Batalha de trincheiras marcou a Primeira Guerra

Há 100 anos, Estado publicava relatos e imagens dos soldados na frente de batalha

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Por Liz Batista

Pouco mais de um ano após o início do conflito, alguns aspectos da Primeira Guerra Mundial já podiam ser identificados no verão de 1915. Ao contrário do que muitos analistas haviam previsto, a guerra não dava sinais de que seria breve. As trincheiras, e não grandes manobras de avanço em campos abertos, se estabeleciam como parte central das operações militares no fronte ocidental. Há exatos 100 anos era essa a imagem que o Estado publicava. Na foto publicada na edição de 30 de agosto de 1915, soldados posavam em frente aos sacos de areia que ajudavam a reforçar a defesa da sua trincheira.

O Estado de S. Paulo - 30/8/1915

Basta uma rápida busca pelo Acervo Estadão, usando a palavra “trincheira”, para perceber como esse tipo de combate marcou o conflito. Nesse período o jornal publicourelatos e imagens das batalhas nessas condições.  

Uma carta publicada no Estado de 12 de janeiro de 1915, pintava um retrato real da guerra na frente ocidental: “ (…)quem lê os boletins oficiais pode ficar pensando que há dois grandes exércitos, constantemente empenhados em terríveis operações militares. Mas a realidade é muito diversa. Não há de fato exércitos, porque todas as formaturas desapareceram e as evoluções tornaram-se impossíveis. Desde os Vosges até o litoral da Bélgica, pequenos grupos de soldados, encurralados em trincheiras, enfrentam outros grupos de soldados, igualmente entrincheirados(…)” 

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As trincheiras. Sangrento, desgastante e de um horror inimaginável, o dia a dia da luta nas trincheiras marcou profundamente os soldados da Primeira Guerra Mundial. Construídas pelos próprios combatentes, as trincheiras tinham em média 2,5 metros de profundidade por 3 metros de largura e ficavam, em geral,separadas por 100 ou 200 metros de distância das linhas inimigas. Protegidas por sacos de areia e arames farpados, tinham como função primordial sustentar as linhas de combate e barrar os avanços inimigos. Além dos bombardeios aéreos, dos ataques com gás e lança-chamas, o cotidiano no fronte era marcado pelo uso contínuo das metralhadoras -invento empregado em larga escala no conflito, eram elas as grandes responsáveis por sustentar longas horas de ataque, mantendo as trincheiras sob fogo dia e noite. A estrutura precária dessas frentes também expunha os combatentes a outros perigos mortais. A umidade, o frio, as infestações de ratos e a proliferação de doenças vitimaram grande número de soldados.   

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