O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977. No entanto, o dia 8 de março já era utilizado por movimentos femininos como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século 20. Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois entre eles são lembrados como determinantes para sua oficialização.
O primeiro - o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911 - foi uma tragédia que levou às capas dos jornais as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. O segundo - um marco da História Contemporânea, a marcha das mulheres russa por pão e paz em 1917 - iniciou uma revolução de efeitos globais que reverberam até hoje.
Tragédia
Em 25 de março de 1911 um incêndio atingiu a fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, nos Estados Unidos. Foi o mais mortal acidente industrial da cidade de Nova York, matou 146 pessoas; 23 homens e 123 mulheres. Quem estava no prédio teve pouca chance contra o fogo, pois as saídas estavam trancadas. A prática de fechar as portas das oficinas, para impedir a saída para pausas durante o turno, era uma das ações arbitrárias contra as trabalhadoras.
O noticiário também revelou as péssimas condições de trabalho das vítimas. Cargas horárias extenuantes, que podiam chegar a mais de 16 horas diárias, salários incrivelmente baixos e locais insalubres eram alguns dos fatos da dura realidade vivida pelas operárias.
Revolução
Desde o final do século 19, organizações socialistas e sufragistas feministas defendiam a criação de um data para lembrar a luta das mulheres por direitos. A marxista alemã Clara Zetkin é lembrada como principal idealizadoras da proposta. Em 1910, durante a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, Zetkin defendeu a criação de uma mobilização anual.
A revolta diante da tragédia na tecelagem Triangle se transformou numa bandeira por melhores condições de trabalho para as mulheres e acabou arregimentando mais ativistas para as diferentes causas femininas defendidas no Dia Internacional da Mulher.
Dia Internacional da Mulher
Festa
Foto: Sergio Arak/ Estadão ▲Manifestante
Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão ▲Sufragista
Foto: The Graphic/ Reprodução ▲As primeiras calças feminnas
Foto: Revista Careta/ Reprodução ▲Passeata pelo voto feminino
Foto: The Graphic/ Reprodução ▲Operária
Foto: Acervo/ Estadão ▲A aviadora Anésia Pinheiro
Foto: Acervo/ Estadão ▲A ministra Dorothea Werneck
Foto: Mónica Zaratini/ Estadão ▲A atriz e produtora Ruth Escobar
Foto: Sidney Corralo/Estadão ▲A jornalista Marília Gabriela
Foto: Edu Garcia/ Estadão ▲Durante a Guerra
Foto: Rotogravura/ Estadão ▲A roqueira Cássia Eller
Foto: César Diniz/ Estadão ▲A ministra Esther de Figueiredo Ferraz
Foto: Acervo/ Estadão ▲A atleta Wanda dos Santos
Foto: Acervo/Estadão ▲A cantora Elizeth Cardoso
Foto: Acervo/Estadão ▲Metalúrgica
Foto: Rotogravura/ Estadão ▲Unidade feminina do exército britânico durante a 2ª Guerra
Foto: Rotogravura/ Estadão ▲Trabalhadora do campo
Foto: Acervo/ Estadão ▲A cantora Inezita Barroso
Foto: Acervo/ Estadão ▲A fã
Foto: Ana Carolina Fernandes/ Estadão ▲Meninas
Foto: Acervo/ Estadão ▲Estudantes
Foto: Acervo/ Estadão ▲Mulheres na Constituinte
Foto: Alencar Monteiro/Estadão ▲A cantora Fafá de belém
Foto: Clóvis Cranchi/ Estadão ▲Ativistas
Foto: Antônio Vargas/ Estadão ▲A deptada Luiza Erundina
Foto: César Diniz/ Estadão ▲A economista Maria da Conceição Tavares
Foto: Waldemar Padovani/ Estadão ▲A cantora Elis Regina
Foto: Acervo/Estadão ▲Leila Diniz
