Em 1982, série de reportagens do Estadão traçou o perfil da juventude brasileira. Em parceira com o Instituto de Ciências do Comportamento, na época coordenado pelo psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, o jornal ouviu 1,3 mil jovens de 15 a 24 anos, em oito capitais, e constatou que eles não confiavam no governo, desprezavam os políticos e se sentiam apartados das discussões da sociedade.
Paralelamente, o repórter Luiz Fernando Emediato passou dois meses convivendo com jovens sem-teto do Rio e de São Paulo que usavam drogas, bebiam e - alguns deles - praticavam furtos. Viu um grupo rejeitado, sem esperança e condenado à solidão e ao isolamento.
A série Geração Abandonada, com constatações das duas frentes de reportagem, foi publicada entre os dias 2 e 9 de maio daquele ano, ganhou o Prêmio Esso e, posteriormente, deu origem a um livro de mesmo nome.
Hoje, o desafio é entender a geração Z, lançadora de tendências muitas vezes incompreensíveis para os que vieram antes dela. O Estadão explicou, em e-book, como “traduzir” esses jovens que valorizam a individualidade e rejeitam rótulos. Série especial também mostrou que, no Brasil, propósito, sustentabilidade e bem-estar no trabalho são aspectos altamente valorizados por eles.