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‘Estadão’ completa 149 anos

Conheça 20 fatos que marcaram a história do jornal

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Por Liz Batista
Atualização:

Fundado em 1875 para defender ideais republicanos, o Estadão nasceu quando o País ainda vivia sob a monarquia de D. Pedro II. Em 4 de janeiro daquele ano, uma segunda-feira, A Província de S. Paulo começou a circular em São Paulo, uma cidade de apenas 31 mil habitantes.

1) Com uma tiragem de 2.025 exemplares, a primeira edição do jornal foi impressa à luz de velas; contou com quatro páginas, uma delas dedicada inteiramente aos anunciantes.

A Província de S.Paulo - 04/01/1875 Foto: Acervo/Estadão

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Uma apresentação foi publicada na capa. Nela o diário se propunha a “offerecer à provincia de S.Paulo campo livre aos debates tão necessarios para solução de problemas importantes que interessem a seu desenvolvimento moral e material”, e firmava o compromisso de “fazer da independência o apanágio sua força”. Mas, alertava que sua imparcialidade não seria “a imparcialidade do silêncio.”

Você sabia?

2) O Estadão é o segundo jornal mais antigo do País em circulação.

3) O jornal cobriu todas as eleições presidenciais do Brasil e a cobertura pode ser vista aqui

4) Um jornaleiro francês chamado Bernard Gregoire, que percorria cidade a cavalo, tocando uma corneta para promover o jornal em 1876 inspirou o ex-Libris e logomarca do Estadão. Antes de Gregoire inovar e sair em sua montaria anunciando e vendendo o periódico pelas ruas da cidade, os jornais não eram distribuídos em pontos de venda, mas sim comprados diretamente pelos leitores na porta do local onde era feito seu periódico de preferência, ou recebido em casa se fosse assinante. A novidade caiu nas graças do público leitor paulistano.

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Evolução doex-libris do Estadãoa partir do desenho original de José Wasth Rodrigues.O jornaleiro Bernard Gregoireem foto de Militão Augusto de Azevedo Foto: Acervo Estadão

5) O livro Os Sertões (1902), clássico literatura brasileira, nasceu nas páginas do Estadão. A obra de Euclides da Cunha teve como origem a cobertura da Guerra de Canudos feita pelo jornal. Euclides foi o correspondente do Estadão no sertão baiano, testemunhou o desenrolar do conflito e o narrou em telegramas ao jornal. Os telegramas eram publicados diariamente no Estadão

Euclides da Cunha e ostelegramasenviados do fronte da Guerra de Canudos em 1897 Foto: Acervo/Estadão

6) Outro clássico, a obra O Saci (1921) foi inspirada num inquérito sobre o personagem folclórico publicado no Estadão. O escritor de Monteiro Lobato, autor do clássico infanto-juvenil, reuniu relatos de leitores sobre as histórias de saci em suas regiões. Os leitores enviam cartas contando seus causos e elas eram publicadas no jornal

7) Um jornal com cara de revista, assim pode ser descrito o Suplemento em Rotogravura, outra inovação gráfica que o Estadão colocou em circulação no fim da década de 1920. Em tamanho reduzido em relação ao formato do jornal, o suplemento, veiculado até 1944, tinha a proposta de ser uma revista quinzenal. Contava com uma estética primorosa para o período, era impresso em papel de melhor qualidade que valorizava as fotografias, algumas delas enviadas pelos próprios leitores.

OSuplemento em Rotogravurado Estadão foi publicado entre 1928 e 1943. A publicação era uma janela para o mundo, com pouco texto e muitas fotos, muitas delas enviadas pelos leitores. Na imagem a edição de novembro de 1935. Foto: Acervo Estadão

8) Durante a ditadura militar, o jornal foi submetido à censura prévia, teve censores instalados na sua redação. O Estadão se recusou a modificar a diagramação de suas páginas e para indicar que um conteúdo havia sido censurado, publicou poemas no espaço das notícias proibidas. As notícias impedidas de circular foram preservadas e podem ser acessadas no Acervo Estadão, onde é possível navegar por todas as páginas censuradas neste período, e bem como ver a página originalmente planejada pela redação.

Veja algumas notícias do Estadão que foram censuradas pela ditadura militar, cliqueaqui Foto: Acervo/Estadão

9) As principais façanhas da aviação estão registradas no jornal desde o século de 19. Numa rara entrevista, Santos Dumont, inventor considerado o pai da aviação, disse ao jornal em 1916 que acreditava que, no futuro, o avião seria usado como um meio de transporte para passageiros.

