Durante mais de cinco anos, entre 25 de março de 1940 e 6 de dezembro de 1945, o Estadão foi tomado de seus proprietários pela ditadura de Getúlio Vargas (1882-1954). Soldados invadiram a redação do jornal sob a falsa acusação de conspiração armada – e metralhadoras foram colocadas no forro do teto do prédio pela própria polícia para forjar provas.
No comando do Estadão, Francisco Mesquita (1893-1969) foi preso e levado para o Rio, onde ficaria por 40 dias. Depois de solto, foi impedido de reassumir suas funções no jornal, que passou a ser gerido pela ditadura.
Vargas percebeu que, melhor do que fechar o Estadão, era mais vantajoso confiscá-lo e colocá-lo a serviço de sua propaganda. E foi o que ele fez, nomeando o jornalista Abner Mourão para a direção.
O jornal só foi devolvido à família Mesquita em dezembro de 1945, com o fim do Estado Novo. Os números editados durante mais de cinco anos pelos interventores de Vargas não são oficialmente reconhecidos, e a contagem das edições é retomada no número 21.650.
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