Cazuza atravessando a rua, se preparando para traçar uma quentinha e fingindo se perfurmar no banheiro. Jorge Ben num banco de parque pertinho da Paulista. Claudia Raia fumando no camarim. Bruna Lombardi fazendo chamego no cachorro. Freddy Mercury e os outros integrantes do Queen de boa na área de lazer do hotel. O vocalista do Iron Maiden arrumando a cabeleira e subindo numa escadinha para melhorar o enquadramento da foto. Michel Temer mais jovem com camisa de mangas curtas.
Essas e outras relíquias do arquivo fotográfico do jornal serão apresentadas na série “Contatos fotográficos”, que começa a ser publicada pelo Acervo Estadão. Contato fotográfico é a prova em folha de papel em que todos os fotogramas de um rolo de filme eram mostrados para que os editores escolhessem qual imagem seria publicada no jornal.
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Se atualmente as máquinas digitais permitem que as fotos sejam transmitidas, publicadas e arquivadas em instantes, até poucos anos atrás o processo analógico demandava tempo para revelação e, principalmente, não era possível verificar antes como o retrato havia saído. Mesmo os tarimbados fotógrafos profissionais só conseguiam visualizar o resultado de seu trabalho após a revelação em laboratório.
O fotógrafo saía da sede do jornal às ruas com um objetivo a registrar, a pauta, equipado com máquinas e filmes analógicos, películas que produziam uma imagem negativa que após ser revelada produzia a foto propriamente dita: o positivo. Ao retornar ao jornal, o fotógrafo entregava os rolos de filmes para o laboratório, onde todas as imagens feitas eram reveladas e de onde saía uma prova em miniatura das imagens a serem escolhidas, o contato.
Com o contato em mãos, os editores selecionavam e marcavam com lápis coloridos quais imagens seriam utilizadas e solicitavam a ampliação. Essa primeira impressão das imagens era devidamente registrada e seguia para o arquivamento. Já as fotografias ampliadas seguiam para edição e publicação.
Neste processo, que ocorreu de 1963 a 2003, centenas de contatos foram revelados, preservados com imagens de momentos que nunca foram antes publicados. Em 40 anos, são 32,4 milhões de fotogramas arquivados e catalogados em 9.258 pastas.
São fotos que não cabiam ao momento da pauta na época, mas que agora revelam detalhes, gestos, sorrisos e o cotidiano de personalidades do Brasil e do mundo que em algum momento viraram matéria nas páginas do jornal. Revelam também a dinâmica do trabalho dos fotógrafos, que precisavam ajustar e aprimorar o olhar até conseguirem a melhor imagem.
Veja abaixo as etapas desse antigo procedimento fotográfico até o arquivamento.
Ficha de entrada no laboratório
Negativos preto & branco e coloridos
Envelopes de conservação de negativos
Envelopes de envio de filmes
Verso de folha de contato datilografada
Verso de folha de contato prenchida à mão
Negativo e contatos
Folhas de contatos
Pastas de contatos fotográficos
Galeria
ACERVO
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