O dia do descobrimento do Brasil pelos portugueses já foi considerado um feriado nacional, mas sua comemoração não era no dia 22 de abril, e sim em 3 de maio.
A data era celebrada com festas literárias e musicais, suspensão de atividades escolares, bancárias, e “dias em que o comércio deve obrigatoriamente guardar descanso”, como dizia a nota publicada em 1937.
Edição do Estadão de dezembro de 1937 trazia a programação de feriados para o ano seguinte.
Diferentes versões. Alguns historiadores argumentam que o provável motivo para o feriado ser no dia 3 de maio, e não em 22 de abril, refere-se a um dos primeiros nomes que o Brasil recebeu na época do descobrimento, Terra de Santa Cruz. Para que a data coincidisse com o feriado de tradição portuguesa da descoberta da santa cruz de Cristo, a comemoração teria sido transferida para o dia 3 de maio.
Outra versão existente é que os governantes da época não queriam feriados em dias seguidos (21 e 22 de abril) e, portanto, optaram por escolher a data falsa para comemoração da chegada dos portugueses.
Somente com a publicação no Brasil da Carta de Pero Vaz de Caminha, em 1817, se confirma que a chegada da comitiva portuguesa de liderada por Cabral tinha sido antes, em 22 de abril. Mesmo assim o feriado e a data do descobrimento continuou a constar nos calendários nacionais como 3 de maio.
Em fevereiro de 1949, o então deputado federal Aureliano Leite cobrava a aprovação do projeto de lei para a reforma oficial no calendário. “absurdo comemorar-se o descobrimento do Brasil no dia 3 de maio(...) , ao mesmo tempo que se ensinava às crianças nas escolas, que tal fato se dera não em maio, mas em abril”.
A notícia sobre a alteração oficial do descobrimento foi publicada no Estadão em abril de 1949.
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