Caso dos Beagles: Royal anuncia fim de pesquisa no interior de SP

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Foto do author José Maria Tomazela

Após ser invadido por ativistas em 18 de outubro e ter 178 beagles roubados, o Instituto Royal anunciou nesta quarta-feira, 6, o fim das pesquisas com animais na unidade de São Roque, a 66 quilômetros de São Paulo. Em nota, a direção cita como motivos para o fechamento o "ambiente de insegurança" e "elevadas e irreparáveis perdas sofridas".

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A invasão e a retirada dos cães fizeram com que o instituto perdesse "quase todo o plantel de animais e aproximadamente uma década de pesquisas", segundo a nota divulgada. A interrupção acarretará no desligamento de funcionários, já comunicados da decisão. Foi mantido apenas o Comitê de Ética, formado por veterinários, biólogos e membros da Sociedade Protetora dos Animais. A decisão não afeta, por enquanto, a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não ocorre experimentação em animais.

Na nota, o instituto lembrou que realiza desde 2005 testes pré-clínicos de remédios usados no tratamento de doenças como câncer, diabete, hipertensão e epilepsia, entre outros. Informa ainda que a partir de agora as pesquisas terão de ser feitas fora do País, até que outro laboratório seja credenciado pelo Conselho Nacional de Controle e Experimentação (Concea).

Novo alvo. Enquanto comemoravam o fechamento do Instituto Royal, ativistas elegeram nesta quarta-feira um novo alvo na cidade: os laboratórios da Tecam Tecnologia Ambiental. Segundo eles, a companhia também realiza testes com animais. Com sede em São Paulo, a empresa tem laboratórios e um biotério para criação de roedores em Carmo, zona rural de São Roque.

O promotor Wilson Velasco, que apura denúncias de maus-tratos no Instituto Royal, afirmou que as atividades da Tecam também serão investigadas. "Faremos uma nova reunião e, se houver irregularidade, vamos apurar." A diretora da Tecam, Cíntia Pestana, afirmou que a empresa não usa cães. "Somos uma pequena empresa privada, não recebemos dinheiro público e os únicos animais utilizados são camundongos." Segundo ela, os funcionários estão assustados. "Estamos muito temerosos com essa perspectiva de uma invasão aqui."

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Nesta quarta, cerca de 50 ativistas fizeram um protesto na frente do Fórum de São Roque contra a suposta demora na apuração de maus-tratos no Royal. Apesar de ter sido informado de que o instituto havia decidido encerrar as atividades no município, o grupo manteve o ato. O protesto ocorreu sob forte esquema de segurança para a região - 30 policiais militares e 25 guardas municipais isolaram o fórum. A via pública foi interditada e o trânsito, desviado. Em cima de um carro de som, o ativista Leandro Ferro criticou o promotor que apura as denúncias de maus-tratos e disse que ele deveria ser substituído.

Invasão. O Instituto Royal foi invadido em 18 de outubro por ativistas em defesa do direito dos animais que afirmam que os bichos sofriam maus-tratos no local. O grupo, com 80 integrantes, retirou 178 beagles, adultos e filhotes, e vários coelhos. Ratos e camundongos usados em testes foram deixados. O prédio foi arrombado e o laboratório, destruído. Na época, os prejuízos materiais foram estimados em R$ 300 mil.

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