Michel Miguel Elias Temer Lulia
23/09/1940, Tietê (SP)
Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em 23 de setembro de 1940, na cidade de Tietê, interior de São Paulo. Filho de imigrantes libaneses maronitas que chegaram ao Brasil na década de 20, Temer é o caçula de oito irmãos. Na cidade estudou na escola pública Plínio Rodrigues de Moraes. Aos 16 anos de idade deixou o interior e partiu para São Paulo onde concluiu o Ensino Médio e entrou na tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, onde foi líder do movimento estudantil.
Após se formar advogado em 1963, atuou na área de direito trabalhista e iniciou carreira acadêmica, doutorando-se em direito público pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1974. Titulado, passou a lecionar na Faculdade de Direito de Itu e dirigiu o curso de pós-graduação de Direito na PUC de São Paulo. Especializou-se em Direito Constitucional, área explorada em quatro obras de sua autoria. A mais importante delas, Elementos de Direito Constitucional (1982) trata da organização jurídica do Estado e da dinâmica entre os três poderes constitucionais no Brasil.
Em 1983 é indicado Procurador Geral do Estado de São Paulo pelo governador Franco Montoro (PMDB). No cargo implementou os chamados Centros de Assistência à Comunidade para atender à população da periferia. No ano seguinte, substituiu Miguel Reale Júnior como secretário de Segurança Pública. Na gestão foi criada a primeira Delegacia da Mulher do País e a instaurada a Delegacia de Proteção aos Direitos Autorais. Temer exerceu o cargo de janeiro de 1984 até novembro de 1986, quando deixou a Secretaria para se candidatar a deputado da Assembleia Nacional Constituinte pelo PMDB. Como suplente acabou assumindo um lugar na Assembleia Constituinte, onde apresentou 218 emendas, das quais 75 foram aprovadas. Entre os artigos constitucionais de sua autoria está o que determina que o Brasil buscará a integração da América Latina para a formação de uma “comunidade latino-americana”, e o que obriga o Estado a promover a “defesa do consumidor”.
Pelo PMDB, foi reeleito deputado federal por cinco mandatos, foi líder da legenda na Câmara em 1995 e ocupou a presidência da Casa em 1997, 1999 e 2009. Como presidente da Câmara, chegou a exerce a função de Presidente da República interinamente por duas vezes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB): em janeiro de 1998 e em junho de 1999. Durante os anos de legislatura licenciou-se em 1991; para retornar à Procurado Geral do Estado e no ano seguinte, quando voltou a assumir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo durante a crise institucional instalada no governo de Luiz Antonio Fleury (PMDB) após o Massacre do Carandiru.
Em 2001, é eleito presidente nacional do PMDB, sendo reeleito em 2004. Sob sua liderança, a legenda, a maior do País, ampliou sua aliança com o governo PT. Em 2010, Temer é confirmado como vice-presidente na chapa da candidata Dilma Rousseff (PT.). Com a eleição da petista, assumiu a Vice-Presidência em 2011. Foi reeleito junto com Dilma, quando o PT venceu a reeleição de 26 de outubro de 2014.
Como o agravamento da crise política de 2015, Temer rompe com o governo de Dilma Rousseff (PT) e em carta à então presidente diz era um "vice decorativo". Durante o processo de impeachment de Dilma assume a presidência interinamente até 31 de agosto de 2016, quando o impeachment é aprovado no Senado, assume como presidente da República. Sobe ao Planalto com a promessa de tocar uma agenda reformista e voltada para cortes dos gastos públicos. Com maioria no Congresso, consegue a aprovação da PEC do Teto, que limita o crescimento dos gastos públicos à variação da inflação, aprova a reforma Trabalhista e leva à pauta a da Previdência. No decorrer da Operação Lava Jato, importantes ministros e políticos da base aliada são atingidos por escândalos. Em maio de 2017, a crise atinge em cheio o governo com a divulgação de áudio onde Temer conversa com o empresário da JBS, Joesley Batista. A gravação implicam o presidente em caso de obstrução de justiça e mostra o presidente indicando o ex-assessor e então deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) como intermediador para eventuais negociações. Em ação da Polícia Federal, Rocha Loures - hoje réu acusado de corrupção passiva - é flagrado ao receber uma mala de dinheiro de R$ 500 mil da JBS. Em agosto de 2017, as denúncias contra Temer são engavetadas pela Câmara dos Deputados. Dois meses antes, o governo havia contabilizado mais uma vitória. Em junho de 2017, o TSE negou o pedido de cassação da chapa Dilma e Temer. Em setembro de 2017, pesquisa CNI/Ibope sobre o governo Temer mostrou níveis históricos de desaprovação, 77% dos entrevistados avaliaram sua gestão como ruim ou péssima. No mês seguinte, as denúncias de obstrução da Justiça e organização criminosa contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco foram à votação na Câmara. Em 25 de outubro de 2017, os deputados votaram por seu arquivamento.
Michel Temer é pai de cinco filhos. Luciana, Maristela e Clarissa, do seu primeiro casamento, com Maria Célia Toledo; Eduardo fruto de um relacionamento com a jornalista Érica Ferraz e Michel filho de sua esposa e atual primeira-dama Marcela Temer, com quem casou-se em 2003.
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