A jovem cantora inglesa, Amy Winehouse, apareceu pela primeira nas páginas do Estadão em 2007. A matéria a descrevia como uma artista de “perfil intrépido e não fabricado”.
Na época, com apenas 23 anos de idade, um single de sucesso, Rehab e com seu álbum, Back to Black (2006) sendo considerado “o melhor álbum de soul music em anos”, a cantora tinha sua voz comparada a grandes nomes do Jazz e da Soul Music como Etta James, Aretha Franklin, Shirley Bassey, Macy Gray, Sara Vaughan.
Amy era exaltada como uma intérprete capaz de “extrair substâncias revigorantes de velhas fórmulas, como que reatando o elo perdido para um estágio posterior”. A matéria de Lauro Lisboa fechava com uma profecia, que se mostraria verdadeira,”ela tem cacife suficiente para deixar marca própria na moderna soul music.”
Amy Winehouse no Brasil
No ano seguinte, os cinco prêmios Grammy de 2008- de artista revelação, canção, gravação, álbum pop-vocal e melhor cantora, um recorde na época - indicaram o estrondoso sucesso de Amy, o fato de ela não estar presente na cerimônia – ela teve o visto negado pelos Estados Unidos por ter sido detida por posse e consumo de drogas - contava a outra parte da vida da jovem artista, sua luta contra dependência química e alcoólica.
Ambos, o sucesso e as drogas, marcaram sua breve e meteórica carreira, encerrada de forma trágica e precoce. Amy foi encontrada morta por overdose de álcool, aos 27 anos de idade, em 23 de julho de 2011. Sua trajetória contou memoráveis hits, como Back to Black, Tears Dry On Their Own, I’m no Good, Just Friends, para citar alguns.
No Estadão de 25 de julho de 2011, o texto do professor Francisco Foot Hardman, apontou a importância da intérprete para a cultura contemporânea: “Amy, na melhor e mais sublime linhagem do alto romantismo da cultura pop, trouxe para o século 21 a força do canto e da poesia condensadas numa voz que tinha algo do mágico timbre de deusas como Billie Holiday e Janis Joplin.”
Como na matéria de 2007, a comparação com grandes nomes da música pareciam não dar conta de explicar a mágica vocal da cantora inglesa, que com sua partida deixa a incógnita: algum dia a música nos apresentará um nome a ser comparado ao de Amy?
Veja mais matérias sobre Amy Winehouse no Acervo Estadão e relembre a temporada de shows no Brasil em 2011, onde os fãs puderam conferir apresentações em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro: