Na pesquisa para recuperar antigas reportagens sobre Vanusa, que morreu na manhã deste domingo em Santos, um detalhe extra sobre o sucesso da cantora tornou mais lenta a seleção do material. Além do radar do jornal não captar a dimensão de artistas populares em alguns períodos, a menção a um jogador de futebol conhecido como Toninho Vanusa dominava o resultado das buscas na década de 1970, um dos períodos de maior sucesso da cantora, quando emplacou vários hits e foi até estrela da novela Cinderela 77 na TV Tupi. O motivo do apelido de Toninho: os vistosos cabelos loiros do atleta do Palmeiras e do Vasco, pois antes de Xuxa aparecer na década seguinte era Vanusa o ícone de cabelos dourados no imaginário dos brasileiros.
O apelido do jogador dá a dimensão de como, desde o seu surgimento nos anos 60, muitas vezes a imagem de Vanusa ofuscou o seu gigante talento vocal e interpretativo, como mostra algumas das reportagens selecionadas no Acervo Estadão. Entre elas, uma em que declarou à reporter Eliana Castro em 1991 o motivo de não se ligar a movimentos musicais e o que a movia naquele momento: "Sou uma estrela solitária que tenta realizar o antigo sonho da imortalidade: tenho batalhado para não cair no esquecimento. Minha voz não vai morrer."
>> Estadão 15/8/1991
Algumas das várias pérolas esquecidas oferecidas pela cantora ao público que irão reaparecer a partir de agora com certo espanto é "Gaiola Dourada", em que Vanusa canta em 1979 a sobrecarga feminina com a rotina familiar no disco "Viva Vanusa" e "Don,t Cry for me Argentina".
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