“Assassinado o presidente Kennedy”. Com essa manchete, o Estadão noticiou no dia seguinte a morte do presidente norte-americano John Kennedy na sua capa de 23 de novembro de 1963. Logo abaixo, o jornal detalhava as primeiras informações disponíveis: “O presidente foi atingido por um tiro na cabeça ao chegar a Dallas e agonizou nos braços da espôsa.”
Numa época em que as fotos chegavam ao jornal por telefone ou rádio, o Estadão estampava uma sequência de radiofotos com a legenda “A tragédia de ontem em Dallas”:
“A sequência de radiofotografias registra os minutos que antecederam e se seguiram ao atentado de que foi vítima o presidente Kenedy. Ao alto, aproximadamente um minuto antes dos disparos fatais, o presidente Kennedy e sua esposa no assento traseiro do automóvel; à sua frente, o governador Conally e sua esposa;
Na radiofotografia central, um agente sobe ao para-choque traseiro do auto, enquando a senhora Kennedy tenta amparar o marido mortalmente ferido; na inferior, o presidente é visto de perfil, no fundo do automóvel, à esquerda. A essa altura, os circunstantes ainda não se tinham dado conta da tragédia que se verificara.”
A morte de John Fitzgerald Kennedy foi uma das notícias de grande impacto emocional do século passado e que entrou para a história dos Estados Unidos e do mundo.
O presidente e a primeira-dama, Jacqueline, iam em carro aberto pelas ruas de Dallas quando ele foi atingido por tiros na cabeça. A limusine saiu em disparada em direção ao hospital, mas meia hora depois ele foi declarado morto.
Luto no Brasil
“Primeiro a incredulidade, depois a profunda consternação tomou conta de todos”. Assim o presidente do João Goulart expressou a reação geral do governo brasileiro ante as notícias que chegavam de Dalas. Na mensagem enviada a Washington, Goulart disse que a “humanidade será devedora a Kennedy” pelo seu “esforço inestimável para consolidar a paz mundial e criar entre todos os povos um clima de confiança, cooperação e entendimento”. O presidente decretou luto oficial por três dias.
No mesmo dia da morte de Kennedy, a liderança dos Estados Unidos passou às mãos de Lydon B.Johnson, vice-presidente. Johnson fez seu juramento como 36º presidente americano, às 19h33, a bordo do avião presidencial. Jacqueline Kennedy, assistiu à cerimônia ainda com a roupa coberta com o sangue do marido assassinado. Os Estados Unidos e todo o mundo viviam um clima de tristeza e comoção.
Veja algumas páginas da cobertura original de 1963.
>> Estadão - 24 novembro de 1963
>> Estadão - 26 novembro de 1963
>> Estadão - 26 novembro de 1963
>> Estadão - 24 de novembro de 1963
>> Estadão - 24 de novembro de 1963
>> Estadão - 24 de novembro de 1963
>> Estadão - 26 de novembro de 1963
>> Estadão - 23 de novembro de 1963
O assassino
Logo após o assassinato, a polícia prendeu o suspeito Lee Harvard Oswald. Ele seria assassinado dois dias depois, dando origem a várias teorias conspiratórias.
>> Estadão - 23 de novembro de 1963
Comissão Warren
Um inquérito, conhecido como Comissão Warren, foi instaurado para apurar o assassinato do presidente e concluiu que Lee Harvey Oswald havia agido sozinho. Mesmo assim, tramas conspiratórias nunca pararam de surgir.
Entre as que ganharam maior destaque estão os complôs internacionais envolvendo Fidel Castro e a União Soviética, que cresceram quando o passado comunista de Lee H. Oswald veio à tona.
Kennedy também cultivou inimigos internos. Generais do Pentágono, descontentes com o Tratado de Moscou, e a Ku Klux Klan, engrossaram a lista dos possíveis responsáveis. Mas nenhuma das investigações encontrou provas suficientes para desacreditar a conclusão final dessa Comissão.
Em 1979, a comissão Warren ratificou a conclusão de que Lee H. Oswald agira sozinho e descartou a possibilidade de ter mais dois atiradores.
O Estado de S. Paulo - 23/1/1979
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