Na gripe espanhola, serviços de saúde para combater ‘fake news’... já em 1918

‘Estadão’ dissipou boato de que hospitais da cidade estariam ministrando um infame ‘chá da meia-noite’, que mataria os convalescentes para esvaziar os leitos

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Foto do author Liz Batista

O Estadão foi um importante canal para a difusão de informações dos serviços de saúde durante a epidemia de gripe espanhola, que atingiu São Paulo no início de outubro de 1918 e matou cerca de 1% da população. O jornal publicava diariamente boletins do Serviço Sanitário e listas, divididas por região, dos hospitais e das instituições que os convalescentes deveriam procurar, e orientava as famílias dos mortos sobre como proceder com os serviços funerários.

Hospital montado no Club Athletic Paulistano em 1918, durante a gripe espanhola Foto: Acervo Fundação Biblioteca Nacional

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Em editorial, o Estadão dissipou o boato de que os hospitais da cidade estariam ministrando um infame “chá da meia-noite”, que mataria os convalescentes para esvaziar seus leitos. O texto exaltava o compromisso dos serviços médicos com o restabelecimento da saúde dos pacientes e de toda a população.

O jornal também liderou uma campanha pedindo aos comerciantes e industriais que reduzissem as horas de trabalho e mantivessem funcionários doentes afastados do serviço, até o restabelecimento da saúde, sem demissões; organizou doações; divulgou ações beneméritas e mobilizou diferentes setores da sociedade civil para ampliar o atendimento à população. Em suas páginas, manteve uma campanha ativa para adoção e ajuda aos “Orphans da Grippe”.