Carlos Coimbra da Luz
4/8/1894, Três Corações (MG) - 9/2/1961, Rio de Janeiro (RJ)
Carlos Coimbra da Luz foi um político que esteve no centro do que se chamou "Movimento 11 de Novembro" que tentou barrar a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek.
Nascido no dia 4 de agosto de 1894, no município mineiro de Três Corações, ele era filho do desembargador Alberto Gomes Ribeiro da Luz e Augusta Coimbra da Luz. Fez seus estudos preparatórios no Ginásio de Lavras.Em 1915, bacharelou-se em direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais. Era, então, funcionário da secretaria do interior de seu estado de origem, e, mais tarde, passou a cumprir a função de secretário do Conselho Superior de Instrução Pública do estado. Trabalhou no município mineiro de Leopoldina como delegado da polícia (1916), promotor de justiça (1918) e presidente da câmara e prefeito de 1923 a 1926.
Foi eleito vereador em 1927, mas teve o mandato interrompido pela revolução de 30, que, aliás, defendeu em seu município na posição de presidente da Câmara. Após o movimento insurrecional que colocou Getúlio Vargas no poder, Luz foi convidado a assumir a pasta de Agricultura, Viação e Obras Públicas no estado de Minas. Foi também secretário do Interior do governo do interventor Benedito Valadares, cargo que manteve até 1935. Foi eleito deputado da Assembleia Constituinte de 1934 e figurou como relator do orçamento da viação na Comissão de Finanças. Foi eleito, em 1935, representante da Câmara na Junta de Investigação dos Crimes do Presidente da República, organização criada pela constituição de 1934. Em maio de 1937 foi eleito líder da maioria na Câmara dos deputados.Por ocasião da dissolução da Câmara com o golpe do Estado Novo, Carlos Luz foi logo convidado pelo presidente Getúlio Vargas para participar do Conselho Administrativo da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro. Foi eleito vice presidente desta instituição em 1938 e nomeado presidente em 1939. Em 1942 foi reeleito ao cargo e nele permaneceu até o começo de 1946. Em 1946 foi nomeado Ministro da Justiça e Negócios Interiores em 1946 pelo presidente Dutra. Em outubro do mesmo ano abandonou essa função e foi concorrer à presidência do estado de Minas Gerais, mas abandonou a disputa em prol do candidato da oposição, o ex-presidente Venceslau Bras. Em 1947 se elegeu deputado pelo PSD e renovou o mandato em 1950 e 1954.
Eleito presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro de 1955, Carlos assumiria, por expressa orientação constitucional, o cargo de presidente da República, uma vez que o presidente Vargas havia se suicidado e o vice-presidente Café Filho retirara-se do cargo por questão de saúde. Foi empossado em 8 de novembro de 1955 e tinha ao seu lado militares e políticos da UDN que questionavam a eleição de JK. Em 11 de novembro de 1955, Luz foi declarado impedido pela Câmara dos Deputados. A alegação é que ele fazia parte de uma conspiração contra a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek. Foi substituído por Nereu Ramos, presidente do senado. No dia 14 de novembro, Carlos Luz fez um discurso à Câmara, no qual expressava sua opinião a respeito do movimento do dia 11, “não tenho do que arrepender dos atos que aqui pratiquei e é por isso que me retiro convencido de que estou prestando mais uma homenagem aos meus colegas”. Alguns deputados alegaram que haviam sido informados de um golpe articulado pelo ex-presidente e afirmaram ter lido documentos que previam a prisão de homens públicos e outras medidas golpistas.
Após a deposição, Luz foi eleito para uma nova legislatura no dia três de outubro de 1958, com cerca de 25 mil votos, pelo PSD. Entre 1951 e 1957, fez parte da diretoria da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Publicou, entre outras obras, “Viação rodoviária na Zona da Mata” (1927) e “Em defesa da constituição” (1956).
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