Em 07 de agosto de 1896 o cinematógrafo fez sua estreia oficial em São Paulo. Uma seleta plateia experimentaria a última palavra em entretenimento já existentes nas principais capitais da Europa e nos Estados Unidos. A sessão que contou com a presença de Campos Sales, presidente do Estado, autoridades e membros da imprensa apresentou, entre suas fitas, o clássico “Chegada do trem na Gare”. Naquele mesmo dia, como preparativo para o evento, o Estado publicou artigo explicando o funcionamento dessa invenção capaz de criar uma “ilusão da própria realidade”.
Na primeira página da edição de 07 de agosto de 1896, o jornal descrevia, num artigo revestido de caráter científico, as etapas do processo: “Para realizar o espectaculo de uma representação, bastava então, depois de ter desenvolvido e fixado segundo os processos ordinarios da photographia, a serie das imagens, todas inscriptas uma ao lado da outra e na sua ordem chronologica num mesmo rolo, fazer passar rapidamente essa serie de provas numa lanterna magica illuminada pela luz oxhydrica. Em razão da propriedade que têm as impressões luminosas de persistir um certo tempo na retina- cerca de um decimo de segundo - comprehende-se facilmente que, sendo o desenrolamento bastante rapido, as diversas imagens devem superpôr-se no alvo reproduzido com uma fidelidade absoluta o gesto, a atitude e os movimentos dos indivíduos photographados, dando em uma palavra até certo ponto a illusão da própria realidade.”
No dia seguinte, o entusiasmo com a novidade estampou as páginas do jornal. Na primeira página da edição de 08 de agosto de 1896 as palavras “admirável” e “assombroso” definiam o evento presenciado na noite anterior. E anunciavam que todos poderiam se deliciar com esses espetáculos.
Em 1975, o Suplemnto Literário recapitulou os primórdios do cinema e contou como foram as primeiras sessões cinematográficas na cidade.
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