Link

Role para ver a série completa

Surgidos no meio da década de 2010, os relógios inteligentes apareceram com a promessa de serem substitutos do smartphone, tal como numa realização dos quadrinhos de Dick Tracy. Não rolou, mas ao longo dos anos, a categoria se transformou em queridinha de quem pratica atividades físicas ou precisa cuidar da saúde. Não é à toa: graças a sensores e inovações, os relógios inteligentes têm um monitoramento robusto do corpo do usuário, com direito até a eletrocardiograma e medição do nível de oxigênio no sangue em alguns aparelhos.

O apelo fitness da categoria foi tanto que ela até gerou uma segunda categoria, a das pulseiras inteligentes, dedicadas a quem deseja “testar a água” do universo dos vestíveis. Além da sofisticação, porém, os relógios inteligentes trazem ainda outra “funcionalidade” importante: a moda. Graças a parcerias com marcas como Hermès e Nike, a Apple, por exemplo, elevou o dispositivo ao nível de aparelho de luxo. Dependendo da pulseira e do corpo, usar um relógio inteligente pode ser um símbolo de status, tal qual os clássicos relógios suíços.

Seja você um fashionista ou alguém que só quer se exercitar de olho nos dados, introduzimos abaixo alguns dos principais modelos de relógios inteligentes disponíveis no Brasil. Vale a ressalva de que colocamos abaixo o preço sugerido pelas fabricantes. Até a Black Friday, é bastante possível que esses valores caiam. Fique de olho!

Apple Watch Series 6: em time que está ganhando...

O Apple Watch Series 6 continua a ser tudo o que se espera de um relógio inteligente da Apple: sincroniza perfeitamente com o iPhone, é um bom dispositivo para monitorar a saúde e registrar exercícios e, tão importante quanto, é um acessório bonito o suficiente para ser colocado no pulso o dia inteiro, à mostra de todos. Permanece bom o que sempre foi bom. O preço, no entanto, mudou e sofreu reajustes com a escalada do dólar em 2020.

Como novidade, há um medidor de oxigênio no sangue, que pode ajudar a monitorar a intensidade de treinos e auxiliar em escaladas de alta altitude. O oxímetro se junta a outros dois sensores conhecidos do relógio (monitoramento de batimentos cardíacos e o eletrocardiograma) e reforça o apelo fitness do Apple Watch, principal vantagem sobre os concorrentes da categoria.

A nova versão do sistema operacional, o watchOS 7, traz o Modo Sono. Nele, o sono é monitorado pelo relógio enquanto você dorme e o aparelho envia alertas sobre qual é a hora correta de ir para a cama e se o dispositivo terá bateria suficiente para aguentar a noite inteira trabalhando silenciosamente no pulso.

Não houve melhorias na bateria do relógio, que costuma durar um dia inteiro de intenso uso (ou dois se você não permanece com o aparelho sempre), sem usar chip próprio de conexão móvel de celular. A vantagem é que, desta vez, a Apple conseguiu diminuir o tempo de recarga completa para 90 minutos. É tempo suficiente para levantar da cama, colocar o smartwatch para carregar, tomar banho, preparar um café da manhã, ler as notícias do dia e colocá-lo no pulso novamente, com 100% de carga.

Apple Watch SE: mais relógio por menos

O Apple Watch SE é, talvez, a melhor opção para experimentar aquilo que a Apple propõe no mundo dos relógios inteligentes. Apesar do nome, internamente ele já é conhecido do público: seus componentes são os mesmos do Apple Watch Series 4, lançado em 2018.

Dessa maneira, a experiência é muito parecida com aquilo que o antecessor oferecia. Isso significa que a bateria deve durar cerca de dois dias, dependendo do usuário, claro. A recarga é feita por meio de um carregador que se acopla magneticamente à traseira do aparelho – o processo demora cerca de duas horas.

A performance durante a prática de exercícios é bastante satisfatória. Ele permite acompanhar e customizar treinos e, mais importante, não perde o monitoramento cardíaco ainda que o usuário esteja encharcado de suor – nem todo relógio, principalmente os modelos mais baratos, consegue tal façanha.

