A chocante imagem de dezenas de corpos em caixões enfileirados estampou a capa do Estadão de 31 de agosto de 1993. “Nova chacina deixa 21 mortos no Rio”, dizia a manchete que noticiou o massacre conhecido como Chacina de Vigário Geral, onde 21 moradores da favela da Zona Norte do Rio de Janeiro foram executadas por um grupo de extermínio na madrugada de 29 de agosto daquele ano.
Em meio à pedidos de intervenção federal, o Governo do Rio buscava os culpados e indicava a suspeita dos assassinatos terem sido por vingança contra a morte de quatro policiais militares que haviam sido metralhados numa emboscada planejada por traficantes da região, no dia anterior. Os relatos no jornal mostravam a indiscriminada barbárie do crime, nenhuma das vítimas tinha relação com o tráfico ou com a morte dos PMs.
Uma das testemunhas contou que os criminosos, mais de 30 homens mascarados e fortemente armados, haviam prometido matar 10 moradores para cada PM morto.
Outros sobreviventes contaram que as pessoas executadas num bar haviam mostrado suas carteiras de trabalho para os matadores, antes deles iniciarem os disparos. Oito integrantes de uma família foram mortos, entre eles uma das mulheres que estava amamentando a filha de um mês.
O crime foi denunciado na Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação dos Direitos Humanos. Nos processos na Justiça, 52 policiais foram acusados, mas até hoje, apenas sete pessoas foram condenadas.
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