Santos Dumont na capa doSuplementoRotogravura de 22/12/1932 Foto: Acervo/Estadão

10) Após 146 anos circulando em edições no formato “Standard”, o Estadão realizou uma transformação histórica em 2021, passou a adotar o formato que facilita a leitura, o padrão germânico ou “Berliner”, com 31,5 cm por 47 cm. A transformação não parou por aí, trouxe também novos conteúdos e um design gráfico avançado, com diferentes cores identificando as seções facilitando e dinamizando a experiência do leitor.

As mudanças vieram após quase um ano de estudos, pesquisas com leitores, assinantes, anunciantes e com a ajuda de consultorias internacionais. O Grupo Estado apresentou ao mercado um produto mais moderno, marcado pela preservação da quase sesquicentenária qualidade do jornal, fundado em 4 de janeiro de 1875.

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Primeira edição no novo formato circulou em17/10/2021 Foto: Acervo Estadão

11) O Estadão cobriu as duas Guerras Mundiais. Edições especiais levaram ao leitor a cobertura dos conflitos que mudaram o mundo. Durante a Primeira Guerra e Segunda Guerra o jornal circulou em edições noturna e vespertina em formato “Berliner”.

Edição regular do Estadão e edição da noite [Estadinho], que circulou de 1915 a 1921, durante a Primeira Guerra Mundial. Foto: Acervo Estadão

12) O jornal tem um histórico de apoio ao esporte. Antes da primeira corrida da São Silvestre,em 1925, reunir competidores nas ruas da cidade, a Taça Estadinho, uma prova de “pedestrianismo” foi organizada pelo Estadão e disputada pela primeira vez em 1918. Orgulho do esporte nacional, a então jovem tenista, Maria Esther Bueno (1939-2018) contou com patrocínio do jornal para competir em Wimbledon em 1959, onde venceu seu 1º Grand Slam e voltou com a taça para casa.

Suplemento Feminino homenageou a campeã mundial de tênis, Maria Esther Bueno na edição de 10/7/1959. Foto: Acervo/Estadão

13) Uma crítica esportiva, publicada em 1957, “previu” o destino grandioso de Pelé , o texto dizia que o “atacante santista está destinado a ser um notável futebolista” Quando a frase premonitória foi escrita, aquele que se tornaria o maior craque da história do futebol tinha 16 anos e conquistava seu primeiro título pela seleção brasileira, a Copa Roca, em seu segundo jogo com a camisa nacional.

14) Para promover a cultura na cidade de São Paulo, o Estadão construiu junto à sua sede um dos primeiros teatros da capital, o “Theatro Boa Vista”, em 1916.

15) A necessidade da criação da USP, a maior universidade do Brasil, surgiu como apontamento de uma estudo sobre a situação do ensino no Estado de São Paulo,desenvolvida pelo Estadão em 1926. A pesquisa mostrou a pobreza da escola secundária como um dos aspectos mais calamitosos do atraso brasileiro. Foi ele a base das conversas, que culminariam na ideia de Julio de Mesquita Filho e de seu grupo de criar a Universidade de São Paulo.

16) O Estadão acompanhou a expedição dos irmãos Villas-Boas em 1972 em busca dos últimos grupos isolados de indígenas no País e registrou o primeiro contato com os Panarás, conhecidos como “Índios Gigantes”.

As primeiras imagens publicadas de um Panará Foto: José Marqueiz/Estadão

17) Chico Buarque estreou como escritor no Estadão. O ganhador do prêmio Camões de 2019, fez seu debute no Suplemento Literário de 1966, publicou o conto Ulisses. O cantor e compositor tinha, então, 22 anos de idade. Na página do caderno, o texto de Chico dividiu espaço com os escritos de outros dois titãs das letras, o crítico Otto Maria Carpeaux e o poeta Augusto de Campos.

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Os músicos Chico Buarque e Nara Leão são vistos durante encontro no Rio de Janeiro,1968. Foto: Acervo/Estadão

18) Um imortal frequenta as páginas do Estadão, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, membro da Academia Brasileira de Letras desde 2019, escreve quinzenalmente para o jornal

19) O Estadão possui mais de 1.5 milhão de contatos fotográficos, com imagens raras e inéditas que são publicadas pelo Acervo Estadão.

20) Em 2023, Estadão lançou a Leia, um robô de inteligência artificial que usa conteúdos do jornal para tirar dúvidas. O chatbot experimental usa reportagens para formular respostas de qualidade. O projeto começou com textos de tecnologia publicados no Link e em dezembro entrou em nova fase e passando a formular respostas a partir de reportagens publicadas nas seções Cultura, Emais, Paladar, Life/Style e São Paulo também.

Home page da Leia na fase 2 Foto: Reprodução/Estadão

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