Operário remove o brasão dos Matarazzo dos escombros da mansão demolida. Marcia Alves/ Estadão
Símbolo da opulência de uma das famílias mais ricas do Brasil, a mansão dos Matarazzo começou a ser construída em 1896 pelo italiano Francesco Matarazzo, patriarca da família e fundador do império Indústrias Reunidas Matarazzo que produziam de cimento a óleos e biscoitos.
Por 100 anos a mansão permaneceu incrustada no nº 1230 da Avenida Paulista esquina com a Alameda Pamplona. O palacete esteve envolvido em uma polêmica disputa judicial entre a família e a Prefeitura de São Paulo. Foi tombado em 1989 a contra gosto da família, que tentou implodir o imóvel de madrugada. Não deu certo. A estrutura do casarão resistiu as explosões. Na época, a prefeita Luiza Erundina pretendia instalar no imóvel o Museu do Trabalhador. Mas, o projeto não foi adiante. Em 1994 a família conseguiu reverter o tombamento e reaver a mansão.
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Em 1996 começou o processo de demolição do casarão. O terreno foi vendido para a Cyrela Commercial Properties (CCP) que construiu o Shopping Cidade São Paulo, inaugurado em abril desse ano.
Imponência. Um brasão esculpido em mármore travertino não deixava dúvida. Ele indicava que no terreno de 12 mil m² cercado por jardins ficava a residência dos Matarazzo. Com 4.400 m² de área construída, o imponente casarão contava com dezenove quartos, dezessete salas, três adegas, refeitórios, uma cozinha com azulejos que iam até o teto e uma biblioteca repleta de livros raros. A decoração era compostapor móveis venezianos, portas florentinas, mesas chinesas, pratarias e porcelanas de diversas procedências e quadros valiosíssimos de Rubens, Brueghel e Canaletto. Esse conjunto foi cenário de festas grandiosas frequentada pela alta sociedade paulistana.
O Estado de S.Paulo - 14/01/1996
Famoso, assim como a família que o construíra, o casarão foi um ponto turístico até a data de sua demolição. Nas histórias sobre o local, conta-se que o conde Francesco Matarazzo - o título foi agraciado pelo rei da Itália em agradecimento ajuda prestada pela família durante a Primeira Guerra Mundial -costumava passear pela calçada em frente da propriedade depois do trabalho, e que simpaticamente cumprimentava os transeuntes.
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