Jornalistas do Estadão fizeram parte, durante 382 dias entre 1972 e 1973, da expedição comandada pelos irmãos Villas-Bôas que seguiu o rastro dos “índios gigantes” pelo interior do País. Acreditava-se que a etnia, que vivia no norte de Mato Grosso, era composta por homens cuja altura poderia chegar a até 2 metros - tese alimentada pela descoberta de um arco muito maior do que o usado normalmente.
Vários repórteres e fotógrafos foram enviados para o Vale do Rio Peixoto Azevedo, em Mato Grosso, e, após algumas tentativas frustradas de contato, o Estadão de 10 de fevereiro de 1973 traz as primeiras imagens dos “índios gigantes” - que tinham estatura normal e pertenciam à etnia panará ou krenakore. A reportagem venceu a principal categoria do prêmio Esso de 1973 - confira imagens inéditas.
Gigantes ou não, havia pressa em encontrá-los. Em 1971, havia sido iniciada na região a construção da Rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163). Na época, o modelo imposto pela ditadura militar na região amazônica era “integrar para não entregar” - e, portanto, a preocupação era retirar os indígenas do caminho. Eles acabaram transferidos para o Parque Nacional do Xingu em 1975.
Em agosto de 2003, os panará conseguiram um feito inédito na história do País: pela primeira vez, a Justiça reconheceu a um povo indígena o direito de indenização por danos morais decorrentes das ações do Estado.
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