Sábado, 1º de maio de 1886. Chicago, Illinois, Estados Unidos. Começa pacificamente, sob chuva, uma greve pela jornada de oito horas de trabalho. As mobilizações continuaram nos dias seguintes, até que no dia 4, a manifestação realizada na praça de Haymarket, no centro da cidade, acaba em confronto entre operários e policiais com um saldo trágico de mortes dos dois lados. Oito anarquistas foram presos e condenados. O evento foi declarado como uma inspiração na criação do 1º de Maio como o Dia do Trabalho, ou do Trabalhador, três anos depois.
Em 14 de julho de 1889, no centenário da Revolução Francesa em Paris, o Congresso Internacional Socialista proclamou o 1º de Maio como o Dia Internacional do Trabalho, em homenagem aos mártires de Chicago. Detalhes dos conflitos na praça de Haymarket podem ser lidos na reportagem “Cem anos de conquistas sociais”, de Itaboraí Martins, publicada no Estadão em 1 de maio de 1986.
Jornada de 8 horas
O início do século 19 foi marcado pelas lutas operárias por melhores condições de trabalho. Naquele maio de 1886 os operários dos Estados Unidos organizaram a segunda maior paralisação no mundo em prol da jornada de oito horas - a primeira greve coletiva aconteceu em Londres, 52 anos antes, e também foi violentamente reprimida pela polícia. Nesse período no Brasil, lembra a reportagem, ainda havia a escravidão e a monarquia.
Feriado quase mundial
Hoje o Dia Internacional do Trabalho é um feriado anual em mais de 80 países. No Brasil e na maior parte da Europa é celebrado no dia 1º de maio. Nos Estados Unidos e no Canadá é celebrado na primeira segunda-feira de setembro, desde o início dos anos de 1880.
Assinatura da CLT no Brasil
Em 1943, durante a ditadura do Estado Novo, Getúlio Vargas escolheu a data para apresentar a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho. Um marco jurídico brasileiro, a lei, criada através do Decreto-Lei n.º 5 452, somou-se à criação da Justiça do Trabalho - ocorrida em 1939 - como um esforço para regulamentar as relações de trabalho diante das crescentes demandas de diferentes setores profissionais do Brasil entre as décadas de 1930 e 1940.
Entre os direitos assegurados pela CLT estão o salário mínimo, as férias anuais e a regulamentações de sindicatos. Vargas anunciou a criação das leis num grande evento, no Estádio de São Januário no Rio de Janeiro, então capital do País.