O especial “Crack faz explodir violência em São Paulo”, publicado no Estadão em 9 de julho de 1995, fez com que o então governador Mario Covas (1930-2001) determinasse a criação da Delegacia de Repressão ao Crack, vinculada ao Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), que funcionou até 2012. A reportagem denunciava o aumento do consumo da droga e da violência na região central da cidade. Impressionado com os números revelados pelo Estadão, Covas deu a ordem para reforçar o policiamento na área.
Dois dias depois, em 11 de julho, o termo “cracolândia” era usado pela primeira vez, também pelo Estadão, na reportagem “PM monta ação exclusiva na ‘Cracolândia’”.
De lá para cá, o problema continua atravessando gestões estaduais e municipais, sem solução. Monitoramento da Prefeitura mostrou que mais de 500 pessoas circulavam pela Cracolândia, no centro de São Paulo, no segundo semestre de 2023. Além disso, pelo menos 20 “minicracolândias” se espalham pelos bairros da capital. Em 2018, levantamento do Denarc contabilizava 275 pontos de vendas de drogas em toda a cidade, 80% deles, dominados pelo crack. Recentemente, o Estadão mostrou a situação na região da Avenida Roberto Marinho, na zona sul, tomada por uma “minicracolândia”.
Em 2013, o Estadão constatou que o problema se espalhava pelo Estado de São Paulo. A reportagem visitou 13 cidades que aparecem no Observatório do Crack da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com problema alto ou médio decorrente do consumo da droga.
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