Aspectos humanos da favela carioca


Estudo foi publicado em dois suplementos do Estadão em 13 e 15 de abril de 1960

Por Edmundo Leite
Atualização:

“Aspectos Humanos da Favela Carioca” foi publicado pelo Estadão em dois encartes com mais de 40 páginas cada um, nos dias 13 e 15 de abril de 1960, quando o Rio de Janeiro vivia seus últimos momentos de Distrito Federal, pois na quinta-feira seguinte, dia 21, seria inaugurada a cidade de Brasília.

O Estudo foi encomendado pelo jornal à extinta Sagmacs (Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais). Orientado pelo padre Louis Joseph Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, a pesquisa foi conduzida pelos sociólogos José Arthur Rios, Carlos Alberto de Medida e pelo arquiteto Helio Modesto.

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“Ao encomendar à Sagmacs uma pesquisa sobre as favelas do Rio, o “Estado” teve o objetivo de chamar a atenção dos governantes, administradores, legisladores, políticos e estudiosos das questões sociais para esse fenômeno tão característico dos centros urbanos do Brasil, que se manifesta de forma mais evidente no Distrito Federal”, dizia a apresentação do primeiro volume.

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Apesar de trazer um rico e então inédito acervo de mapas, gráficos e tabelas, não era o aspecto estatístico que prevalecia, como já adiantava o título. “A tarefa que nos propusemos era conhecer a vida nas favelas, penetrar, quanto possível, na intimidade do favelado, descobrir suas atitudes fundamentais, suas reações e sentimentos, sua concepção de vida, de si mesmo e da cidade em que habita”, dizia a apresentação do estudo, que se desmembrou nos mais variados aspectos, como saneamento, lazer, educação, religiosidade, segurança e urbanização para fazer um panorama da situação nas favelas.

Tão logo foi publicado, tornou-se uma referência no assunto. Segundo notícia publicada no dia da inauguração de Brasília, “os suplementos divulgando a pesquisa estão sendo disputados por administradores, políticos, representantes das Associações Amigos de Bairro, bibliotecas, centro de estudos e pesquisas e editoras.”

O mesmo texto mencionava que os jornaleiros “que vendem diária e tradicionalmente o Estado no Rio de Janeiro sentem dificuldades em atender as centenas de insistentes pedidos de leitores para que obtenham exemplares das edições dos suplementos.”

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Para suprir a demanda dos leitores cariocas, o Estado cedeu o estudo ao jornal Tribuna da Imprensa, que o republicou no mês seguinte. Ao apresentar o estudo patrocinado pelo Estadão aos leitores de seu jornal no Rio, Carlos Lacerda afirmou que “pela primeira vez, num conjunto de pesquisas, se examina a favela sob seus aspectos sociais e econômicos”. E exaltava a segunda parte, “que tem muito de crônica até – realçada pela limpidez do estilo em que se trai a presença de um escritor social de primeira categoria, misto de repórter e cronista, como a escrever a “Comédia Humana das favelas.”

Na época do estudo, o Rio de Janeiro contava 186 favelas nas quais moravam 750 mil pessoas, um quarto da população da cidade. Passados 50 anos de sua publicação, “Aspectos Humanos da Favela Carioca” é considerado fundamental para entender a questão na atualidade.

# Aspectos Humanos da Favela Carioca: parte 1 | parte 2

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“Aspectos Humanos da Favela Carioca” foi publicado pelo Estadão em dois encartes com mais de 40 páginas cada um, nos dias 13 e 15 de abril de 1960, quando o Rio de Janeiro vivia seus últimos momentos de Distrito Federal, pois na quinta-feira seguinte, dia 21, seria inaugurada a cidade de Brasília.

O Estudo foi encomendado pelo jornal à extinta Sagmacs (Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais). Orientado pelo padre Louis Joseph Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, a pesquisa foi conduzida pelos sociólogos José Arthur Rios, Carlos Alberto de Medida e pelo arquiteto Helio Modesto.

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“Ao encomendar à Sagmacs uma pesquisa sobre as favelas do Rio, o “Estado” teve o objetivo de chamar a atenção dos governantes, administradores, legisladores, políticos e estudiosos das questões sociais para esse fenômeno tão característico dos centros urbanos do Brasil, que se manifesta de forma mais evidente no Distrito Federal”, dizia a apresentação do primeiro volume.

