Personagem central da história do fascimo, o ditador Benito Mussolini que levou a ideologia nacionalista centrada em sua figura ao poder absoluto na Itália, foi morto em 28 de abril de 1945, dias antes da derrota dos seus aliados nazistas na Segunda Guerra Mundial.
O homem chamado de Il Duce (o líder), que comandou a Itália por 22 anos e inspirou o Adolf Hitler e empurrou o país para a guerra, foi capturado pelos partisans da Resistência Italiana enquanto tentava fugir acompanhado de sua amante Claretta Petacci. Os corpos de Mussolini, sua amante e outros líderes fascistas foram amarrados no teto de um posto de gasolina da ESSO, exibidos em uma praça de Milão.
Com os anos, surgiram versões diferentesdas circunstâncias da morte de Mussolini. A versão oficial afirma que seu fuzilamento foi ordenado pelo Tribunal do Povo. Mas, ao longo dos anos, surgiram testemunhos em contrário. A família de Mussolini defendeu que ele foi morto como resultado de uma briga corporal com o guarda que o mantinha prisioneiro- versão apoiada por alguns legistas. Em 1995, em uma entrevista exclusiva ao Estadão, um antigo membro da Resistência italiana afirmou que foi a reação de Petacci que teria agarrado a arma de um partisan que deu início ao tiroteio que matou o ditador fascista.
Em 1995, o Estadão lembrou a data para falar da ascessão da extrema-direita da Itália, no período. “Benito Mussolini revive hoje na Itália o que deve ser causa de certa preocupação (…) A História não se repete, mas certas condições históricas, sim. E quais são essas condições? Velhos partidos políticos desmoralizados, um sistema parlamentar arruinado pela corrupção; serviços de utilidade pública em mau estado e cronicamente ineficientes. Em resumo, a escandalosa fraquesa do Estado”, dizia a matéria, reproduzida da The New York Times Magazine, que apontava para os perigos do neo-fascismo.
A Operação Mãos Limpas, iniciada em 1992 para combater um gigantesco esquema de corrupção, alcançava seus atos finais em 1995, sem atender às espectativas e esperanças depositadas nos seus efeitos reabilitadores da política nacional. Era nesse cenário, que neo-fascitas saldavam o aniversário de 50 anos da morte de Il Duce, como a morte do“maior estadista do século”.
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