Maconha medicinal era vendida no Brasil antes de droga ser criminalizada


Remédios com cannabis eram usados para tratar doenças respiratórias nos séculos 19 e 20

Por Edmundo Leite, Liz Batista e Carlos Eduardo Entini
Atualização:
Anúncios deremédios com maconha Foto: Acervo Estadão

Muito antes do atual debate sobre a aprovação do projeto que autoriza o cultivo de maconha para fins medicinais, o Brasil já teve períodos em que a substância cannabis era comercializada livremente como medicamento. O uso da maconha com fins medicinais é descrito em anúncios nas páginas do Estadão desde o fim do século 19.

"Um infeliz carregador de jornaes, atacado de violenta asthma com suffocações, ia ver-se obrigado a abandonar a modesta posição que lhe assegurava o pão, bem como à família, quando leu casualemente um jornal que tratava da efficacia dos Cigarros de Cannabis Indica da Grimault & C. Fez uso della, e tão satisfeito ficou que, no auge da alegria, escreveu que sem elles sua vida seria impossível", destaca o anúncio de 22 de maio de 1896.

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Como não havia restrição à droga – só em 1938 a substância foi considerada entorpecente – e o uso medicinal era corriqueiro, havia vários anúncios patrocinados por médicos e clínicas exaltando os benefícios da cannabis em tratamentos de saúde.

As principais indicações eram para problemas respiratórios como asma, bronquite e tosse. Os “cigarros índios” (cigarrettes indiennes) com a substância cannabis indica, do laboratório francês Grimault & Comp, eram vendidos sem restrições e seus benefícios eram veiculados em testemunhais na seção livre, a de pequenos anúncios, do jornal.

Anúnciosde remédios commaconha nos séculos 19 e 20 Foto: Acervo Estadão
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Além de problemas respitarórios, os remédios com maconha também eram indicados para insônia. Os “Cigarros Índios” (cigarrettes indiennes) com a substância 'cannabis indica' prometiam alívio imediato dos sintomas. Industrializados, os cigarros eram vendidos embalados e comercializados pelo laboratório francês Grimault & Comp.

Em 1919, a substância também aparecia como sugestão para o tratamento da gripe espanhola.

História - Mais detalhes da história do uso medicinal da maconha podem ser vistos no Museu da Maconha e da Marijuana de Amsterdã e no site do livro o Antigo Livro da Cannabis, ambos em inglês. O museu holandês classifica o período entre 1837 e 1937 como os anos de ouro da maconha medicinal. Segundo o museu, a cannabis era o segundo ingrediente mais frequentemente usado em medicamentos disponíveis nas farmácias da Europa e dos Estados Unidos, ficando atrás apenas dos opiáceos.

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Agentes da Segurança Pública promovem queima demaconhana Rua Tenente Pena, 100, na capital paulista,SP, 10/7/1958. Foto: Reynaldo Ceppo/Estadão

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Anúncios deremédios com maconha Foto: Acervo Estadão

Muito antes do atual debate sobre a aprovação do projeto que autoriza o cultivo de maconha para fins medicinais, o Brasil já teve períodos em que a substância cannabis era comercializada livremente como medicamento. O uso da maconha com fins medicinais é descrito em anúncios nas páginas do Estadão desde o fim do século 19.

"Um infeliz carregador de jornaes, atacado de violenta asthma com suffocações, ia ver-se obrigado a abandonar a modesta posição que lhe assegurava o pão, bem como à família, quando leu casualemente um jornal que tratava da efficacia dos Cigarros de Cannabis Indica da Grimault & C. Fez uso della, e tão satisfeito ficou que, no auge da alegria, escreveu que sem elles sua vida seria impossível", destaca o anúncio de 22 de maio de 1896.

Como não havia restrição à droga – só em 1938 a substância foi considerada entorpecente – e o uso medicinal era corriqueiro, havia vários anúncios patrocinados por médicos e clínicas exaltando os benefícios da cannabis em tratamentos de saúde.

As principais indicações eram para problemas respiratórios como asma, bronquite e tosse. Os “cigarros índios” (cigarrettes indiennes) com a substância cannabis indica, do laboratório francês Grimault & Comp, eram vendidos sem restrições e seus benefícios eram veiculados em testemunhais na seção livre, a de pequenos anúncios, do jornal.

Anúnciosde remédios commaconha nos séculos 19 e 20 Foto: Acervo Estadão

Além de problemas respitarórios, os remédios com maconha também eram indicados para insônia. Os “Cigarros Índios” (cigarrettes indiennes) com a substância 'cannabis indica' prometiam alívio imediato dos sintomas. Industrializados, os cigarros eram vendidos embalados e comercializados pelo laboratório francês Grimault & Comp.

Em 1919, a substância também aparecia como sugestão para o tratamento da gripe espanhola.

História - Mais detalhes da história do uso medicinal da maconha podem ser vistos no Museu da Maconha e da Marijuana de Amsterdã e no site do livro o Antigo Livro da Cannabis, ambos em inglês. O museu holandês classifica o período entre 1837 e 1937 como os anos de ouro da maconha medicinal. Segundo o museu, a cannabis era o segundo ingrediente mais frequentemente usado em medicamentos disponíveis nas farmácias da Europa e dos Estados Unidos, ficando atrás apenas dos opiáceos.

