A agonia de Tancredo. E do Brasil


Há 30 anos, o País perdia o primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar

Por Carlos Eduardo Entini

 

 

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Um País ansioso para ver o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura militar não poderia ter imaginado o pior. Na noite anterior à sua posse, 14 de março de 1985, Tancredo Neves, presidente eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, não pôde assumir porque foi internado às pressas para tratar de apendicite aguda no Hospital de Base de Brasília. Em seu lugar foi empossado o vice-presidente José Sarney. Durante 38 dias o Brasil acompanhou a agonia de Tancredo Neves. Foram sete cirurgias e uma traqueostomia até sua morte em 21 de abril de 1985. Do quadro simples de uma apendicite foi revelado, posteriormente, pelo médico chefe da equipe que acompanhou o caso, Henrique Walter Pinotti, que o presidente já chegara ao Hospital de Base com processo infeccioso e que o problema foi agravado por uma infecção hospitalar. Durante os dias que antecederam sua morte, o País viveu entre períodos de alívio e angústia, a maioria deles ditados pelo boletins médicos lidos pelo então porta-voz e secretário de Imprensa do governo, Antônio Brito.

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A vida de Tancredo no Acervo Estadão

Nos primeiros dias de internação, ninguém poderia imaginar que o quadro se agravaria. As primeiras notícias eram de Tancredo andando pelo quarto, indicando a recuperação. Em 25 de março, após a segunda cirurgia, Pinotti chegou a afirmar que, "se o presidente Tancredo Neves quiser, ele pode assumir já nesta sexta-feira". No mesmo dia, Tancredo fez uma foto com sua mulher, Risoleta. Mas foi justamente naquele dia que o quadro se agravou. Tancredo sofreu hemorragia e foi levado de Brasília para o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Durante o período de internação no IC, as ruas próximas do maior complexo hospitalar da América Latina se transformaram no principal lugar de peregrinação do País. A parte interna do hospital se tornou a sala de espera da República, com a presença de governadores, senadores, deputados, religiosos e outras figuras públicas. Do lado de fora, populares ficavam dia e noite esperando notícias sobre o quadro de saúde do presidente acompanhados pelo batalhão de jornalistas. A agonia de Tancredo e do País se agravou em 12 de abril, quando ele era mantido vivo por aparelhos. A última esperança foi a chegada do médico americano especialista em doenças respiratórias agudas, Warren Myron Zappol. Seu diagnóstico, em 20 de abril, de certa forma, foi o fim da agonia do País: Tancredo Neves era um paciente terminal. 

 

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Um País ansioso para ver o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura militar não poderia ter imaginado o pior. Na noite anterior à sua posse, 14 de março de 1985, Tancredo Neves, presidente eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, não pôde assumir porque foi internado às pressas para tratar de apendicite aguda no Hospital de Base de Brasília. Em seu lugar foi empossado o vice-presidente José Sarney. Durante 38 dias o Brasil acompanhou a agonia de Tancredo Neves. Foram sete cirurgias e uma traqueostomia até sua morte em 21 de abril de 1985. Do quadro simples de uma apendicite foi revelado, posteriormente, pelo médico chefe da equipe que acompanhou o caso, Henrique Walter Pinotti, que o presidente já chegara ao Hospital de Base com processo infeccioso e que o problema foi agravado por uma infecção hospitalar. Durante os dias que antecederam sua morte, o País viveu entre períodos de alívio e angústia, a maioria deles ditados pelo boletins médicos lidos pelo então porta-voz e secretário de Imprensa do governo, Antônio Brito.

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Nos primeiros dias de internação, ninguém poderia imaginar que o quadro se agravaria. As primeiras notícias eram de Tancredo andando pelo quarto, indicando a recuperação. Em 25 de março, após a segunda cirurgia, Pinotti chegou a afirmar que, "se o presidente Tancredo Neves quiser, ele pode assumir já nesta sexta-feira". No mesmo dia, Tancredo fez uma foto com sua mulher, Risoleta. Mas foi justamente naquele dia que o quadro se agravou. Tancredo sofreu hemorragia e foi levado de Brasília para o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Durante o período de internação no IC, as ruas próximas do maior complexo hospitalar da América Latina se transformaram no principal lugar de peregrinação do País. A parte interna do hospital se tornou a sala de espera da República, com a presença de governadores, senadores, deputados, religiosos e outras figuras públicas. Do lado de fora, populares ficavam dia e noite esperando notícias sobre o quadro de saúde do presidente acompanhados pelo batalhão de jornalistas. A agonia de Tancredo e do País se agravou em 12 de abril, quando ele era mantido vivo por aparelhos. A última esperança foi a chegada do médico americano especialista em doenças respiratórias agudas, Warren Myron Zappol. Seu diagnóstico, em 20 de abril, de certa forma, foi o fim da agonia do País: Tancredo Neves era um paciente terminal. 

 

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Um País ansioso para ver o primeiro presidente civil depois de 21 anos de ditadura militar não poderia ter imaginado o pior. Na noite anterior à sua posse, 14 de março de 1985, Tancredo Neves, presidente eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, não pôde assumir porque foi internado às pressas para tratar de apendicite aguda no Hospital de Base de Brasília. Em seu lugar foi empossado o vice-presidente José Sarney. Durante 38 dias o Brasil acompanhou a agonia de Tancredo Neves. Foram sete cirurgias e uma traqueostomia até sua morte em 21 de abril de 1985. Do quadro simples de uma apendicite foi revelado, posteriormente, pelo médico chefe da equipe que acompanhou o caso, Henrique Walter Pinotti, que o presidente já chegara ao Hospital de Base com processo infeccioso e que o problema foi agravado por uma infecção hospitalar. Durante os dias que antecederam sua morte, o País viveu entre períodos de alívio e angústia, a maioria deles ditados pelo boletins médicos lidos pelo então porta-voz e secretário de Imprensa do governo, Antônio Brito.

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Nos primeiros dias de internação, ninguém poderia imaginar que o quadro se agravaria. As primeiras notícias eram de Tancredo andando pelo quarto, indicando a recuperação. Em 25 de março, após a segunda cirurgia, Pinotti chegou a afirmar que, "se o presidente Tancredo Neves quiser, ele pode assumir já nesta sexta-feira". No mesmo dia, Tancredo fez uma foto com sua mulher, Risoleta. Mas foi justamente naquele dia que o quadro se agravou. Tancredo sofreu hemorragia e foi levado de Brasília para o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Durante o período de internação no IC, as ruas próximas do maior complexo hospitalar da América Latina se transformaram no principal lugar de peregrinação do País. A parte interna do hospital se tornou a sala de espera da República, com a presença de governadores, senadores, deputados, religiosos e outras figuras públicas. Do lado de fora, populares ficavam dia e noite esperando notícias sobre o quadro de saúde do presidente acompanhados pelo batalhão de jornalistas. A agonia de Tancredo e do País se agravou em 12 de abril, quando ele era mantido vivo por aparelhos. A última esperança foi a chegada do médico americano especialista em doenças respiratórias agudas, Warren Myron Zappol. Seu diagnóstico, em 20 de abril, de certa forma, foi o fim da agonia do País: Tancredo Neves era um paciente terminal. 

 

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