100 anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

Primeiro levante tenentista desestabilizou o governo de Epitácio Pessoa e marcou início das revoltas que derrubariam a República Velha

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Por Liz Batista
Marcha dos '18 do Forte', durante a revolta do Forte de Copacabana, em 1922. Foto: Zenobio Couto

O primeiro levante tenentista da história do Brasil completa 100 anos. Conhecido como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, o movimento eclodiu nos últimos meses do governo de Epitácio Pessoa e se opunha ao então presidente e ao presidente eleito, Artur Bernardes, representantes da política do café com leite que marcou o período da República Velha - um arranjo firmado entre as oligárquicas de São Paulo e Minas Gerais que se revesavam na Presidência da República.

O levante de 5 de julho de 1922 acontece após a prisão do ex-presidente marechal Hermes da Fonseca, liderança política e militar que compunha a oposição reunida em torno da candidatura de Nilo Peçanha, que disputou e perdeu as eleições presidenciais daquele ano. No sistema de votação viciado, o mineiro Artur Bernardes foi eleito presidente, num processo eleitoral marcado por tensões. >> Estadão - 06/7/1922

>> Estadão - 06/7/1922 Foto: Acervo/Estadão

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A insatisfação entre os grupos militares, na sua maioria de baixa patente era, latente. Notícias sobre conspirações e planos para levantes contra o governo inflamavam o noticiário do período. Em 2 de julho, o presidente Epitácio Pessoa ordenou o fechamento do Clube Militar e  pediu a prisão de Hermes da Fonseca, após o militar se posicionar publicamente contra a intervenção do governo na eleição estadual de Pernambuco.  Em reação, o  filho do marechal, o capitão Euclides Hermes da Fonseca ,com o apoio do tenente Siqueira Campos iniciaram o levante no Forte de Copacabana, que segundo o planejado seria seguido por outros regimentos militares.

>> Estadão - 4/7/1922

>> Estadão - 04/7/1922 Foto: Acervo/Estadão

>> Estadão - 5/7/1922  

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>> Estadão - 05/7/1922 Trecho do noticiário: "Rio- À uma hora meia foi ouvido na cidade o primeiro estampido de canhão. Pouco depois eram ouvidos outros. Esses disparos, como logo após se verificou, partiram do Forte de Copacabana, onde se haviam rebelado as tropas alli aquarteladas (…) Esse movimento rebentara simultaneamente com um outro na Villa Militar (...) Propaladas essas noticias os poucos transeuntes que ainda permaneciam nas ruas da cidade reuniram-se em pequenos grupos às redações dos jornaes..." Foto: Acervo/Estadão

A ação das forças governistas conteve a adesão à revolta. A sedição no forte foi rapidamente debelada. Acusado de conspiração, Hermes da Fonseca permaneceu preso por 6 meses, até obter um habeas corpus.

Mesmo frustrado o movimento carrega  importância histórica por sua força propulsora para os demais movimentos tenentistas, como a Comuna de Manaus e a Revolução Paulista, ambas em 1924 , a Coluna Prestes em 1925 e a própria Revolução de 1930 que derrubou a República Velha e inaugurou um novo período na História do Brasil. 

>> Estadão - 8/7/1922

>> Estadão - 08/7/1922 Foto: Acervo/Estadão

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