirúrgica ou hormonal, baseando-se somente em autodeclaração. A decisão tem embasamento constitucional ao assegurar o princípio da dignidade humana e dos direitos da personalidade.

Como proceder em caso de preconceito ou demissão?
Depois de esgotadas as possibilidades de resolução dentro da empresa, a ação pode ser levada tanto à esfera cível, onde poderá ser enquadrada como dano moral, injúria qualificada ou LGBTfobia, quanto à trabalhista. É importante não demorar para registrar um boletim de ocorrência na delegacia ou o direito pode decair. Vale frisar que, caso seja condenada por dispensa discriminatória ao fim do processo, a empresa pode ser obrigada a readmitir a vítima.

Como reunir provas?
 Se a discriminação ocorrer por meio de aplicativos de mensagens ou e-mail, a pessoa deve colher provas digitais, atentando-se ao fato de que captura de tela não é uma evidência confiável, pois pode ser apontada como montagem. O caminho correto é abrir uma ata notarial, que tem custo elevado, ou fazer upload das imagens na plataforma online Verifact, que obedece aos requisitos forenses para validá-las como prova. Quando a situação constrangedora ocorrer fora do meio digital, é preciso procurar colegas dispostos a testemunhar a favor da pessoa que sofreu discriminação. A testemunha ideal é aquela que estava por perto e notou o tratamento diferenciado. As advogadas da Harmonia Jurídica destacam que denúncias sem provas podem acabar sendo prejudiciais à vítima, pois desaguam em crime de denunciação caluniosa. Nesse caso, o Ministério Público pode processá-la por ter onerado o Estado. O cenário ideal, segundo as advogadas, é que funcionário e empresa tenham uma conversa franca sobre a transição logo no início do procedimento, o que ajuda a evitar estranhamento no ambiente de trabalho.



Para aprender

20 cursos gratuitos para alavancar a carreira de pessoas diversas

Instituições oferecem oportunidades gratuitas de capacitação profissional; alguns cursos têm recorte específico de raça, gênero e faixa etária; confira a lista completa



Não há desculpa para deixar de estudar: capacidade de aprendizado é característica valorizada no mercado de trabalho
Não há desculpa para deixar de estudar: capacidade de aprendizado é característica valorizada no mercado de trabalhoUnlash

Marcos Leandro e Victoria Netto


Liderança, soft skills, trabalho em equipe, inovação, gestão financeira e programação são conhecimentos cada vez mais requisitados no mercado de trabalho. Pensando nisso, diversas instituições têm oferecido cursos online e gratuitos, muitos deles destinados a grupos sub-representados no mercado de trabalho, como mulheres e homens negros/as, pessoas trans e travestis, além de profissionais com idade superior a 50 anos.

O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, por exemplo, oferece mais de 300 cursos gratuitos em diferentes áreas voltados só para quem é 50+. Outras iniciativas, como a {reprograma} e EducaTRANSforma trazem formações exclusivas de TI e programação para mulheres, jovens negros e pessoas transgêneras ou travestis.

O setor de tecnologia, aliás, está cheio de oportunidades para quem tem qualificação. Não à toa, foi um dos grandes destaques de contratações ao longo de 2020. Só no último ano, o número de vagas abertas nesta área cresceu 310%, segundo a GeekHunter, empresa de recrutamento especializada na contratação de profissionais do ramo. Mas não é só de tecnologia que o mercado carece... Então, aproveite para aprimorar seus conhecimentos e dar uma alavancada na carreira. Melhor ainda: todos os 20 cursos são gratuitos.

Veja abaixo a lista com cursos:


● Back-end com Accenture

Curso intensivo e a distância de programação back-end, lançado pela {reprograma} em parceria com a Accenture Brasil com o objeitvo de formar mulheres trans e cisgênero para diminuir a lacuna de gênero no mercado de tecnologia. Requisitos: Ensino Médio completo e residência em São Paulo ou Recife e regiões metropolitanas. Inscrições até 12/04/2021. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Mulheres (brancas, negras, cis, trans). Carga Horária: Não consta.
Saiba mais →

● Básico de Orientação Financeira

O conteúdo apresenta fundamentos básicos de educação financeira, essenciais para ajudar os que precisam organizar as finanças da família e até do próprio micronegócio, que pode ter sido criado neste momento para gerar renda extra e vai precisar de disciplina financeira pessoal para se manter. O conteúdo inclui como elaborar o orçamento doméstico, definição de metas familiares, fundo de emergência e renegociação de dívidas. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga Horária: 1 hora.
Saiba mais →

