Alguns discos clássicos já nascem grandes

Leia as críticas publicadas sobre os discos que concorrem ao melhor da música brasileira

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Foto do author Edmundo Leite
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Se nos dois casos a grandeza das obras dos artistas foi percebida logo após o nascimento (veja trechos das críticas abaixo e leia a integra nos links), nem todos dos 30 álbuns que concorrem na votação promovida pelo

Caderno2+Música e a Rádio Eldorado FM

para escolher

o melhor disco brasileiro de todos os tempos

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tiveram boa recepção quando foram lançados.



Fruto Proibido

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, de Rita Lee, foi apedrejado sem dó por Maurício Kubrusly, no

Jornal da Tarde

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em 1975. “Rita gravou outro LP. Antes fosse um compacto”, dizia o título. Para o crítico, apenas “Dançar para não Dançar” e “Ovelha Negra” se salvavam. “Porém, ainda é pouco, seria relaxamento demais se contentar com esta bateria escandalosa, com a desordem ruidosa da maioria dos acompanhamentos, com a falta de expressividade das vocalizações”, continuou. Para terminar, o hoje repórter do Fantástico cravou o último prego. “Uma produção adequada para os fãs do gênero hippe de butique, meio louquinha e acreditando que o rock vai ou pode mudar qualquer coisa”. Três anos antes, o disco de estreia de Raul Seixas, Krig-Há-Bandolo, havia sido recebido na mesmo tom.



Já o outro maluco do pedaço, Tim Maia, foi saudado em 1970 num texto de Carlos Vergueiro pela sua interpretação de

Primavera

, junto com outras nove músicas que considerava as

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melhores daquele ano

. “Bravos aos autores, intérpretes, arranjadores e gravadoras dessas dez músicas, que se fizeram sucesso em 70, vai ficar para sempre em nosso cancioneiro popular.”



Djavan

também teve seu

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Luz

, de 1982, exaltado: “Traz o que seu título sugere: um brilho aos ouvidos e aos olhos. Traz o que há, na opinião dos críticos, de mais vanguardista na música brasileira.”



Mas nem sempre os radares estavam ligados para detectar algo de excepcional nos discos.

Cinema Transcendental

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, de Caetano Veloso, foi apresentado sem maiores detalhamentos. Informando que o trabalho homenageava vários artistas, o

pequeno texto

limitou-se a dizer que se travava de “um trabalho muito simples em seus arranjos, feitos de maneira quase artesanal pelo próprio Caetano e sua banda”.



Roberto Carlos foi outro gigante que não mereceu muitas linhas sobre seu fundamental disco de 1971. Mas pelo menos o que foi dito no balanço do ano era inquestionável: “Roberto Carlos pode ser colocado, sem favor, entre os melhores intérpretes da música brasileira.” Leia algumas das críticas publicadas na época dos lançamentos:

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CHEGA DE SAUDADE (JOÃO GILBERTO)“João Gilberto é um dos mais musicais dos nossos cantores populares, predicado que compensa amplamente o seu pequeno volume de voz. A esse respeito, é digna de nota sua interpretação de "Desafinado". Revela, além disso, um bom gosto fora do comum na escolha das melodias gravadas neste primeiro LP e uma sobriedade na interpretação como raras vezes temos observado.” (13/3/1959)SAMBA ESQUEMA NOVO (JORGE BEN) “Provavelmente este LP de Jorge Ben vai seguir o mesmo caminho de seus discos de 78 rotações: desaparecerão rápido das prateleiras das lojas.” (28/11/1963)TROPICÁLIA“As colagens de ruídos ajudam o clima das músicas. Um dos melhores discos lançados este ano no Brasil.” (20/7/1968)ELIS E TOM“LP que, para surpresa do próprio Tom, o trouxe de volta ao ‘hit parade’ ou, como ele prefere dizer, ao ‘hate parade’ (parada de ódio).” (30/1/1974)

FRUTO PROIBIDO (RITA LEE)“Ensaiaram pouco, não cortaram o suficiente. Por isso, resultou num bom compacto simples.” (1/8/1975)DOIS (LEGIÃO URBANA)“Você morde e vê que ali tem carne. Sangrando. O gostinho de Smiths no lado A, com o letrista e vocalista Renato Russo enchendo a boca em Daniel na Cova dos Leões ou Tempo Perdido, na verdade apena prepara o terreno para a paulada do lado B, como em Metrópole e Fábrica." (31/7/1986) CABEÇA DINOSSAURO (TITÃS)“A grande surpresa do ano. Que som é esse? É um disco chocante, punk, nervoso e muito curioso. Um disco de rock-veneno, um grito. Um álbum de surpresas.” (22/6/1986)

MAIS (MARISA MONTE) “Menos dramática, com a voz ainda mais afinada e cristalina, o que parecia impossível, Marisa chega a comover. E, definitivamente, ingressa no panteão dos titãs, em todos os sentidos.”

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