Nelson Piquet Souto Maior
17/8/1952, Rio de Janeiro (RJ)
Filho de Estácio Gonçalves de Souto Maior, Ministro da Saúde entre 61 e 62. Por conta das investidas políticas do pai, passou grande parte da infância em Brasília. Ali teve seu primeiro contato com o kart e passou a competir no início da década de 70. Sua família não apoiava sua carreira como piloto e por isso, usava seu sobrenome por parte de mãe adulterado (Piket) para não ser reconhecido nas pistas. Driblando a vigilância dos pais, foi campeão brasileiro de kart em 71 e 72. A partir daí seu segredo foi revelado.
Destacando-se no esporte foi competir na Fórmula Super Vê, onde conquistou o título em 76. No ano seguinte aventura-se na Europa, disputando a Fórmula 3 inglesa, onde obteve o campeonato de 78. No mesmo ano estrearia na Fórmula 1, dirigindo um modelo alugado da Ensign-Ford, no GP da Alemanha . Não chegou a completar a prova mas passou a ser visto como uma futura promessa na categoria. Competiu em mais quatro corridas no ano, três pilotando uma McLaren da BS Fabrications, e a última já contratado pela Brabham.
Em 79 seu maior destaque foi fazer a volta mais rápida no GP dos Estados Unidos, terminando a temporada com a melhor colocação um 4º lugar no GP da Holanda e apenas três pontos ganhos. Piquet começou a ter resultados significativos em 1980 quando foi vice-campeão do Mundial, tendo três vitórias e duas poles (terminou atrás do inglês Alan Jones).
Seu primeiro título veio em 1981. Na ocasião, pilotando um modelo que tinha um motor Ford , terminou um ponto a frente do argentino Carlos Reutemann. Piquet subiu três vezes ao ponto mais alto do pódio. No ano seguinte não conseguiu repetir a boa temporada e ficou apenas na décima primeira posição vencendo apenas uma prova.
O bicampeonato viria apenas em 83 e desta vez com um propulsor da BMW. Venceu três de quinze corridas, ficando com 59 pontos, dois a frente de Alain Prost. No ano seguinte terminou em quinto, ficando ofuscado pela hegemonia da McLaren que fez a dobradinha no Mundial de Pilotos com Niki Lauda e Alain Prost. Sua última temporada na escuderia seria em 85, quando conquistou apenas a oitava posição. Em 86 e 87, acumulou vitórias defendendo a Williams. No primeiro ano, venceu quatro GPs ( Brasil, Alemanha, Hungria e Itália), terminando o Mundial na terceira colocação, bem próximo de Nigel Mansell e do campeão Prost. No ano seguinte seria tricampeão mundial de Fórmula 1. Venceu três vezes e obteve quatro poles, terminando a temporada à frente do companheiro de equipe Nigel Mansell e de Ayrton Senna. Sua passagem pela escuderia inglesa ficou marcada além das vitórias pelos desentendimentos com Mansell. Foi para a Lotus em 88 onde não conseguiu mostrar sua qualidade. Ficou em sexto lugar com 22 pontos no Mundial de Pilotos. Em sua segunda temporada com a equipe, em 89, foi apenas oitavo com 12 pontos. Sua última equipe na Fórmula 1 foi a Benetton-Ford em 90 e 91, quando encerrou sua carreira com um terceiro e sexto lugar respectivamente. Tentou voltar à principal categoria do automobilismo em 92, mas sofreu um grave acidente nas 500 milhas de Indianapólis. Ficou preso nas ferragens e teve diversas fraturas pelo corpo. Competiu ainda pela Fórmula Uno e participou das 24 horas de Nürburgring. Ainda participou esporadicamente de outras competições nacionais e internacionais. Virou empresário e dedicou parte do seu tempo também a carreira do filho, Nelson Ângelo Piquet, ou Nelsinho Piquet. Passou também a organizar suas próprias categorias automobilísticas. Em 95 arrendou o autódromo de Brasília e desenvolveu uma disputa de carros protótipo chamado Espron, que ajudou a introduzir a BMW no Brasil. Após se desentender com a Confederação Brasileira de Automobilismo, tentou formar sua própria liga, mas o projeto não foi para frente.
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