Famoso por suas excentricidades, Jânio Quadros foi também um gênio do marketing pessoal. Com maestria sabia como atrair publicidade para si e para seus atos. Em 6 de janeiro de 1986, dias após tomar posse como prefeito de São Paulo e em meio os rumores de que se candidataria à Presidência, Jânio pendurou um par de chuteiras na porta do seu gabinete. Junto à porta também fixou um bilhete com os dizeres: “O prefeito não é candidato a qualquer cargo eletivo. Este é o seu último mandato e a matéria não pode ser objeto de conversa.”
A mensagem que acompanhava as chuteiras - presente de Vicente Mateus, ex-presidente do Corinthians e colega de partido no PTB - reafirmava a promessa de campanha de aposentar-se da vida pública ao término da sua administração, em 1989. O Estado publicou a fotografia das chuteiras na capa da edição de 7 de janeiro de 1986, de autoria do fotógrafo Newton Aguiar. A reportagem trouxe a declaração de apoio do ex-prefeito e então ministro das Relações Exteriores, Olavo Setúbal, a uma possível candidatura de Jânio ao Planalto em 1989.
Jânio Quadros, 17/11/1985. Claudine Petroli/ Estadão
Polêmica na posse. Jânio já havia causado certa comoção na sua posse, ao desinfetar a cadeira de prefeito, ocupada pelo oponente nas eleições municipais de 1985, Fernando Henrique Cardosos, candidato do PSDB.
Publicidade de abril de 1986 pede a candidatura de Jânio para o Governo
A imagem das chuteiras foi usada por janistas, em abril de 1986, para pedirem sua candidatura ao Governo do Estado. A Prefeitura de São Paulo foi o último cargo público que Jânio Quadros exerceu.
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