● Capacitação em TI

Módulos de ensino voltados para social media, infraestrutura, programação, desenvolvimento web, bancos de dados, desenvolvimento mobile, design e qualidade de software. Além disso, a formação inclui workshops de aperfeiçoamento relacional, voltados para atuação no mercado de tecnologia, trabalho em equipe e desenvolvimento pessoal. As inscrições para as turmas abrem ao menos uma vez por ano. Promovido pela EducaTRANSforma. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Transgêneros, travestis e pessoas não-binárias. Carga Horária: Cursos de 24h, 36h e 48h.
Saiba mais →

● Como cuidar do seu negócio

O objetivo do curso é preparar o profissional que decidiu empreender ou está querendo empreender, para que alcance o sucesso com a gestão do seu próprio negócio com informações que estimulam o autoconhecimento no lidar com o dinheiro, a melhora na saúde financeira e o consumo consciente do crédito. Promovido pelo Serasa Experian. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga Horária: 1 hora.
Saiba mais →

● Competências pessoais requisitadas no mercado de trabalho

Diferencie-se dos demais e desenvolva as competências pessoais que os empregadores mais valorizam, desde fundamentos de comunicação e como trabalhar em equipe até as mais avançadas, como habilidades de pensamento crítico. Do LinkedIn Learning. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga Horária: 8 horas e 44 minutos.
Saiba mais →

● Design Thinking

Descubra a abordagem que empresas como Google, Apple e Netflix estão utilizando nos processos de transformação digital e desenvolva produtos com foco em resultado. O conteúdo do curso aprofunda modos de pensar, métodos ágeis, ferramentas, inovação, design de serviços, aplicação, MVPs e mais. Promovido pela FIAP. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga Horária: 40 horas.
Saiba mais →

● Estruturando a Equipe

O curso possibilita conhecer e aplicar os instrumentos e processos interpessoais e de grupo que propiciam a cooperação e motivação da equipe para otimizar resultados e conquistar metas. Promovido pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Quanto custa? Gratuito com emissão de certificado. Público-alvo: Pessoas 50+. Carga Horária: 2 horas.
Saiba mais →

● Eu Programo

Curso de introdução à programação com foco em desenvolvimento web. As aulas são gravadas e 100% online, com seis módulos que abordam HTML, CSS, JavaScript e lógica de programação. Promovido pelo Progra{m}aria. Quanto custa? Há três valores para contemplar diferentes perfis de renda (R$ 74,90, R$ 104,90 ou R$ 149,90). Público-alvo: Mulheres (brancas, negras, cis e trans). Carga Horária: Não consta.
Saiba mais →

● Inglês

O curso de inglês da Kultivi traz 248 videoaulas gravadas com conteúdos que vão do nível básico ao intermediário, podendo-se alcançar um aprendizado avançado a partir das práticas, conversações e consultas nos materiais disponibilizados para download. Promovido pelo Kultivi. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Aberto ao público em geral. Carga Horária: +100 horas.
Saiba mais →

● Introdução do Tema da Liderança

A competência de liderança é uma das mais requisitadas no mundo atual, por isso o curso apresenta os conceitos básicos de liderança e a importância do autoconhecimento e da autoliderança. Promovido pela FGV. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga horária: 5 horas.
Saiba mais →

● Liderança com Inteligência Emocional

O curso mostra como desenvolver a inteligência emocional para atuar melhor ao liderar equipes, trabalhar com os colegas e gerenciar as relações com os superiores. Promovido pelo LinkedIn. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga horária: 1 hora e 46 minutos.
Saiba mais →

● Língua Brasileira de Sinais

O que é? A disciplina apresenta os aspectos fundamentais da Libras, abordando temas sobre a comunidade surda e as questões sociais e educacionais que a envolvem. Com a apresentação dos conteúdos, pretende-se promover condições e direcionamento para que os alunos se aprofundem na temática. Promovido pela USP. Quanto custa? As aulas e os materiais podem ser acessados gratuitamente, mas não há certificação. Público-alvo: Comunidade surda e público em geral. Carga horária: 120 horas.
Saiba mais →

