Maurício de Sousa

Cartunista

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Por Redação

Maurício de Sousa

27/10/1935, Santa Isabel (SP)

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Filho do poeta e barbeiro Antônio Mauricio de Sousa, e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, passou parte da infância ao lados dos três irmãos na cidade de Mogi das Cruzes. Posteriormente, muda-se com a família para São Paulo, em virtude do trabalho paterno em estações de rádio da capital. Nessa época, inicia os estudos no externato São Francisco, ao lado da Faculdade de Direito, no centro da cidade. Durante o período em que retorna ao interior do Estado, trabalha em rádio e também ensaia canto e dança. Para auxiliar nas finanças domésticas, começa a desenhar cartazes e pôsteres, e também faz os bonecos símbolos dos times da região e ilustra alguns livros, já sonhando em se dedicar profissionalmente ao desenho.

Após um período realizando ilustrações para jornais de Mogi, parte para São Paulo em busca de emprego, para que pudesse desenvolver sua técnica e arte. Ingressa no jornal Folha da Manhã, onde permanece durante cinco anos escrevendo reportagens policiais. Em 1959, após criar um série de tirinhas com os personagens Bidu e Franjinha e oferecê-la aos redatores do jornal, assume o posto de desenhista no veículo. Durante a década de 1960, cria novas tiras com os personagens Cebolinha, Piteco, Chico Bento e Penadinho, além de desenhar tabloides semanais com Horácio, Raposão e Astronauta. Nesse período, os desenhos de Maurício de Sousa são reproduzidos em mais de 200 jornais brasileiros.

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Na década seguinte, inicia a publicação de revistas, pela Editora Abril. A primeira personagem a ganhar revista própria é "Mônica", inspirada em uma de suas filhas.  A revista foi lançada em 1970 com tiragem de 200 mil exemplares. Seguiram-se as publicações de "Cebolinha", "Chico Bento" e "Cascão". Durante a década de 1980, perde mercado com a chegada dos desenhos animados japoneses, e decide abrir o estúdio de animação "Black & White", planejando a realização de oito longas-metragens, feitos por uma equipe de mais 70 artistas. Nessa época, realiza os filmes "A Princesa e o Robô" (1983), "As Novas Aventuras da Turma da Mônica" (1985), "Mônica e a Sereia do Rio" (1987), e "A Estrelinha Mágica" (1988), entre outros. No entanto, em virtude da conjuntura econômica da época, com a alta inflação que impedia o desenvolvimento de projetos de longo prazo, aliada às dificuldades de acesso à tecnologia mais avançada, suspende temporariamente os planos de desenho animado para se concentrar nas histórias em quadrinhos e no licenciamento de diversos produtos.

Desde 1987, suas tiras ilustram o suplemento infantil Estadinho, do jornal O Estado de S. Paulo. Naquele mesmo ano, as revistas passam a ser publicadas pela editora Globo, em parceria com os Estúdios Maurício de Sousa. O cartunista criou mais de 200 personagens, muitos deles inspirados em um de seus dez filhos ou nos amigos de infância. Durante a década de 1990, investe também na criação de parques infantis. São construídos o Parque da Mônica em São Paulo, Curitiba e no Rio de Janeiro, que permanecem em funcionamento até meados dos anos 2000. O último parque, no Shopping Eldorado, encerrou suas atividades em 2011.

Retoma as produções de desenho animado em meados dos anos 2000, com o lançamento em vídeo da série "Cine Gibi". Em 2007, ano em que firma parceria com a editora Panini, é homenageado pela escola de samba Unidos do Peruche, com o samba-enredo “Com Maurício de Sousa, a Unidos do Peruche abre-alas, abre-livros, abre-mentes e faz sonhar”. No ano seguinte, ingressa num novo mercado, com a série em mangá "Turma da Mônica Jovem". Em 2011, Maurício de Sousa torna-se o primeiro quadrinista a ingressar na Academia Paulista de Letras. O reconhecimento de seu trabalho no exterior levou à publicação da "Turma da Mônica" em diversos países. Atualmente, sua empresa lidera 80% do mercado de quadrinhos no país, cerca de 1 bilhão de revistas são publicadas no mundo todo, e 126 países publicam seus quadrinhos, em 50 diferentes idiomas.

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