Foto: Ywane Yamazaki/Estadão ▲Manifestação na Avenida Paulista
Foto: José Bassit/ Estadão ▲3º Encontro de Mulheres Latino Americano e do Caribe
Foto: Alberto Marques/ Estadão ▲A artista plástica Lygia Clark
Foto: Acervo/ Estadão ▲A arqueóloga Niède Guidon
Foto: Márcia Zoet/ Estadão ▲Cartunista Nair de Tefé
Foto: Carlos Chicartino/ Estadão ▲A atriz Cacilda Becker
Foto: Acervo/ Estadão ▲A escritora Rachel de Queiroz
Foto: Acervo/ Estadão ▲A escritora Carolina Maria de Jesus
Foto: Acervo/ Estadão ▲As atrizes Tônia Carreiro e Eva Wilma
Foto: Acervo/Estadão ▲A tenista Maria Esther Bueno
Foto: Acervo/ Estadão ▲A escritora Cecília Meireles
Foto: Acervo/Estadão ▲A atleta Conceição Geremias
Foto: Alfredo Rizzutti/ Estadão ▲A aviadora Ada Rogato
Foto: Antônio Lúcio/ Estadão ▲Esforço de guerra
Foto: Rotogravura/ Estadão ▲A motociclista
Foto: Rotogravura/ Estadão ▲Lambretta
Foto: Acervo/ Estadão ▲Telefonistas
Foto: Reginaldo Manente/Estadão ▲A atriz Regina Casé
Foto: Domício Pinheiro/ Estadão ▲A escritora Hilda Hilst
Foto: Juvenal Pereira/ Estadão ▲A artista plástica Tomie Ohtake
Foto: Newton Aguiar/ Estadão ▲A atriz e bailarina Cláudia Raia
Foto: Ana Carolina Fernandes/ Estadão ▲A cantora e comediante Aracy de Almeida
Foto: Acervo/Estadão ▲Professora
Foto: Acervo/Estadão ▲Mulheres pela redemocratização
Foto: Claudinê Petroli/ Estadão ▲Universitárias
Foto: Acervo/Estadão ▲As cantoras Suzana Salles, Vânia Bastos e Ná Ozetti
Foto: André Douek/Estadão ▲Voluntárias
Foto: Acervo/Estadão ▲Operária
Foto: Reginaldo Manente/Estadão ▲Artista
Foto: Domício Pinheiro/ Estadão ▲A cantora Elba Ramalho
Foto: Chico Ferreira/ Estadão ▲A professora de educação física Ala Szerman
Foto: Marcos Fernandes/ Estadão ▲A cantora e atriz Dóris Monteiro
Foto: Joveci C. De Freitas/ Estadão ▲A atleta Conceição Geremias
Foto: Alfredo Ruzzutti/ Estadão ▲A atriz Fernanda Montenegro
Foto: José Cordeiro/ Estadão ▲A comediante Dercy Gonçalves
Foto: Carlão Limeira/ Estadão ▲A jogadora Hortência
Foto: Sérgio Berezovsky/ Estadão ▲Mulher na estrada
Foto: Tiago Queiroz/ Estadão ▲Taxista
Foto: Monalisa Lins/ Estadão ▲Motorista de ônibus
Foto: Fábio Motta/ Estadão ▲Capitã-tenente da Marinha
Foto: Alaor Filho/ Estadão ▲Policiais
Foto: Vidal Cavalcanti/ Estadão ▲Garimpeira
Foto: Evelson de Freitas/ Estadão ▲A craque Marta
Foto: Paulo Pinto/ Estadão ▲Madonna
Foto: Luludi/ Estadão ▲Galerias do Acervo
Foto: Acervo ▲Naquele 8 de março, mulheres saíram às ruas de São Petersburgo para pedir por pão, melhores condições de vida e pela saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. Em fevereiro, operários russos já haviam começado a organizar uma série de protestos e greves. No dia 7 de março operários pararam a Putilov, maior fábrica da capital russa.
No dia seguinte, uma onda de insatisfação irrompeu entre as mulheres nas filas de racionamento de pão, elas se juntaram aos comícios do Dia Internacional da Mulher e a mobilização tomou conta das ruas de São Petersburgo. O movimento operário aderiu à manifestação e cerca de 50 mil trabalhadores entraram em greve. O evento marcou o início da chamada Revolução Russa de 1917. As demonstração também fortaleceram a causa do sufrágio feminino no país.
Oficialização
A ONU declarou o ano de 1975 o Ano Internacional da Mulher. Ações e jornadas por todo mundo foram desenvolvidas pela entidade para promover a igualdade de gêneros e a proteção dos direitos das mulheres. Em 1977, a ONU oficializou a data 08 de março como o Dia Internacional da Mulher.
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