13 de junho é dia de Santo Antônio, um dos mais populares e castigados no Brasil por causa de sua fama de casamenteiro. Muitas mulheres em busca de um relacionamento costumam aplicar castigo e represálias à imagem do santo até que seus pedidos, em especial um bom pretendente, apareça e as leve ao altar.
Até que o desejo seja realizado é costume colocar o santo de cabeça para baixo, tirar o menino Jesus de seu colo, esconder, enterrar, ou afogá-lo, como aparece no filme A Marvada Carne, de 1985. Ao contrário do que se possa imaginar, a prática é vista pela Igreja como forma de devoção e não como desrespeito (veja algumas simpatias na matéria abaixo). Para o frei Adriano Freixo, pároco da Paróquia de Santo Antônio do Pari, "a negociação com o santo mostra uma relação de intimidade, de proximidade e devoção", sem nenhuma conotação ofensiva. "Essas ações não estão associadas a nenhum fato em particular da vida de Santo Antônio. Fazem parte da religiosidade popular", explica.
100ª Festa. Na igreja do Pari, que neste ano realiza a 100ª edição da Festa de Santo Antônio, devem comparecer cerca de 90 mil pessoas que para lá se dirigem levando flores, acendendo velas e oferecendo contribuições aos pobres numa forma simbólica de homenagear o santo, ou para pedir favores. O grande movimento de fiéis e devotos, que lotam as ruas do bairro no dia da homenagem oficial ao padroeiro, demonstra que a fé em Santo Antônio continua em alta. A tradicional festa que começou pequena, com celebrações religiosas, tem hoje 30 barracas de comidas típicas, lembrancinhas, música e lírios. O carro chefe do evento é o famoso bolo de Santo Antônio (vendido a R$ 4,00 o pedaço). Diz a 'religiosidade popular' que quem prova um pedaço não chega solteiro até o próximo ano.
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