Armando de Salles Oliveira

Político

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Por Redação
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Armando de Salles Oliveira

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24/12/1887, São Paulo (SP) - 17/5/1945, São Paulo (SP)

Seu pai era Francisco de Salles de Oliveira Junior, engenheiro ligado à Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e antigo Senador estadual de São Paulo. Seu avô materno foi Antônio Nicolau de Sá, português que fundou com o genro uma comissaria de café em Santos. Armando realizou os primeiros estudos no Colégio Progresso Brasileiro, em São Paulo. Mais tarde, estudou no Ginásio do Estado. Em 1905, ingressou na Escola Politécnica, onde teve um notável desempenho acadêmico. Foi redator da Revista Acadêmica, vice-presidente e presidente do Grêmio Politécnico e membro do Congresso Acadêmico de Buenos Aires de 1908.

Nos últimos semestres da faculdade teve de interromper os estudos devido ao falecimento de seu pai e da mãe. Ficou responsável pelo sustento da família e não chegou a realizar os exames de conclusão de curso. Recebeu, mais tarde, o doutorado “honoris causa” pela Universidade de São Paulo. Passou a prestar serviços para a Mogiana e, mais tarde, foi pioneiro na exploração da energia hidrelétrica. Dirigiu a Companhia de Força e Luz de Jaboticabal, a Empresa Orion de Barretos e a Empresa de Eletricidade de Rio Preto. Em 1929, colocou em funcionamento a Central Elétrica de Icem, e realizou diversas viagens pela Europa, onde estudou electrificação e industrialização.

No dia 8 de novembro de 1911, casou-se com Raquel Mesquita, com quem teve três filhos. Raquel era filha de Júlio Mesquita, o diretor de O Estado de S. Paulo, de quem Armando se tornaria grande amigo e sócio. Aliou-se ao sogro na campanha civilista e tornou-se membro do Conselho Deliberativo da Liga Nacionalista, movimento fundado por Mesquita em 1916. Em 1927, com a morte de Júlio Mesquita, é chamado a sucedê-lo como presidente de O Estado de S. Paulo. Em 1930, apoiou o movimento militar que depôs o presidente Washington Luís e colocou Getúlio Vargas no poder. Em 1931, criou o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), que passou a promover a profissionalização e o desenvolvimento empresarial numa época em que os negócios estavam bastante desorganizados e a mentalidade empresarial era demasiado improvisada e empírica.

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Após a instalação do governo provisório, foi convidado cinco vezes a aceitar cargos administrativos, mas recusou todos. Se considerava incapaz de desvencilhar “da teia em que se enredara entre negócios”. Em 1932, articulou uma rebelião e participou das lutas dos constitucionalistas paulistas na insurreição contra a ditadura de Getúlio Vargas. A derrota militar foi seguida de concessões no plano político, como a convocação de uma constituinte. Em 1933, aceitou se tornar interventor do estado de São Paulo, outra concessão de Getúlio Vargas aos revolucionários de 1932.

Após a promulgação da constituição de 1934, funda o Partido Constitucionalista. Em 1935, é eleito governador. Em 1937, abandona o governo do estado de São Paulo para concorrer às eleições presidenciais marcadas para ocorrer em 1938. No entanto, o golpe de Getúlio Vargas e o estabelecimento do Estado Novo o tornam opositor do governo. É perseguido e preso em novembro de 1937, tendo sido liberto no dia 6 de maio de 1938. Em novembro deste ano, exilou-se na Europa com a esposa, o filho mais velho e Júlio Mesquita Filho. O jornal O Estado de S. Paulo passaria a ser perseguido pelo varguismo.

Entre as realizações do governo Armando de Salles estão a fundação da Universidade de São Paulo, criada no dia 25 de janeiro de 1934, a abertura da avenida Rebouças e do túnel 9 de Julho. Além disso, promoveu reformas no Viaduto do Chá e na ladeira Dr. Falcão, alargou a avenida Tiradentes e recuperou o Parque Ibirapuera. Criou municípios e comarcas, realizou o recenseamento geral do Estado em 1934 e resolveu disputas de limites entre Minas Gerais e São Paulo.

Defendeu a entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados em 1942 e, três anos mais tarde, regressou ao Brasil. Defendeu a redemocratização e concordou em ser eleito para o Diretório Nacional da União Democrática Nacional (UDN). Morreria pouco tempo depois.

Julio de Mesquita Filho, à esquerda, e Armando de Salles Oliveira Foto: Acervo/Estadão
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