Sistema Cantareira esgota volume útil e depende apenas de volume morto

O principal conjunto de reservatórios de água da região metropolitana de São Paulo deve esgotar até o final desta semana seu volume útil e passará a operar apenas com a chamada "reserva técnica", pouco menos de dois meses depois que esse recurso, também conhecido como "volume morto", começou a ser usado. O conjunto de represas do Sistema Cantareira mostrava nível de 18,7 por cento nesta quinta-feira, nível que inclui 18,5 pontos percentuais de acréscimo que havia sido incorporado em 15 de maio com a utilização do volume morto. A água do volume morto é aquela que fica empoçada abaixo do nível de captação das comportas e precisa ser bombeada para conseguir chegar às estações de tratamento. Não fosse a utilização do volume morto, o nível do Sistema Cantareira, que abastece cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana, o nível das represas seria de 0,2 por cento nesta quinta-feira, segundo dados da empresa estadual de abastecimento e saneamento, Sabesp. Na véspera, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que não via mais como necessário a adoção de penalidade para consumidores que não reduzirem seu consumo de água, mas que a decisão é de competência da agência reguladora estadual Arsesp. Desde 24 de maio, quando o nível de água do sistema estava em 25,7 por cento, incluindo o volume morto, os reservatórios do Cantareira têm baixado. A média de redução é de cerca de 0,15 ponto percentual por dia, que implica em um esgotamento da água do sistema por volta de novembro, se as chuvas não retornarem a partir do final de setembro, como previsto por meteorologistas. Enquanto isso, o Sistema Alto Tietê, de onde a Sabesp tem transferido água para ajudar a conter a redução do Cantareira, baixou de 31,5 para 24,1 por cento. Já o nível do Guarapiranga recuou de 73,5 para 69 por cento no período. O Estado de São Paulo enfrenta a pior crise hídrica em 80 anos, diante de um início de ano com temperaturas acima da média e chuvas fracas que não serviram para recuperar represas para temporada de estiagem do inverno, cujo pico ocorre entre julho e setembro. O governo paulista tem evitado adotar racionamento pelo lado da demanda (rodízio de abastecimento), afirmando que o desconto de 30 por cento na contas de consumidores que baixarem seu consumo em 20 por cento tem dado resultados. No final de junho, a Sabesp informou que 91 por cento dos 19 milhões de habitantes atendidos pela empresa reduziu consumo de água. Desse total, 54 por cento cortou o consumo médio em pelo menos 20 por cento, o suficiente para terem direito ao desconto de 30 por cento na conta.

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Por Redação

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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