Praticamente uma tradição natalina, os shows de Rita Cadillac eram aguardadíssimos na Penitenciária do Carandiru, que existia na zona norte de São Paulo. Atributos não faltavam para a ex-chacrete enlouquecer o público composto por mais de sete mil detentos. Longas madeixas cor de fogo, voz sensual, coxas grossas, muito rebolado e uma grande dose de simpatia conferiram à Rita o título de Musa da Detenção. Como mostrou reportagem do Estado de 15 de dezembro de 1988.
Rita era só carisma. Entre uma música e outra, uma abaixadinha aqui, outra ali, ela disparava frases carinhosas como: “Gostaria de beijar todos vocês”. Os shows eram abertos aos familiares dos detentos e chegavam a contar com performances de mais de 30 artistas. O clima de descontração das apresentações funcionava como um escape para a rotina dos presos da Casa de Detenção de São Paulo. A penitenciária sofreu durante décadas com a superlotação e teve a história marcada pelo massacre de presos em outubro de 1992.
Familiares e detendos se espremem para ver a diva no palco, em 14/12/1988. Renato dos Anjos/Estadão
Tão gravado na memória daqueles que passaram pela Casa de Detenção, o show de Rita Cadillac não poderia faltar na obra cinematográfica Carandiru (2003). O filme conta com uma cena onde a diva reencena sua apresentação. Lançada à fama como bailarina e auxiliar de palco no Programa do Chacrinha, Rita decidiu investir na carreira de cantora dançarina nos anos de 1980. Fiel aos seus fãs e sem se intimidar com ambientes predominantemente masculinos, ia onde o povo a amava. Foi uma das primeiras mulheres a se apresentar na região do garimpo de Serra Pelada, no Pará.
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Tags: Rita Cadillac, Carandiru
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