Hiroshima, Nagasaki, Bikini: bombas em tempos de guerra e em tempos de paz

Menos de um ano após os ataques ao Japão, teste nuclear no Atol de Bikini foi feito sem a compreensão dos riscos da exposição prolongada à radiação

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

O biquíni foi apresentado por Louis Réard (1896-1984), em Paris, em 5 de julho de 1946 – quatro dias depois da primeira explosão nuclear no Atol de Bikini. Réard queria que o traje tivesse um “efeito explosivo”. Hoje seria cancelado.

O primeiro teste nuclear em tempo de paz foi feito menos de um ano depois das bombas que arrasaram Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial - oficializado com a rendição do Japão, no mês seguinte. Apesar disso, foi feito sem a compreensão dos riscos da exposição prolongada à radiação. A segunda explosão, em 25 de julho, foi noticiada pelo Estadão com alertas sobre a escalada atômica. Os perigos da radiação residual e seu poder de causar câncer só seriam plenamente entendidos nos anos 1960.

Explosão nuclear no Atol de Bikini, em 25 de julho de 1946: alertas para a escalada atômica Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos - 25/7/1946

PUBLICIDADE

Antes, os ataques a Hiroshima e Nagasaki provocaram a morte de milhares de pessoas, deram origem ao termo “arma de destruição em massa” e transformaram o conceito de aniquilação nuclear em uma realidade possível durante o período da Guerra Fria (1947-1991).

O anúncio da detonação das bombas, a extensão dos danos causados, as vítimas, a acusação japonesa de violação do Direito Internacional Humanitário pelos Estados Unidos e a capitulação do Japão foram noticiados pelo Estadão. Neste período, o jornal estava sob intervenção da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas (que durou de 1937 a 1945).

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.