Como esperado, ele permite acompanhar notificações, como e-mails e WhatsApp, além de permitir controlar alguns apps específicos. É, por exemplo, muito interessante poder controlar o Spotify no meio da corrida.

As principais diferenças entre o SE e o Series 6 é que o SE não mantém a tela sempre ligada – é necessário levantar o pulso ou apertar algum botão para que o painel seja ativado. Ele também não permite a customização de interface por terceiros, não monitora a oxigenação sanguínea e nem permite fazer um ECG (eletrocardiograma).

Nenhuma das quatro ferramentas é fundamental para a experiência de quem pretende usar o relógio no dia a dia, sem se preocupar (tanto) com a saúde. Considerando que o SE custa R$ 1.200 a mais que o Series 3, de 2017, e R$ 1.400 a menos que o Series 6, o Apple Watch SE é mais relógio por menos.

Huawei Watch GT 2: bom para exercícios, mas pouco ‘inteligente’

O Huawei Watch GT 2 é um ótimo rastreador de exercícios. Ele é excelente para quem está começando a se mexer. Afinal, tem treinos de corrida básicos, com indicações de quando andar, quando correr por pouco tempo, quando voltar a andar. Além disso, também traz informações importantes para quem é mais avançado. Quer correr 30 minutos? Uma hora? Defina a meta e saia correndo, simples assim.

O aparelho mostra em tempo real dados de desempenho, números de passos e distância e, no final do exercício, traz um resumo de tudo que foi feito: ritmo, passos, distância, altitude, volume de oxigênio máximo e até mesmo a elevação do terreno percorrido. É um pacote completo de informações úteis que servem para comparação da melhoria do desempenho.

Ele pode ficar até 15 dias longe da tomada. Se você faz exercícios regularmente e usa o GPS para rastrear os movimentos, porém, pode ser que precise recarregar a bateria uma vez por semana – o que é um fator excelente em um produto desses.

Por outro lado, o Huawei Watch GT2 ainda engatinha na questão do “relógio inteligente”. Roda um sistema proprietário, bastante limitado na integração com outros recursos: não é possível responder mensagens do WhatsApp, por exemplo.

Ele traz duas opções de tamanho, com caixas de 42 mm e 46 mm – este último lembra bastante um relógio convencional, mais voltado ao público masculino.

Samsung Galaxy Watch Active 2: mantendo a rivalidade

O Samsung Galaxy Watch Active 2, da Samsung, segue um desenho mais universal e básico, com uma tela redonda sensível ao toque e dois botões na lateral, sem uma coroa protetora.

A bateria precisa ser recarregado a cada dois ou três dias – depende muito da intensidade de exercícios e de aplicativos abertos no próprio relógio. Ele tem carregamento sem fios embutido, e pode ser recarregado usando baterias externas ou bases de carregamento sem fio.

Ele é compatível com smartphones com Android ou iOS. No sistema do Google, usa o app Galaxy Wearable para permitir instalar e gerenciar aplicativos, novas faces para o relógio e atualizar apps existentes e o Samsung Health para lidar com exercícios. Também gerencia todas suas notificações e permite responder e-mails,

Tem sensores que medem batimentos cardíacos em tempo real e avaliam capacidades de respiração e até mesmo do estresse do seu usuário naquele momento. Porém, sua filosofia mais generalista ao se tratar de acompanhar os exercícios físicos.

Os modos de treino são mais genéricos. Quer correr? Basta ativar o programa no relógio e sair correndo, literalmente. Consegue detectar exercícios de forma automática (qualquer caminhada de 10 minutos já começa a contar, em média) e, por ser à prova d’água, consegue medir o desempenho de nadadores.

Expediente

Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo, Carlos Marin, Glauco Lara e William Mariotto / Edição de texto Bruno Capelas e Bruno Romani / Reportagem  Henrique Martin, especial para o Estado, Bruno Romani e Guilherme Guerra / Designers Multimídia Danilo Freire, Dennis Fidalgo, Lucas Almeida e Vitor Fontes