Era uma vez em São Paulo: Cine Niterói


Cinema que exibia filmes japoneses ajudou a caracterizar a Liberdade como um bairro oriental

Por Liz Batista

Pessoas param para ver os filmes em cartaz no Cine Niterói/ Reprodução

Nos anos de 1950 e 1960 se alguém quisesse acompanhar as produções da indústria cinematográfica japonesa havia um endereço certo em São Paulo: o Cine Niterói. Encravado no bairro da Liberdade, na rua Galvão Bueno, o Cine Niterói, que nada tem a ver com município fluminense, abriu suas portas em 1953. Com mais de 1200 lugares, e um nome que é a junção de “Nitto” (Japão) e herói, o cinema apresentava exclusivamente sucessos da terra do sol nascente. Suas sessões eram disputadíssimas, com filas que tomavam a calçada. O local foi peça chave na caracterização do bairro da Liberdade como um bairro oriental e ajudou a fomentar uma rede de comércio na região. Hall de entrada do Cine Niterói/ Reprodução Foi através de cinemas como o Niterói que as obras de Kenji Mizoguchi, Tomu Uchida, Masaki Kobayashi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Akira Kurosawa se popularizaram no País. Seguindo o sucesso do Cine Niterói, surgiram outros cinemas no bairro de imigrantes japoneses, prontos a colocar em cartaz as sagas dos heróis samurais e as vinganças sangrentas da Yakuza, temida organização mafiosa japonesa. O Cine Tokyo e o Cine Nikkatsu foram inaugurados um ano depois, em 1954, o Cine Nippon em 1959. O Estado de S. Paulo - 30/5/1987 Em 1968, o Cine Niterói foi desapropriado para dar espaço para construção da Ponte Osaka. Passou, então, a funcionar na Avenida da Liberdade. Mas, assim como vários cinemas de rua, encerrou atividades, não resistiu às mudanças do mercado e fechou em 1988. Às vésperas do fechamento, muitas latas do acervo do cinema, que tinha quase mil filmes, chegaram a ser vendidas "a preço de bananas", como mostrou matéria do Estado de maio de 1987. As fitas eram compradas por fabricantes de vassouras, que  as usavam para endurecer as cerdas do utensílio. A Cinemateca conseguiu salvar 420 filmes do acervo do Niterói. Em 1990, a instituição realizou a mostra Tesouros do Cinema Japonês, onde exibiu as preciosidades salvas da incineração. Navegue na Galeria da série Era uma vez em SP ... e conheça lugares que fizeram história  # Assine |  # Licenciamento de conteúdos Estadão |   # Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram |

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Era uma vez em São Paulo

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Era uma vez em São Paulo

Foto: Acervo Estadão
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Era uma vez em SP... Cine Niterói

Foto: Acervo/ Estadão
3 | 23

Era uma vez em SP… Concha Acústica do Pacaembu

Foto: Acervo/ Estadão
4 | 23

Sönksen

Foto: Acervo
5 | 23

Era uma vez em SP... Belvedere Trianon

Foto: Acervo/ Estadão
6 | 23

Era uma vez em SP... Maternidade São Paulo

Foto: Acervo/ Estadão
7 | 23

Era uma vez em SP... Teatro Boa Vista

Foto: Acervo/ Estadão
8 | 23

Clube de Regatas Tietê

Foto: Acervo
9 | 23

Era uma vez em SP... Colégio Des Oiseaux

Foto: Acervo/ Estadão
10 | 23

Era uma vez em SP... Observatório da Paulista

Foto: Acervo/ Estadão
11 | 23

Era uma vez em São Paulo: autocine Chaparral

12 | 23

Era uma vez em SP... Chafariz da Liberdade

Foto: Acervo/ Estadão
13 | 23

Era uma vez em SP... Playcenter

Foto: Acervo/ Estadão
14 | 23

Era uma vez em SP... Ponte Grande

Foto: Acervo/ Estadão
15 | 23

Era uma vez em SP ... Observatório em Higienópolis

Foto: Era uma vez em SP
16 | 23

Era uma vez em SP... Shopping Center Matarazzo

Foto: Acervo/ Estadão
17 | 23

Era uma vez em SP... Rodoviária da Luz

Foto: Acervo/ Estadão
18 | 23

Era uma vez em SP... Teatros Santana

Foto: Acervo/ Estadão
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Era uma vez

