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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
SUCESSÃO NO CONGRESSO
Os presidentes da Câmara e do Senado estão emplacando seus sucessores Hugo Motta (Republicanos) e Davi Alcolumbre (União Brasil), respectivamente. Será que é pelos discursos de atividades que farão para favorecer o povo brasileiro? Com a palavra, o Congresso Nacional.
Luiz Frid
São Paulo
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MINI PAÍS
A eleição mais fácil é a que acontece no Senado e na Câmara. Se somente em fevereiro os presidentes serão eleitos, o fato é que faz mais de seis meses que já se sabe que Alcolumbre será o presidente do Senado, e da Câmara, há uns dois meses se sabe que será Hugo Motta. Não que os candidatos estejam pensando no País, na verdade eles pensam em seu mini país, o Congresso Nacional. Até fevereiro, certamente, todos estarão arrumados em seus devidos lugares. O Brasil, esse imenso país, nunca terá ninguém olhando para seu povo e sim para seus bolsos.
Izabel Avallone
São Paulo
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LAMAÇAL
Não há dúvidas de que o Brasil não consegue crescer porque a corrupção instalada pela politicalha de plantão só tem olhos para a própria locupletação. Um dia sim e outro também, vemos novas notícias de investidas contra o País. Uma das últimas foi a do vereador de Campo Formoso, Francisco Nascimento, alvo de prisão, que protagonizou um episódio digno de vergonha. Jogou pela janela uma maleta com aproximadamente R$ 250 mil, advindos de propina. O pior de tudo é que este personagem é primo do deputado federal Elmar Nascimento, um dos líderes do Centrão, eleito presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, e candidatíssimo a substituir Arthur Lira – outro cidadão acima de qualquer suspeita – na presidência da Câmara dos Deputados. Depois perguntam por que o Brasil não consegue sair da plataforma de país emergente. Afinal, com esses tipos de representantes no Congresso Nacional, não há como tirar o país do lamaçal em que foi colocado. Muita tristeza.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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REPRESENTATIVIDADE CHANTAGISTA
O editorial O Congresso tem etiqueta de preço (Estadão, 11/12, A3) resume a indecência legislativa que vivenciamos, praticada pela quase totalidade dos atuais integrantes do Congresso, indivíduos fantasiados de parlamentares que buscam hora sim, outra também, chantagear o povo brasileiro. Agora, a chantagem é materializada na recusa em votar matérias essenciais ao País, até que consigam o pagamento de inconstitucionais e sujas emendas afanadas do Orçamento público para concretizar, mais uma vez, práticas das habituais mazelas em seus respectivos currais eleitorais. Nessa iniciativa, esses indivíduos, alguns dotados de ignorância natural, e outros por habitual indolência maliciosa, resolveram pisotear os princípios constitucionais da legalidade, moralidade e eficiência, invocando um fétido conceito de direito adquirido, e assim, consagrando o desavergonhamento da atual legislatura. E nesse galopante descalabro de nossa representatividade, resta-nos abrigar a indignação e vergonha de termos esses insignificantes indivíduos dizendo nos representar. É a representatividade chantagista.
Honyldo Roberto Pereira Pinto
Ribeirão Preto
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EMENDAS PARLAMENTARES
As emendas parlamentares de R$ 50 bilhões soam muito pior que o soneto da reforma fiscal, declamado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Transparece um governo gastador, que tem de gastar com as tais emendas nebulosas para que o Congresso aprove o corte de gastos no ajuste fiscal. Para bom entendedor meia palavra basta?
