No começo de dezembro de 2018, o repórter do Estadão Fábio Serapião revelou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) havia apontado uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro.
O furo de reportagem do Estadão deu início ao que ficou conhecido como “caso das rachadinhas” e levou o Ministério Público do Rio a abrir investigação que durou dois anos e resultou em denúncia de crimes de fraude, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Flávio, Queiroz e outros 15 envolvidos.
Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as decisões anteriores sobre o caso envolvendo Queiroz e Flávio Bolsonaro. As provas obtidas por meio da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos investigados - usados para embasar a denúncia do MP - foram consideradas nulas.
O caso voltou à tona com investigação sobre a “Abin paralela”. Em julho de 2024, o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do áudio de uma reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno (então chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem discutem plano para anular o inquérito das rachadinhas.