Cinco instituições públicas do País são mal avaliadas pelo MEC

Elas tiveram Índice Geral de Cursos igual a 2 - a nota vai de 1, a pior, até 5; ministério pede ações de supervisão

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Cinco universidades públicas apresentaram, pelo segundo ano consecutivo, baixo desempenho na avaliação do Ministério da Educação (MEC). As Universidades de Rio Verde (Fesurv), Estadual de Alagoas (Uneal), Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Estadual de Goiás (UEG) e Estadual de Roraima (Uerr) tiveram, em 2008 e 2009, Índice Geral de Cursos da Instituição (IGC) igual a 2.

 

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O IGC é o indicador de qualidade das instituições de ensino superior, analisando cursos de graduação e pós-graduação. O resultado pode ser lido em faixas que vão de 1 (nota mínima) a 5 (nota máxima). Os últimos dados, referentes a 2009, foram divulgados no início deste ano.

 

Em relação ao IGC baixo das universidades estaduais, o MEC afirma que é responsável pela regulação das instituições e cursos do sistema federal de ensino, do qual fazem parte as instituições federais e privadas. Dessa forma, no caso das estaduais e municipais, a competência pela regulação é das secretarias e dos conselhos de educação. A pasta afirma que, nessas situações, tem recomendado que Estados e municípios adotem ações de supervisão semelhantes às desenvolvidas pelo governo federal.

 

Justificativas. O pró-reitor de graduação da Uneal, Antônio Xavier, admite que é difícil alcançar um IGC melhor. "Somos uma universidade muito jovem (cinco anos com tal configuração) e com uma cultura acadêmica marcada pela cultura política herdeira das oligarquias locais." Antes de se tornar universidade, a Uneal era uma fundação universitária conhecida como Funesa. Segundo ele, há ainda problemas como a falta de concursos para professores efetivos e de investimento em infraestrutura.

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O reitor da UEG, Luiz Antônio Arantes, destaca que a pontuação que alcançada foi apenas 1 ponto abaixo do limite da faixa do IGC, o que seria considerado um índice satisfatório. "Esse fato deve ser visto como algo desafiador e levar a UEG a revisar profundamente sua política para os cursos de graduação." Ele destaca que a UEG está entre as três instituições com o maior número de cursos que fizeram o Enade nos últimos três anos.

 

Já a Fesurv diz não concordar com a avaliação do MEC. "Os resultados são velhos e não refletem a realidade. Da coleta até a divulgação são dois anos, um intervalo muito grande considerando a dinâmica educacional", diz o reitor Sebastião Lázaro Pereira, que assumiu a reitoria em abril. Para ele, o Enade é muito focado no questionário socioeconômico. "Isso nos parece pouco lógico se a proposta é realmente avaliar." Segundo ele, várias ações e investimentos foram feitos para sanar as deficiências encontradas. A Fersuv é mantida por uma fundação municipal.

 

A Uncisal não respondeu aos questionamentos do Estado. A reportagem não conseguiu contato com a Uerr.

 

PARA ENTENDER

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MEC tirou autonomia de entidades ruins

 

Em janeiro, o MEC tirou a autonomia universitária de 15 instituições de ensino superior. Elas foram punidas por apresentarem baixo desempenho no primeiro ciclo do Sistema Nacional da Educação Superior (Sinaes), período 2007-2009. Todas são privadas.

 

Com o fim da autonomia universitária, elas não podem criar cursos ou aumentar o número de vagas sem pedir autorização ao ministério. Para recuperar a independência, elas terão de apresentar resultado satisfatório nas próximas avaliações.

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