Agentes da Segurança Pública promovem queima demaconhana Rua Tenente Pena, 100, na capital paulista,SP, 10/7/1958. Foto: Reynaldo Ceppo/Estadão

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Anúncios deremédios com maconha Foto: Acervo Estadão

Muito antes do atual debate sobre a aprovação do projeto que autoriza o cultivo de maconha para fins medicinais, o Brasil já teve períodos em que a substância cannabis era comercializada livremente como medicamento. O uso da maconha com fins medicinais é descrito em anúncios nas páginas do Estadão desde o fim do século 19.

"Um infeliz carregador de jornaes, atacado de violenta asthma com suffocações, ia ver-se obrigado a abandonar a modesta posição que lhe assegurava o pão, bem como à família, quando leu casualemente um jornal que tratava da efficacia dos Cigarros de Cannabis Indica da Grimault & C. Fez uso della, e tão satisfeito ficou que, no auge da alegria, escreveu que sem elles sua vida seria impossível", destaca o anúncio de 22 de maio de 1896.

Como não havia restrição à droga – só em 1938 a substância foi considerada entorpecente – e o uso medicinal era corriqueiro, havia vários anúncios patrocinados por médicos e clínicas exaltando os benefícios da cannabis em tratamentos de saúde.

As principais indicações eram para problemas respiratórios como asma, bronquite e tosse. Os “cigarros índios” (cigarrettes indiennes) com a substância cannabis indica, do laboratório francês Grimault & Comp, eram vendidos sem restrições e seus benefícios eram veiculados em testemunhais na seção livre, a de pequenos anúncios, do jornal.

Anúnciosde remédios commaconha nos séculos 19 e 20 Foto: Acervo Estadão

Além de problemas respitarórios, os remédios com maconha também eram indicados para insônia. Os “Cigarros Índios” (cigarrettes indiennes) com a substância 'cannabis indica' prometiam alívio imediato dos sintomas. Industrializados, os cigarros eram vendidos embalados e comercializados pelo laboratório francês Grimault & Comp.

Em 1919, a substância também aparecia como sugestão para o tratamento da gripe espanhola.

História - Mais detalhes da história do uso medicinal da maconha podem ser vistos no Museu da Maconha e da Marijuana de Amsterdã e no site do livro o Antigo Livro da Cannabis, ambos em inglês. O museu holandês classifica o período entre 1837 e 1937 como os anos de ouro da maconha medicinal. Segundo o museu, a cannabis era o segundo ingrediente mais frequentemente usado em medicamentos disponíveis nas farmácias da Europa e dos Estados Unidos, ficando atrás apenas dos opiáceos.

Agentes da Segurança Pública promovem queima demaconhana Rua Tenente Pena, 100, na capital paulista,SP, 10/7/1958. Foto: Reynaldo Ceppo/Estadão

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Muito antes do atual debate sobre a aprovação do projeto que autoriza o cultivo de maconha para fins medicinais, o Brasil já teve períodos em que a substância cannabis era comercializada livremente como medicamento. O uso da maconha com fins medicinais é descrito em anúncios nas páginas do Estadão desde o fim do século 19.

"Um infeliz carregador de jornaes, atacado de violenta asthma com suffocações, ia ver-se obrigado a abandonar a modesta posição que lhe assegurava o pão, bem como à família, quando leu casualemente um jornal que tratava da efficacia dos Cigarros de Cannabis Indica da Grimault & C. Fez uso della, e tão satisfeito ficou que, no auge da alegria, escreveu que sem elles sua vida seria impossível", destaca o anúncio de 22 de maio de 1896.

Como não havia restrição à droga – só em 1938 a substância foi considerada entorpecente – e o uso medicinal era corriqueiro, havia vários anúncios patrocinados por médicos e clínicas exaltando os benefícios da cannabis em tratamentos de saúde.

As principais indicações eram para problemas respiratórios como asma, bronquite e tosse. Os “cigarros índios” (cigarrettes indiennes) com a substância cannabis indica, do laboratório francês Grimault & Comp, eram vendidos sem restrições e seus benefícios eram veiculados em testemunhais na seção livre, a de pequenos anúncios, do jornal.

Anúnciosde remédios commaconha nos séculos 19 e 20 Foto: Acervo Estadão

Além de problemas respitarórios, os remédios com maconha também eram indicados para insônia. Os “Cigarros Índios” (cigarrettes indiennes) com a substância 'cannabis indica' prometiam alívio imediato dos sintomas. Industrializados, os cigarros eram vendidos embalados e comercializados pelo laboratório francês Grimault & Comp.

Em 1919, a substância também aparecia como sugestão para o tratamento da gripe espanhola.

História - Mais detalhes da história do uso medicinal da maconha podem ser vistos no Museu da Maconha e da Marijuana de Amsterdã e no site do livro o Antigo Livro da Cannabis, ambos em inglês. O museu holandês classifica o período entre 1837 e 1937 como os anos de ouro da maconha medicinal. Segundo o museu, a cannabis era o segundo ingrediente mais frequentemente usado em medicamentos disponíveis nas farmácias da Europa e dos Estados Unidos, ficando atrás apenas dos opiáceos.

Agentes da Segurança Pública promovem queima demaconhana Rua Tenente Pena, 100, na capital paulista,SP, 10/7/1958. Foto: Reynaldo Ceppo/Estadão

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