Como era São Paulo sem o Teatro Municipal

Os principais espetáculos da cidade eram no Theatro S. José, até 1898, quando pegou fogo

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Foto do author Rose Saconi
Atualização:
 

Teatro Ópera, à esquerda, funcionou até 1870. O Teatro S. José foi o principal palco de 1874 a 1898, quando pegou fogo. Reprodução OESP, 13/9/1911




 

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Desde o século XIV, a cidade de São Paulo sempre teve um lugar específico para a dramaturgia e óperas. O primeiro deles foi o 'theatro pubblico', mais conhecido como Theatro Opera que ficava no Pateo do Colégio. O Ópera foi demolido em 1870. Em 4 de setembro de 1874, foi inaugurado, ainda com obras inacabadas, o Theatro S. José. Ele ficava no lugar onde hoje está o shopping Light, no Centro. Naquela noite foi encenada o drama "Tunica de Nessus", composta por Sizenando Nabuco. A construção do Teatro S. José era esperada desde 1858. Em 7 de abril daquele ano foi colocada a pedra fundamental do teatro. O local original da construção seria no Paço Municipal.

O teatro S. José foi a principal casa de espetáculos durante 24 anos, porque no  dia 15 de fevereiro de 1898 pegou fogo. Órfã de um teatro, a prefeitura logo tratou de providenciar outro. A cidade crescia rapidamente e os paulistanos queriam um teatro no mesmo estilo do que já se via ao redor do mundo, com capacidade para receber principalmente óperas. Mas o desejo só foi realizado 13 anos depois.



 


Enquanto os políticos e arquitetos cuidavam do custo do projeto, alguns locais eram cogitados para receber o prédio - como a Praça João Mendes atrás da Catedral da Sé, a Praça da República e até o Largo São Francisco. Mas o terreno escolhido foi o Morro do Chá - desapropriado pela Câmara Municipal em 1903. As obras começaram, mas o teatro só foi inaugurado oito anos depois, em 1911, no dia 12 de setembro. Como ainda não era a época dos arranha-céus no centro (os Edifícios Sampaio Moreira e o Martinelli, na Rua Libero Badaró, seriam inaugurados na década seguinte), nada atrapalhava a vista do Municipal, que tinha como vizinhos jardins e casas baixas no Vale do Anhangabaú, ainda sem urbanização.

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O Estado de S. Paulo - 12/9/1911


 


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