● Lógica para o Futuro +50

O que é? Curso de lógica voltado a pessoas com mais de 50 anos. As aulas são pensadas para que as pessoas inscritas entendam os termos, exemplos e aplicações de um profissional de programação. O conteúdo inclui Introdução à computação, Introdução à lógica, Introdução à lógica de programação e Estruturas lógicas. Promovido pela Soul Code. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Pessoas 50+. Carga Horária: 40 horas.
Saiba mais →

● Motivação nas Organizações

Manter os colaboradores satisfeitos e motivados impacta diretamente nos resultados de uma empresa. Esse curso analisa e discute desafios recorrentes no mundo corporativo e teorias sobre motivação, frustração e mecanismos de defesa. Promovido pela FGV. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga horária: 5 horas.
Saiba mais →

● Programação Python

A linguagem Python é considerada uma das melhores para iniciantes na programação, além de ser muito versátil. Aprenda os principais recursos desta linguagem em um curso completo. Promovido pela FIAP. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga Horária: 80 horas.
Saiba mais →

● Resiliência: uma competência essencial

Resiliência é um tema em ascensão no mundo organizacional. O objetivo do curso é aprofundar o conceito de resiliência e as atitudes para lidar com problemas no ambiente corporativo. Promovido pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. A quem se destina? Pessoas 50+. Quanto custa? Gratuito com emissão de certificado. Carga horária: 6 horas.
Saiba mais →

● Reuniões por videoconferências

Neste curso são abordados conceitos sobre o tema "reuniões por videoconferências", apresentando os tipos de reuniões e os passos para o planejamento, gestão da reunião e registro dos assuntos decididos. Promovido pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Quanto custa? Gratuito com emissão de certificado. Público-alvo: Pessoas 50+. Carga Horária: 6 horas.
Saiba mais →

● Torne-se um Gestor de Projetos

Gestores de projeto são catalisadores de mudanças. Inspire sua equipe a trabalhar com visão, tendo em mente uma causa comum e a gerenciar projetos desde o início com as técnicas e instrumentos mais eficazes. Qual a instituição? Linkedin Learning. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral. Carga horária: 20 horas e 41 minutos.
Saiba mais →

● TransFormação - Entrada no Mercado de Trabalho

O que é? Curso dedicado para pessoas transgêneras que buscam se preparar para entrar no mercado de trabalho. O conteúdo, dividido em quatro módulos, inclui habilidades subjetivas, identidade profissional, conhecimentos jurídicos e habilidades digitais. A formação também tem audiodescrição. Promovido pelo TransEmpregos. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Pessoas trans, travestis e não-binárias. Carga Horária: Não consta.
Saiba mais →

● User Experience

A UX é responsável por criar experiências de usuário impecáveis. Indo além do conceito, o curso traz conteúdos que permitem criar protótipos funcionais para a sua persona ou cliente ideal. Entre os tópicos abordados, destacam-se heurísticas, usabilidade, design, pesquisa, dados, métodos ágeis, priorização, testes A/B e Analytics. Promovido pela FIAP. Quanto custa? Gratuito. Público-alvo: Público em geral.Carga Horária: 60 horas.
Saiba mais →




Expediente

Coordenação e edição Carla Miranda e Luana Pavani / Reportagem Alunos do 10° Curso Estadão de Jornalismo Econômico: Bruna Camargo, Camila Saplak, Carolina Unzelte, Cris Almeida, Davi Medeiros, Erick Matheus Nery, Evandro Almeida Jr, Fernanda Bastos, Guilherme Bianchini, Gustavo Côrtes, Igor Soares, Ilana Cardial, Jefferson Perleberg, João Paulo dos Santos, Letícia Simionato, Luiza Ferraz, Marcos Leandro, Marianna Gualter, Milena Tomaz, Nina Gattis, Rebeca Soares, Sandy Oliveira, Thiago Ramos, Victoria Netto e Wesley Gonsalves / Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo, Carlos Marin e William Mariotto / Ilustrações Bruno Ponceano / Designers multimídia Dennis Fidalgo, Lucas Almeida e Vitor Fontes / Infografistas multimídia Diogo Shiraiwa e Gisele Oliveira

O Estadão deixou de dar suporte ao Internet Explorer 9 ou anterior. Clique aqui e saiba mais.