O renomado jornalista Ricardo Boechat, morto nesta segunda-feira (11) num acidente de helicóptero, foi repórter do Estadão, colunista e chefe da sucursal do jornal no Rio de Janeiro durante a década de 1980. Com a cobertura sobre o "Caso BR", uma série de reportagens publicadas por ele juntamente com Aluizio Maranhão, Suely Caldas e Luiz Guilhermino, todos da equipe carioca da Agência Estado, recebeu o Prêmio Esso de Reportagem em 1989.
A publicação da série teve início em 29 de novembro de 1988."Petrobrás apura denúncia de extorsão" dizia a machete na capa do Estadão daquele dia. A edição trazia informações sobre um escândalo envolvendo a gigante da América Latina, a BR Distribuidora da Petorbrás.
A cobertura apontou que o general da ativa Albérico Barroso Alves, presidente da BR , amigo e protegido do então presidente José Sarney, havia nomeado auxiliares que tentaram extorquir banqueiros em troca da manutenção das contas da maior distribuidora de derivados do petróleo do País em seus bancos. O caso contou com uma apuração cuidadosa e foi machete durante meses.
Além das informações reveladas pelas fontes, a reportagem publicou uma série de fotos tiradas de um vídeo. Nas imagens, os implicados no caso apareciam numa festa na companhia de Eid Mansur Neto, apontado como o responsável por atuar no esquema junto aos bancos de São Paulo. Dias antes os envolvidos haviam afirmado à comissão de sindicância da Petrobrás e aos parlamentares no Congresso desconhecerem Mansur Neto. Abalado pelo escândalo, o governo substituiu toda a diretoria da subsidiária. O general Albérico Barroso Alves foi transferido para a Petrofértil e seus dois auxiliares foram demitidos.
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