Apesar de trazer um rico e então inédito acervo de mapas, gráficos e tabelas, não era o aspecto estatístico que prevalecia, como já adiantava o título. “A tarefa que nos propusemos era conhecer a vida nas favelas, penetrar, quanto possível, na intimidade do favelado, descobrir suas atitudes fundamentais, suas reações e sentimentos, sua concepção de vida, de si mesmo e da cidade em que habita”, dizia a apresentação do estudo, que se desmembrou nos mais variados aspectos, como saneamento, lazer, educação, religiosidade, segurança e urbanização para fazer um panorama da situação nas favelas.

Tão logo foi publicado, tornou-se uma referência no assunto. Segundo notícia publicada no dia da inauguração de Brasília, “os suplementos divulgando a pesquisa estão sendo disputados por administradores, políticos, representantes das Associações Amigos de Bairro, bibliotecas, centro de estudos e pesquisas e editoras.”

O mesmo texto mencionava que os jornaleiros “que vendem diária e tradicionalmente o Estado no Rio de Janeiro sentem dificuldades em atender as centenas de insistentes pedidos de leitores para que obtenham exemplares das edições dos suplementos.”

Para suprir a demanda dos leitores cariocas, o Estado cedeu o estudo ao jornal Tribuna da Imprensa, que o republicou no mês seguinte. Ao apresentar o estudo patrocinado pelo Estadão aos leitores de seu jornal no Rio, Carlos Lacerda afirmou que “pela primeira vez, num conjunto de pesquisas, se examina a favela sob seus aspectos sociais e econômicos”. E exaltava a segunda parte, “que tem muito de crônica até – realçada pela limpidez do estilo em que se trai a presença de um escritor social de primeira categoria, misto de repórter e cronista, como a escrever a “Comédia Humana das favelas.”

Na época do estudo, o Rio de Janeiro contava 186 favelas nas quais moravam 750 mil pessoas, um quarto da população da cidade. Passados 50 anos de sua publicação, “Aspectos Humanos da Favela Carioca” é considerado fundamental para entender a questão na atualidade.

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“Aspectos Humanos da Favela Carioca” foi publicado pelo Estadão em dois encartes com mais de 40 páginas cada um, nos dias 13 e 15 de abril de 1960, quando o Rio de Janeiro vivia seus últimos momentos de Distrito Federal, pois na quinta-feira seguinte, dia 21, seria inaugurada a cidade de Brasília.

O Estudo foi encomendado pelo jornal à extinta Sagmacs (Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais). Orientado pelo padre Louis Joseph Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, a pesquisa foi conduzida pelos sociólogos José Arthur Rios, Carlos Alberto de Medida e pelo arquiteto Helio Modesto.

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“Ao encomendar à Sagmacs uma pesquisa sobre as favelas do Rio, o “Estado” teve o objetivo de chamar a atenção dos governantes, administradores, legisladores, políticos e estudiosos das questões sociais para esse fenômeno tão característico dos centros urbanos do Brasil, que se manifesta de forma mais evidente no Distrito Federal”, dizia a apresentação do primeiro volume.

Apesar de trazer um rico e então inédito acervo de mapas, gráficos e tabelas, não era o aspecto estatístico que prevalecia, como já adiantava o título. “A tarefa que nos propusemos era conhecer a vida nas favelas, penetrar, quanto possível, na intimidade do favelado, descobrir suas atitudes fundamentais, suas reações e sentimentos, sua concepção de vida, de si mesmo e da cidade em que habita”, dizia a apresentação do estudo, que se desmembrou nos mais variados aspectos, como saneamento, lazer, educação, religiosidade, segurança e urbanização para fazer um panorama da situação nas favelas.

Tão logo foi publicado, tornou-se uma referência no assunto. Segundo notícia publicada no dia da inauguração de Brasília, “os suplementos divulgando a pesquisa estão sendo disputados por administradores, políticos, representantes das Associações Amigos de Bairro, bibliotecas, centro de estudos e pesquisas e editoras.”

