Cecília Benevides de Carvalho Meireles
7/11/1901, Rio de Janeiro (RJ) – 9/11/1964, Rio de Janeiro (RJ)
A filha de um bancário e de uma professora municipal, única sobrevivente dos quatro filhos do casal, perdeu o pai 3 meses antes do nascimento, e a mãe 3 anos depois. O silêncio e a solidão fizeram parte da infância da escritora, criada pela avó Jacinta Garcia Benevides, e fazem parte da temática de seus poemas, que abordam ainda a religiosidade e a brevidade da vida. Após concluir o estudo primário com distinção e louvor, recebeu uma medalha de ouro do poeta Olavo Bilac, à época Inspetor Escolar do Rio de Janeiro. Em 1917, diplomada no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, torna-se professora em escolas da cidade. "Espectro", seu primeiro livro de poesias, trazendo sonetos simbolistas, é publicado dois anos depois.
Durante a década de 1920, época em que se casa com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas, publica ainda "Criança, meu amor" (1923), "Nunca mais..." (1923), "Poema dos Poemas" (1923) e "Baladas para El-Rei" (1925). Em Lisboa, publica uma apologia do Simbolismo no ensaio “O Espírito Vitorioso” (1935). Trabalha como jornalista no Diário de Notícias entre 1930 e 1931, onde escreve diariamente sobre educação. Assina, em conjunto com os educadores Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Afrânio Peixoto, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, considerado o marco da renovação educacional do Brasil. Ainda na década de 1930, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, profere conferências sobre Literatura Brasileira em Portugal, onde publica o ensaio “Batuque, Samba e Macumba” (1931), e leciona na Universidade do Distrito Federal (atual UFRJ). Nesse período, escreve também no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
Sua consagração como poetisa de renome ocorre em 1939, quando seu livro "Viagem", publicado no mesmo ano, recebe o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. "Olhinhos de Gato", de temática infanto-juvenil e baseado na infância da escritora, é publicado em capítulos na revista portuguesa Ocidente. Após a morte do marido, casa-se com o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo. Na década de 1940, Cecília Meireles leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e se torna sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura. Publica "Vaga Música" (1942), "Mar absoluto" (1945), "Rute e Alberto" (1945), "Retrato Natural" (1949), além de uma biografia de Rui Babosa para o público infantil, intitulada "Rui – Pequena História de Uma Grande Vida" (1949).
Em 1951, já aposentada como diretora de escola, começa a trabalhar como produtora e redatora de programas culturais na Rádio Ministério da Educação. Nesse período realiza conferências sobre literatura e folclore na Europa, África e Ásia. Devido à sua relação com a Índia, torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, e recebe o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi. A década de 1950 é de intensa produção literária, e a escritora publica cerca de 15 livros, dentre eles o consagrado "Romanceiro da Inconfidência" (1953).
Nos anos que precederam a sua morte, publica ainda "Metal Rosicler" (1960), "Poemas de Israel" (1963), pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, "Solombra" (1963), recebe o Prêmio Jabuti de Poesia, e "Ou Isto ou Aquilo" (1964), livro infantil considerado um clássico da poesia brasileira. Cecília Meireles falece em 1964 e recebe grandes homenagens públicas. No ano seguinte, recebe da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra. A escritora publicou mais de 30 livros em vida, e deixou uma extensa obra poética póstuma, com muitos escritos permanecendo inéditos durante anos depois de sua morte.
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