Em janeiro de 1961, o mundo acompanhava com atenção o desenrolar do sequestro do transatlântico português Santa Maria pelo grupo de revolucionários do Diretório Revolucionário Ibérico de Libertação (DRIL), liderados pelo capitão Henrique Galvão. Entre os mais de 600 passageiros estavam portugueses, espanhóis e americanos.
Os jornalistas do Estadão foram os primeiros membros da imprensa a conseguir embarcar no navio. A cobertura do repórter Miguel Urbano Rodrigues e do fotógrafo Antonio Lúcio foi divulgada pela imprensa internacional - o Estadão cedeu os direitos de reprodução de seu noticiário (textos e fotos) exclusivo a todos os jornais que os solicitaram.
As reportagens falavam sobre a situação dos passageiros e sobre as motivações dos integrantes do DRIL, que buscavam chamar a atenção para sua causa, de oposição às ditaduras de António de Oliveira Salazar (1889-1970), em Portugal, e de Francisco Franco (1892-1975), na Espanha. Os passageiros e tripulantes desembarcaram no Recife, em 2 de fevereiro de 1961. O episódio marca o início das guerras coloniais ultramarinas, que mobilizaram as forças que depuseram o Estado Novo português em 1974, na Revolução dos Cravos.
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