Em 1916, o Estadão publicou uma rara entrevista com Santos Dumont (1873-1932). Nela o inventor, pai da aviação, faz previsões sobre o uso do avião no transporte de passageiros: “(...) teremos então o aproveitamento definitivo do aeroplano como meio de transporte. Na América, principalmente, onde há deficiência de estradas de ferro, é que o aeroplano poderá prestar relevantíssimos serviços, não só como meio de transporte postal, mas ainda (como) veículo de passageiros”. A primeira companhia aérea só seria fundada três anos depois.
Na mesma entrevista, concedida durante a Primeira Guerra Mundial, ele discorreu sobre as possibilidades abertas pelos avanços da aviação e afirmou acreditar que, com o término do conflito, as fábricas voltadas para o esforço de guerra se direcionariam para outros mercados.
Desde 1898, o jornal passou a divulgar realizações do inventor, incluindo a façanha que mudou a história e o notabilizou mundialmente. O texto conta que, em 23 de outubro de 1906, com seu 14-Bis, o aviador voou por 60 metros, e a três do solo, sob os olhares atentos dos observadores no campo de Bagatelle, subúrbio de Paris, e, depois, a multidão o “conduziu em triumpho”.
Com as conquistas de Santos Dumont, o interesse dos brasileiros pela aviação cresceu, e o Estadão passou a publicar com frequência reportagens sobre as novidades e aprimoramentos que surgiam na área. O jornal também noticiou as façanhas de famosos aviadores como Edu Chaves (1887-1975), Roland Garros (1888-1918), Anésia Pinheiro (1904-1999), John Alcock (1892-1919), Gago Coutinho (1869-1959), Sacadura Cabral (1881-1924), Charles Lindbergh (1902-1974) e Amelia Earhart (1897-1937), entre outros.
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