Classificado pelos especialistas como uma epidemia, o surto de coronavírus que se instaurou em São Paulo na década de 1980 foi altamente contagioso e apresentou uma taxa elevada de mortalidade. Entre 1980 e 1981, o vírus fez cerca de 80 mil vítimas. O vírus, um dos vários existentes na família viral dos coronavírus, não constituía uma ameaça contra a saúde humana, mas atingia em cheio a do “melhor amigo do homem”. Matérias publicadas no Estadão e no Jornal da Tarde entre 1980 e 1988 mostram como veterinários, criadores e donos de cães buscavam agir em conjunto para proteger os animais.
Diferente dos coronavírus que provocam gripes e resfriados e do novo coronavírus (Covid-19) que teve sua origem na China em 2019, o coronavírus que atingiu em grande escala os cachorros, nessa época, desenvolvia uma patologia gastrointestinal. Os animais com coronavirose canina, ou gastroenterite viral canina por Coronavírus (CCV), apresentavam sintomas como falta de apetite, prostração, diarreia e vômitos. A taxa de mortalidade era mais elevada entre os filhotes.
Mas, a recuperação era possível com um tratamento que envolvia a hidratação com soro e o uso de antibióticos, muitos dos infectados contraíram a forma leve da patologia e após tratamento se restabeleceram por completo. No final da década de 1980, vacinas com alto sucesso de imunização contra a doença entraram no mercado.
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