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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UM NOVO FHC
O Brasil já pode começar a trabalhar com a hipótese de que um dia não poderá mais contar com Lula da Silva no comando da Nação. Lula não tem um sucessor definido, sempre fez questão de neutralizar os companheiros que pudessem lhe fazer sombra, como Fernando Haddad, por exemplo, que será sempre lembrado como o cara que só sabe aumentar impostos. Sem Lula, o PT será um partido completamente irrelevante. O país poderá ter um presidente inédito em 2026. Uma eleição sem Lula e Jair Bolsonaro na disputa vai permitir o surgimento de novas lideranças políticas. Seria ótimo se, em nome da alternância no poder, o país fosse governado por alguém honesto e competente. Depois de Lula 1 e 2, Dilma Rousseff 1 e 2, Bolsonaro e Lula de novo, o Brasil merece, no mínimo, um novo FHC.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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CENÁRIO SÍRIO
O presidente Joe Biden pode ter deixado escapar mais um sinal de senilidade em recente declaração sobre os últimos acontecimentos na Síria. A dias de passar o bastão ao recém-eleito Donald Trump, Biden declarou que “dialogaremos com todos os grupos sírios (...) para estabelecer uma transição (...) rumo a uma Síria independente e soberana (...) com uma nova constituição e um novo governo a serviço de todos os sírios”. Isso quase simultaneamente à declaração de Donald Trump de que “esse problema (da Síria) não é nosso”. A declaração de Biden se contradiz. Ao afirmar que “dialogaremos com todos os grupos sírios para estabelecer uma transição rumo a uma Síria soberana e independente”, deixa transparecer a intenção de que o Estado americano conduza o processo, em linha, portanto, com a prática intervencionista, que por sinal nunca produziu os resultados anunciados. Cabe lembrar o ainda recente desfecho da ocupação do Afeganistão. Sem falar em exemplos como o do Vietnã, ou de intervenções em países da América Latina, como a que resultou em 25 anos de ditadura no Brasil. Aliás, a atual narrativa de que a Síria teria finalmente se libertado de um ditador sanguinário é idêntica à que foi adotada para combater o governo de Saddan Hussein e pretextar a invasão do território iraquiano, em que sucessivos ataques de forças anglo-americanas causaram destruição de dezenas de reservatórios de óleo, confiscaram recursos do povo, pilharam acervos arqueológicos. E o Iraque jamais se reergueu. Exilado na Rússia, Bashar Al-Assad talvez tenha tido um pouco mais de sorte que Saddan Hussein, levado à forca nas garras da Águia do Norte. Se é verdade que a história se repete como farsa, aguardemos, porém, a invasão da Síria como um passo adiante na preparação da guerra contra o Irã.
Patricia Porto da Silva
Rio de Janeiro
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NOVA COREIA
A Rússia está sugerindo que seus cidadãos não viagem para os EUA e também para o Canadá e União Europeia. A alegação é que eles podem ser caçados por autoridades dos EUA. A recomendação foi feita por Maria Zakharova, ministra das Relações Exteriores. Minha dúvida é se os cidadãos russos não correm mais risco no seu próprio território, principalmente altos executivos contrários ao atual governo, que estão empreendendo viagens sem retorno ao se jogarem de edifícios altíssimos. O fato é que a Rússia cada vez mais caminha para ser uma nova Coreia do Norte, com inimigos à espreita em cada esquina do mundo.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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JULGAMENTO POR CORRUPÇÃO
Em um cenário sem precedentes, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enfrenta um julgamento criminal em meio a uma guerra em curso. O processo, intitulado O Estado de Israel vs. Netanyahu, teve início nesta terça-feira,10/12, e prosseguirá às segundas, terças e quartas-feiras, com sessões diárias das 10h às 16h, incluindo um intervalo para almoço, até o final de dezembro. Por motivos de segurança, o julgamento irá ocorrer em um salão subterrâneo no Tribunal Distrital de Tel Aviv, em vez de sua localização original em Jerusalém. Embora Netanyahu tenha expressado ansiedade para testemunhar, ele classificou a frequência de três depoimentos semanais como extraordinária. Curiosamente, as principais acusações contra o primeiro-ministro envolvem o suposto favorecimento a veículos de mídia em troca de cobertura jornalística positiva. Netanyahu, conhecido popularmente como Bibi, nega veementemente todas as irregularidades, afirmando que as acusações são resultado de uma fabricação política. Este julgamento marca um momento histórico e delicado para Israel, testando os limites de seu sistema judicial e político em circunstâncias excepcionais.
Jorge A. Nurkin
São Paulo
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ORGULHO NACIONAL
Brasil volta ao Globo de Ouro depois de duas décadas (Estadão, 10/12, C1): como brasileiro, não tinha como não ficar feliz com a indicação da Fernanda Torres na categoria melhor atriz de filme (drama). Confesso que só fui me dar conta da importância dessa premiação depois de conhecer o peso das demais concorrentes: Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet.
Jorge de Jesus Longato
Mori Mirim
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