O abastecimento de água para os 20 mil habitantes que moravam em São Paulo no início do século 19 era feito de modo precário, por carroceiros que a vendiam de porta em porta, ou pelas bicas e chafarizes espalhados por pontos estratégicos da cidade, como a Caixa d'água, Misericórdia, Carmo, Palácio, Rosário.
O primeiro chafariz público foi construído pelos frades franciscanos em 1744, onde hoje fica a rua Santo Amaro. O chafariz mais famoso era o do Piques, na Ladeira da Memória, no centro. Os moradores, porém, corriam o risco de chegar a algum desses locais, encontrar as torneiras secas e voltar para casa sem água. "Hoje, a falta d'água nos chafarizes construídos à custa da população, augmenta a despesa particular e pública", denunciou o Estado em 1875.
Para suprir essa deficiência, foi criada, em setembro de 1877, a Companhia Cantareira de Esgotos, que construiu o Reservatório da Consolação em 1881. No dia 29 de setembro daquele ano, 25 mil metros cúbicos de água da Serra da Cantareira, dos rios Cabuçu e Cotia começaram a chegar a esse primeiro reservatório, na rua da Consolação, 159. Um ano depois, 113 imóveis recebiam água dele, além dos chafarizes do Largo 7 Abril (atual praça da República), dos Guaianases (praça Princesa Isabel), Pelourinho (Largo 7 de Setembro), de São Bento e do Campo da Luz (atual avenida Tiradentes).
A seção "Como era São Paulo sem" é publicada todas as sextas-feiras no caderno Metrópole
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