O mesmo texto mencionava que os jornaleiros “que vendem diária e tradicionalmente o Estado no Rio de Janeiro sentem dificuldades em atender as centenas de insistentes pedidos de leitores para que obtenham exemplares das edições dos suplementos.”

Para suprir a demanda dos leitores cariocas, o Estado cedeu o estudo ao jornal Tribuna da Imprensa, que o republicou no mês seguinte. Ao apresentar o estudo patrocinado pelo Estadão aos leitores de seu jornal no Rio, Carlos Lacerda afirmou que “pela primeira vez, num conjunto de pesquisas, se examina a favela sob seus aspectos sociais e econômicos”. E exaltava a segunda parte, “que tem muito de crônica até – realçada pela limpidez do estilo em que se trai a presença de um escritor social de primeira categoria, misto de repórter e cronista, como a escrever a “Comédia Humana das favelas.”

Na época do estudo, o Rio de Janeiro contava 186 favelas nas quais moravam 750 mil pessoas, um quarto da população da cidade. Passados 50 anos de sua publicação, “Aspectos Humanos da Favela Carioca” é considerado fundamental para entender a questão na atualidade.

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“Aspectos Humanos da Favela Carioca” foi publicado pelo Estadão em dois encartes com mais de 40 páginas cada um, nos dias 13 e 15 de abril de 1960, quando o Rio de Janeiro vivia seus últimos momentos de Distrito Federal, pois na quinta-feira seguinte, dia 21, seria inaugurada a cidade de Brasília.

O Estudo foi encomendado pelo jornal à extinta Sagmacs (Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais). Orientado pelo padre Louis Joseph Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, a pesquisa foi conduzida pelos sociólogos José Arthur Rios, Carlos Alberto de Medida e pelo arquiteto Helio Modesto.

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“Ao encomendar à Sagmacs uma pesquisa sobre as favelas do Rio, o “Estado” teve o objetivo de chamar a atenção dos governantes, administradores, legisladores, políticos e estudiosos das questões sociais para esse fenômeno tão característico dos centros urbanos do Brasil, que se manifesta de forma mais evidente no Distrito Federal”, dizia a apresentação do primeiro volume.

Apesar de trazer um rico e então inédito acervo de mapas, gráficos e tabelas, não era o aspecto estatístico que prevalecia, como já adiantava o título. “A tarefa que nos propusemos era conhecer a vida nas favelas, penetrar, quanto possível, na intimidade do favelado, descobrir suas atitudes fundamentais, suas reações e sentimentos, sua concepção de vida, de si mesmo e da cidade em que habita”, dizia a apresentação do estudo, que se desmembrou nos mais variados aspectos, como saneamento, lazer, educação, religiosidade, segurança e urbanização para fazer um panorama da situação nas favelas.

Tão logo foi publicado, tornou-se uma referência no assunto. Segundo notícia publicada no dia da inauguração de Brasília, “os suplementos divulgando a pesquisa estão sendo disputados por administradores, políticos, representantes das Associações Amigos de Bairro, bibliotecas, centro de estudos e pesquisas e editoras.”

O mesmo texto mencionava que os jornaleiros “que vendem diária e tradicionalmente o Estado no Rio de Janeiro sentem dificuldades em atender as centenas de insistentes pedidos de leitores para que obtenham exemplares das edições dos suplementos.”

Para suprir a demanda dos leitores cariocas, o Estado cedeu o estudo ao jornal Tribuna da Imprensa, que o republicou no mês seguinte. Ao apresentar o estudo patrocinado pelo Estadão aos leitores de seu jornal no Rio, Carlos Lacerda afirmou que “pela primeira vez, num conjunto de pesquisas, se examina a favela sob seus aspectos sociais e econômicos”. E exaltava a segunda parte, “que tem muito de crônica até – realçada pela limpidez do estilo em que se trai a presença de um escritor social de primeira categoria, misto de repórter e cronista, como a escrever a “Comédia Humana das favelas.”

Na época do estudo, o Rio de Janeiro contava 186 favelas nas quais moravam 750 mil pessoas, um quarto da população da cidade. Passados 50 anos de sua publicação, “Aspectos Humanos da Favela Carioca” é considerado fundamental para entender a questão na atualidade.

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