Na véspera da publicação do edital da venda das companhias estatais e do sistema Telebrás, em 1998, a sucursal de Brasília do Estadão e a equipe da Agência Estado - empresa do Grupo Estado pioneira em notícias em tempo real, criada em 1970 - tiveram acesso ao documento com as regras da desestatização. Com embargo até as 7h do dia seguinte, o que inviabilizava a publicação na edição impressa, a estratégia foi publicar a íntegra do edital na Agência Estado.
Para isso, o conteúdo foi enviado por fax, páginas por página, de Brasília para a redação em São Paulo, onde era transcrito. Poucos minutos antes do prazo, o trabalho foi concluído, e a notícia exclusiva publicada às 7h01.
Um marco do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o leilão da Telebrás - joia da coroa daquele processo de privatização -, em julho de 1998, foi o maior da história do País. A venda do controle da estatal e de suas subsidiárias transferiu os direitos de pouco mais de 18% das ações da holding para os investidores privados pelo valor total de R$ 22,058 bilhões (quase US$ 19 bilhões da época), 63% a mais que o preço mínimo de venda. O processo marcou a entrada das grandes teles no mercado brasileiro.