Foto: Acervo/ Estadão
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Era uma vez

Foto: Acervo
21 | 23

Mansão Matarazzo

Foto: Acervo
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Edifício Santa Helena

Foto: Acervo/Estadão
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Sears

Foto: Acervo

Pessoas param para ver os filmes em cartaz no Cine Niterói/ Reprodução

Nos anos de 1950 e 1960 se alguém quisesse acompanhar as produções da indústria cinematográfica japonesa havia um endereço certo em São Paulo: o Cine Niterói. Encravado no bairro da Liberdade, na rua Galvão Bueno, o Cine Niterói, que nada tem a ver com município fluminense, abriu suas portas em 1953. Com mais de 1200 lugares, e um nome que é a junção de “Nitto” (Japão) e herói, o cinema apresentava exclusivamente sucessos da terra do sol nascente. Suas sessões eram disputadíssimas, com filas que tomavam a calçada. O local foi peça chave na caracterização do bairro da Liberdade como um bairro oriental e ajudou a fomentar uma rede de comércio na região. Hall de entrada do Cine Niterói/ Reprodução Foi através de cinemas como o Niterói que as obras de Kenji Mizoguchi, Tomu Uchida, Masaki Kobayashi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Akira Kurosawa se popularizaram no País. Seguindo o sucesso do Cine Niterói, surgiram outros cinemas no bairro de imigrantes japoneses, prontos a colocar em cartaz as sagas dos heróis samurais e as vinganças sangrentas da Yakuza, temida organização mafiosa japonesa. O Cine Tokyo e o Cine Nikkatsu foram inaugurados um ano depois, em 1954, o Cine Nippon em 1959. O Estado de S. Paulo - 30/5/1987 Em 1968, o Cine Niterói foi desapropriado para dar espaço para construção da Ponte Osaka. Passou, então, a funcionar na Avenida da Liberdade. Mas, assim como vários cinemas de rua, encerrou atividades, não resistiu às mudanças do mercado e fechou em 1988. Às vésperas do fechamento, muitas latas do acervo do cinema, que tinha quase mil filmes, chegaram a ser vendidas "a preço de bananas", como mostrou matéria do Estado de maio de 1987. As fitas eram compradas por fabricantes de vassouras, que  as usavam para endurecer as cerdas do utensílio. A Cinemateca conseguiu salvar 420 filmes do acervo do Niterói. Em 1990, a instituição realizou a mostra Tesouros do Cinema Japonês, onde exibiu as preciosidades salvas da incineração. Navegue na Galeria da série Era uma vez em SP ... e conheça lugares que fizeram história  # Assine |  # Licenciamento de conteúdos Estadão |   # Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram |

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Edifício Santa Helena

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Sears

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Pessoas param para ver os filmes em cartaz no Cine Niterói/ Reprodução

