Infográficos

Lula quer voltar ao centro com Alckmin de vice

Ex-presidente busca antigos aliados para se apresentar como opção moderada ao eleitorado e ao mercado em 2022; contra a reeleição de Bolsonaro, ex-tucano Geraldo Alckmin aceita ser vice

Adriana Ferraz

27 de outubro de 2021 | 14h50

Atualizado em 23 de maio de 2022 | 12h30


Ele voltou ao jogo eleitoral por decisão do relator da Operação Lava Jato. Ao anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Justiça Federal do Paraná, a mesma que abrigou por mais de 20 anos o ex-juiz Sérgio Moro, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mudou o xadrez político de 2022 e bagunçou os planos da direita e da esquerda de ocupar a vaga de Jair Bolsonaro.

Liberado para disputar sua sexta eleição presidencial, Lula disparou nas pesquisas de intenção de voto e assiste às dificuldades de partidos do centro emplacarem um candidato que possa impedir que ele dispute com Bolsonaro o destino do Brasil a partir de 2023. Mas não faz isso de maneira parada. Enquanto os adversários não entram em acordo, o petista já lançou o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, agora no PSB, como seu vice na chapa e segue na busca de ser visto com um nome também de centro.


Conheça os candidatos



No lançamento da pré-campanha, Alckmin afirmou que a aliança com Lula é “um chamado à razão” e chamou “as demais forças políticas” a se juntarem ao projeto com o petista. “Venham se juntar a nós. As próximas eleições guardam peculiaridade: será um grande teste para nossa democracia. Sem Lula não haverá alternância de poder e sem alternância de poder não haverá garantias para nossa democracia”, afirmou.

No mesmo ato, Lula fez aceno a lideranças no centro em busca de novas alianças. Até aqui, já declararam apoio ao petista o PSB, PCdoB, PSOL e Solidariedade. “Mais do que um ato político, essa é uma conclamação. Aos homens e às mulheres de todas as gerações, todas as classes, religiões, raças e regiões do País. Para reconquistar a democracia e recuperar a soberania”, afirmou.



Quiz





Lançada oficialmente a pré-candidatura, a estratégia de Lula e Alckmin a partir de agora é buscar melhor posicionamento nas redes sociais, afinar o discurso e ganhar espaço no Sudeste. Para emplacar um novo rumo à campanha, o PT ainda precisa organizar o comando da comunicação, que sofreu um apagão nas últimas semanas com a saída do ex-ministro Franklin Martins do posto. O partido definiu que o deputado federal e ex-presidente nacional da sigla Rui Falcão (SP) dividirá a área com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva.

Entre as mudanças acertadas, o PT decidiu abrir espaço para Alckmin na cúpula de sua campanha ao Planalto. A ideia é que o vice na chapa tenha protagonismo, indicando três nomes para a equipe de plano de governo e mais dois nomes para a coordenação política. Além do ex-governador, para reforçar o simbolismo de uma inflexão ao centro, a direção petista quer atrair nomes históricos do PSDB que permanecem filiados ao partido rival e manter a agora esposa de Lula, a socióloga Janja, cada vez mais em evidência.

Janja tem assumido protagonismo. Em eventos importantes da pré-campanha, sempre se fez presente. Também tem frequentado as reuniões no Instituto Lula e na Fundação Perseu Abramo. Em 2021, capitaneou no partido a criação de uma setorial dos Direitos dos Animais. Partiu dela a ideia de regravar o jingle “Sem medo de ser feliz”, de 1989, como uma espécie de presente ao petista. Ao lado de nomes como Martinho da Vila, Paulo Miklos, Chico Cesar e Zélia Duncan, a socióloga também solta a voz no novo clipe da música, famosa pelo refrão “Lula Lá”, de Hilton Acioli.


 Expediente

Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo, Carlos Marin e William Mariotto / Editor-coordenador de Política Eduardo Kattah / Editores assistentes de Política Mariana Caetano e Vítor Marques / Edição Fernanda Yoneya e Valmar Hupsel Filho / Reportagem Adriana Ferraz / Designers multimídia Bruno Ponceano e Lucas Almeida / Ilustrações Di Vasca / SEO Amanda Lopes 

O Estadão deixou de dar suporte ao Internet Explorer 9 ou anterior. Clique aqui e saiba mais.