Nos anos de 1950 e 1960 se alguém quisesse acompanhar as produções da indústria cinematográfica japonesa havia um endereço certo em São Paulo: o Cine Niterói. Encravado no bairro da Liberdade, na rua Galvão Bueno, o Cine Niterói, que nada tem a ver com município fluminense, abriu suas portas em 1953. Com mais de 1200 lugares, e um nome que é a junção de “Nitto” (Japão) e herói, o cinema apresentava exclusivamente sucessos da terra do sol nascente. Suas sessões eram disputadíssimas, com filas que tomavam a calçada. O local foi peça chave na caracterização do bairro da Liberdade como um bairro oriental e ajudou a fomentar uma rede de comércio na região. Hall de entrada do Cine Niterói/ Reprodução Foi através de cinemas como o Niterói que as obras de Kenji Mizoguchi, Tomu Uchida, Masaki Kobayashi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Akira Kurosawa se popularizaram no País. Seguindo o sucesso do Cine Niterói, surgiram outros cinemas no bairro de imigrantes japoneses, prontos a colocar em cartaz as sagas dos heróis samurais e as vinganças sangrentas da Yakuza, temida organização mafiosa japonesa. O Cine Tokyo e o Cine Nikkatsu foram inaugurados um ano depois, em 1954, o Cine Nippon em 1959. O Estado de S. Paulo - 30/5/1987 Em 1968, o Cine Niterói foi desapropriado para dar espaço para construção da Ponte Osaka. Passou, então, a funcionar na Avenida da Liberdade. Mas, assim como vários cinemas de rua, encerrou atividades, não resistiu às mudanças do mercado e fechou em 1988. Às vésperas do fechamento, muitas latas do acervo do cinema, que tinha quase mil filmes, chegaram a ser vendidas "a preço de bananas", como mostrou matéria do Estado de maio de 1987. As fitas eram compradas por fabricantes de vassouras, que  as usavam para endurecer as cerdas do utensílio. A Cinemateca conseguiu salvar 420 filmes do acervo do Niterói. Em 1990, a instituição realizou a mostra Tesouros do Cinema Japonês, onde exibiu as preciosidades salvas da incineração. Navegue na Galeria da série Era uma vez em SP ... e conheça lugares que fizeram história  # Assine |  # Licenciamento de conteúdos Estadão |   # Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram |

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Clube de Regatas Tietê

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Sears

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Nos anos de 1950 e 1960 se alguém quisesse acompanhar as produções da indústria cinematográfica japonesa havia um endereço certo em São Paulo: o Cine Niterói. Encravado no bairro da Liberdade, na rua Galvão Bueno, o Cine Niterói, que nada tem a ver com município fluminense, abriu suas portas em 1953. Com mais de 1200 lugares, e um nome que é a junção de “Nitto” (Japão) e herói, o cinema apresentava exclusivamente sucessos da terra do sol nascente. Suas sessões eram disputadíssimas, com filas que tomavam a calçada. O local foi peça chave na caracterização do bairro da Liberdade como um bairro oriental e ajudou a fomentar uma rede de comércio na região. Hall de entrada do Cine Niterói/ Reprodução Foi através de cinemas como o Niterói que as obras de Kenji Mizoguchi, Tomu Uchida, Masaki Kobayashi, Yasujiro Ozu, Mikio Naruse e Akira Kurosawa se popularizaram no País. Seguindo o sucesso do Cine Niterói, surgiram outros cinemas no bairro de imigrantes japoneses, prontos a colocar em cartaz as sagas dos heróis samurais e as vinganças sangrentas da Yakuza, temida organização mafiosa japonesa. O Cine Tokyo e o Cine Nikkatsu foram inaugurados um ano depois, em 1954, o Cine Nippon em 1959. O Estado de S. Paulo - 30/5/1987 Em 1968, o Cine Niterói foi desapropriado para dar espaço para construção da Ponte Osaka. Passou, então, a funcionar na Avenida da Liberdade. Mas, assim como vários cinemas de rua, encerrou atividades, não resistiu às mudanças do mercado e fechou em 1988. Às vésperas do fechamento, muitas latas do acervo do cinema, que tinha quase mil filmes, chegaram a ser vendidas "a preço de bananas", como mostrou matéria do Estado de maio de 1987. As fitas eram compradas por fabricantes de vassouras, que  as usavam para endurecer as cerdas do utensílio. A Cinemateca conseguiu salvar 420 filmes do acervo do Niterói. Em 1990, a instituição realizou a mostra Tesouros do Cinema Japonês, onde exibiu as preciosidades salvas da incineração. Navegue na Galeria da série Era uma vez em SP ... e conheça lugares que fizeram história  # Assine |  # Licenciamento de conteúdos Estadão |   # Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram |

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Era uma vez

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Mansão Matarazzo

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